Escritos por Mario Persona
1 Só pode ser verdade
Leitura: Evangelho de Mateus 1:1-25; Lucas 2:1-7; 3:23-38
Qual judeu, de sã consciência, incluiria na genealogia de Jesus duas prostitutas? Mateus fez isso no primeiro capítulo de seu evangelho. Tamar e Raabe eram prostitutas.
E tem mais, tem Jeconias, um rei amaldiçoado pelo profeta Jeremias; tem Rute, uma moabita, povo inimigo de Israel; tem o rei Salomão, que teve mil mulheres, grande parte delas de povos inimigos, e mergulhou na mesma idolatria desses povos. Quem foi Salomão? Era filho de Bate-Seba, a mulher com quem Davi cometeu adultério e cujo marido mandou para a morte. O interessante é que o nome dela não aparece na genealogia, mas sim o de seu marido traído!
E se você analisar a vida de cada um da lista de ancestrais de Jesus vai chegar à conclusão de que não salva um. Ou então vai perceber que Deus queria mandar um recado; queria dizer que eram justamente pecadores assim que Ele ia salvar.
A chave para entender isso está no que o anjo disse a José em um sonho, depois que ele descobriu que sua noiva, Maria, estava grávida e o filho não era dele.
O anjo disse: Ela dará à luz um filho e você o chamará de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Aquele Ser que a virgem trazia no ventre tinha sido gerado pelo Espírito Santo e seria chamado de "Deus conosco". Deus estava a ponto de experimentar o que era nascer, viver e morrer como homem. Deus estava a ponto de sentir na própria pele o que eu e você sentimos. Quer maior empatia do que isso?
Ah, eu quase me esqueci. Mateus, o autor do evangelho, era um judeu traidor da pátria. Ele coletava impostos para César, o invasor romano. Seria algo como um judeu trabalhando para Hitler durante a segunda guerra.
Sabe de uma coisa. Essa história é tão incrível que só pode ser verdade. Eu creio nela e eu creio nEle, em Jesus, o Salvador. Eu preciso crer, eu sou tão pecador quanto Mateus e essa gente toda. E você?
2 De mal a pior
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3 O precursor do Rei
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4 Bem acompanhado
Leitura: Evangelho de Mateus 3:13-17; Marcos 1:9-11; Lucas 3:21,22
Jesus caminhou quase cem quilômetros, da Galiléia ao Jordão, só para ser batizado por João Batista. Ele devia considerar o batismo algo muito importante.
Mas aí surgiu um problema. Até ali João estava dizendo às pessoas que se arrependessem de seus pecados e fossem batizadas. E agora, o que fazer com Jesus? Como poderia João, um pecador, batizar o Filho de Deus sem pecado? Ele ia se arrepender de quê?
De nada. Ele, que não tinha de que se arrepender, estava disposto a ir lado a lado com aquelas pessoas que tinham muito de que se arrepender. Você provavelmente nunca se esqueceu de alguma situação grave em sua vida quando alguém se dispôs a ir junto com você, a ficar do seu lado. Entendeu?
Ele estava pronto a passar junto com o pecador por aquilo que simbolizava a morte. Três anos depois Ele teria de enfrentar sozinho o mar profundo do juízo de Deus e suas ondas de terror. Mas Ele não ficaria na sepultura. Deus O ressuscitaria, para que você não viesse a passar pelo juízo. Se você crer.
Quando Jesus explicou a João que fazendo assim estaria cumprindo toda a justiça, João consentiu em batizar Jesus.
É aí que temos uma das cenas mais sublimes de toda a Bíblia. Ao sair da água, os céus se abriram e o Espírito Santo de Deus desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. Em seguida a voz do Pai ecoou nos céus:
"Este é meu Filho amado, em quem me agrado".
Aqui os céticos entram em longas discussões para tentar negar um único Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Eles argumentam que essa Trindade não faz sentido. É claro que não faz. Se a essência de Deus, a natureza de Deus, fizesse sentido para a mente humana tão finita, Ele não seria Deus.
A voz é de Deus Pai, a pomba é a forma adotada ali por Deus, o Espírito Santo, e Deus, Jesus, o Filho estava ali. Entende agora porque lá no livro de Gênesis você encontra Deus dizendo "façamos o homem à nossa imagem e semelhança"? É por isso.
Mas a questão mais importante aqui é esta: Será que Deus pode dizer que se agrada de mim, que se agrada de você? Ele Se agradou com Seu Filho, Jesus, o único homem perfeito que andou neste mundo. E eu e você, como é que ficamos?
Bem, nós vamos precisar estar em Jesus se quisermos ser do agrado de Deus. Há lugares onde você não entra se não estiver muito bem acompanhado. O céu é assim.
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5 As respostas
Leitura: Evangelho de Mateus 4:1-11; Marcos 1:12,13; Lucas 4:1-13
Antes de iniciar seu ministério Jesus precisava passar por um teste, e foi o Espírito Santo que o levou ao deserto para ser testado. Enquanto Deus o testava, Satanás o tentava.
Era importante que Ele estivesse acima de qualquer suspeita, que provasse estar moralmente apto para sua missão. O primeiro Adão, o homem natural, o homem da terra, não passou no teste. E Jesus, o último Adão, o homem do céu, o precursor de uma nova linhagem espiritual. Passaria ele no teste?
O primeiro Adão sucumbiu diante do fruto proibido, mesmo sem ficar 40 dias em jejum, como Jesus ficou. O fruto era necessário para alimentar o corpo. Jesus não estava diante de um fruto, mas de um desafio do Diabo: "Já que você é o Filho de Deus, por que não transforma as pedras em pães?"
A resposta de Jesus veio da Palavra de Deus: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus".
Aí o Diabo o transportou a Jerusalém e o colocou no topo do templo: "Já que você é o Filho de Deus... então pule, pois está escrito que os anjos irão segurá-lo".
O Diabo usou a própria Palavra de Deus, o Salmo 91. Era a oportunidade de Jesus dar um salto espetacular e ao mesmo tempo provar que os anjos estavam ao seu dispor. Pelo menos uns 60 mil anjos ou doze legiões voariam imediatamente para segurá-lo.
Da primeira vez a tentação visava satisfazer o corpo, igual ao fruto oferecido a Adão. Agora o Diabo tentava despertar em Jesus um sentimento de soberba. O fruto do Éden era bom para dar entendimento a Adão e despertar o sentimento que em outra parte da Bíblia é chamado de "soberba da vida".
No caso de Jesus, a resposta outra vez veio da Palavra de Deus: "Não tentarás o Senhor teu Deus". Embora sendo Deus, na sua condição humana Jesus precisou aprender obediência, como um filho. Passou também nesse teste.
O fruto do Éden era agradável à vista, enchia os olhos. Nesta nova versão da tentação Satanás transporta Jesus a uma alta montanha para que seus olhos se encham com todos os reinos do mundo e a glória deles. Todos eles estavam nas mãos do Diabo, o usurpador. Jesus podia ficar com tudo, literalmente de mão beijada, contanto que adorasse a Satanás. Pela terceira vez a resposta veio da Palavra de Deus, o único que deve ser adorado.
De onde vem as minhas respostas; onde você procura as suas?
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6 Pessoa ou religião?
Leitura: Evangelho de Mateus 4:12-17; Marcos 1:14,15; Lucas 4:14,15
Ao ficar sabendo que João Batista tinha sido preso, Jesus voltou para a Galiléia, a região onde tinha sido criado. Ali ele adotou Cafarnaum como a base para o seu ministério e foi ali que fez a maior parte dos sinais e milagres.
Cafarnaum ficava às margens do Mar da Galiléia, que na verdade é um lago de água doce com uns de 20 quilômetros de comprimento por 10 de largura. Quando os evangelhos falam de barcos e mar, é a esse lago que estão se referindo, e quando falam de peixes, provavelmente eram tilápias.
O profeta Isaías previu que o Messias habitaria nessa região e que na Galiléia dos gentios o povo que vivia nas trevas veria uma grande luz. Após João Batista, o precursor da Luz que veio ao mundo, ter sido rejeitado e preso pelos judeus, Jesus, acabou indo para uma região habitada principalmente por não judeus ou gentios. A região mais globalizada da Palestina, por onde passava a estrada do Egito à Babilônia, uma rota comercial internacional.
Embora tivesse vindo para os judeus, a fama do rejeitado Rei de Israel se espalhou por toda a Síria. Aquilo era o embrião da mais internacional de todas as crenças, a fé cristã. As pessoas tentam acrescentar uma porção de penduricalhos culturais e regionais à fé cristã, mas o fato é que, em sua essência, ela está concentrada numa pessoa, Jesus, e não numa religião, cultura ou costume.
Boa parte do que você vê por aí, como clero, templos, imagens, vestes e utensílios especiais não passa de uma grande bobagem que nada tem a ver com Jesus. São coisas que a cristandade emprestou do judaísmo e de religiões pagãs, na tentativa de tornar a fé cristã identificável por coisas visíveis.
Oras, quando algo fica visível, já não precisa de fé, não é mesmo? Se você crê em Jesus você crê em uma pessoa, no próprio Deus, que não está sujeito a países, épocas e culturas porque é eterno. A fé cristã se baseia num fato: o Filho de Deus veio ao mundo, morreu por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. É a fé num Jesus vivo, no céu.
A única parte visível da fé cristã na terra é o corpo de Cristo, a igreja. Não estou falando de uma construção de pedras ou tijolos, estou falando daquilo que a Bíblia diz ser igreja, o corpo formado por todos os que crêem em Jesus, que nasceram de novo e foram salvos por ele.
Se a sua fé é numa "igreja", no sentido de organização religiosa, ou em qualquer coisa que não seja a própria pessoa de Jesus, você está perdendo seu tempo. Se for numa religião, idem. Religião é a idéia de se fazer algo para nos religar a Deus. Mas fazer o que, se o que precisava ser feito Jesus já fez?
As últimas palavras de Buda foram "Continuem se esforçando". As últimas palavras de Jesus foram "Está consumado".
Afinal, em que você crê, numa pessoa viva ou numa religião morta.
7 Pescadores de homens
Leitura: Evangelho de Mateus 4:18-25; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11; João 1:35-42
Na Galiléia Jesus reencontra os irmãos Simão e André. Da primeira vez que se encontraram na Judéia os dois eram discípulos de João Batista e ouviram João dizer que Jesus era o Cordeiro de Deus. Naquela ocasião os dois seguiram a Jesus e Simão ganhou um novo nome, Pedro. Isso está no primeiro capítulo do evangelho de João.
Daquela vez eles foram convidados para conhecer onde Jesus morava. Era um chamado para a salvação, o mesmo que Jesus faz a cada pessoa que tem o primeiro contato com ele. "Você quer saber onde eu moro? Então venha comigo" é mais ou menos o que ele diz a cada coração. É um convite para o céu.
No reencontro na Galiléia, que é descrito por Mateus, os dois são chamados para o serviço. A ordem é sempre esta: primeiro você recebe o convite para ser salvo, depois para servir. Primeiro a fé, depois as obras; primeiro o perdão dos pecados, depois o fruto da fé; primeiro o céu, depois a terra.
Simão e André eram pescadores e Jesus os chamou para serem pescadores de homens. Tudo o que eles precisavam fazer era seguir a Jesus.
A capacitação e o poder para transformá-los em pescadores de homens viria de Deus, não de uma faculdade de teologia ou algo assim. Não seria uma pesca com redes. As redes eles deixaram para trás. Não era para saírem por aí aprisionando pessoas, mas libertando. Andar com Jesus faria deles iscas vivas. Eles deviam levar o sabor e a fragrância de Jesus por onde quer que fossem.
O pescador vai onde o peixe está, corre riscos e não faz barulho para não chamar a atenção para si. É de Jesus, perdão e salvação que o pescador de homens fala, não de religião, costumes ou prosperidade. O tema do pescador de homens é Jesus, o mais próximo que Deus chegou do ser humano. E as boas novas não são uma lista de tarefas, mas a notícia de que Jesus morreu e ressuscitou para salvar e justificar o pecador.
Neste capítulo 4 do evangelho de Mateus mais dois pescadores são chamados para se tornarem pescadores de homens: Tiago e João. Eles imediatamente deixam o barco e seu pai, Zebedeu, e seguem a Jesus. Imediatamente! Jesus tem prioridade.
Muitos empreendedores, políticos e artistas daquela época tiveram seus nomes apagados pela poeira dos séculos. Os nomes dos pescadores Pedro, André, João e Tiago só permanecem porque tiveram um encontro com Jesus e foram chamados a anunciar as boas novas da salvação, que é o que significa a palavra "evangelho". Esse encontro tem conseqüências eternas.
Você já foi pescado? Você já foi chamado?
8 Os perdedores
Leitura: Evangelho de Mateus 5:1-16; Lucas 6:20-23
O sermão da montanha é uma das passagens mais conhecidas do evangelho, mas nem sempre é corretamente interpretado. Primeiro, ele é dirigido aos discípulos que se aproximaram de Jesus, não à multidão.
Em segundo lugar, não se trata de uma lista de coisas para você fazer para ser salvo ou se tornar discípulo de Jesus. Ele está falando das características daqueles que, em todas as épocas, se submetem a Jesus.
"Reino dos céus" significa um reino que não é da terra, é dos céus, cujo rei esteve aqui, foi rejeitado e agora está nos céus. Quando Jesus diz "bem-aventurados estes ou aqueles", é como se dissesse "felizes estes ou aqueles" que são assim. Como assim? Assim como? Perdedores assim.
Sim, porque se o próprio rei do reino dos céus, Jesus, foi um perdedor neste mundo, como você espera que sejam os seus seguidores? Aí vem alguém e diz:
"Ué, mas eu pensei que fosse justamente o contrário, porque vi na TV alguém dizer que se você vai a Jesus seus problemas desaparecem, seus negócios melhoram, você paga suas dívidas, resolve problemas conjugais, é curado de todas as doenças e até compra carro importado".
Bem, quem vai a Jesus pensando nisso é igual a quem se casa por interesse, sabe como é, dá o golpe do baú. Se você está atrás de Jesus para receber alguma outra coisa que não seja o perdão de seus pecados e a salvação, é bom pensar melhor. Ou você acha que Deus é bobo, que não enxerga suas intenções?
Veja quem são os bem-aventurados aqui: os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os injustiçados ou cansados das injustiças, os de coração mole que sentem pena dos outros, os que promovem a paz, os perseguidos por agir corretamente ou por sua fé em Jesus...
Percebeu? Tudo oposto às bem-aventuranças deste mundo, onde são bem-aventurados os auto-suficientes, os que riem, os poderosos, os que se dão bem com as injustiças, os que pisam nos outros, que promovem a guerra, perseguem e que, obviamente, querem passar bem longe daquele que neste mundo foi o maior dos perdedores: Jesus.
Só que Deus está chamando os perdedores para o seu reino, não os campeões. Prostitutas, ladrões, cegos, aleijados - que tipo de pessoa você acha que Jesus veio chamar? E depois de salvos de seus pecados pelo que Jesus fez na cruz, e não por suas próprias obras, em que você acha que se transformaram? Nesses bem-aventurados segundo o conceito de Deus, não dos homens.
Quer estar entre eles? Quer ser bem-aventurado eternamente? Então creia em Jesus, não em um Jesus bem sucedido e capa de revista, mas no Jesus crucificado.
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9 Você não conhece nem metade
Leitura: Evangelho de Mateus 5:17-26
Jesus não veio abolir a lei, veio cumpri-la. Mas de que lei ele está falando? Deus deu a Moisés os dez mandamentos e mais uma centena de preceitos que compõem a lei de Deus. Você os encontra principalmente nos cinco primeiros livros da Bíblia.
As pessoas deviam cumprir todos os mandamentos, mas alguns logo perceberam que não seria possível. Ainda que você não mate, não roube ou não cometa adultério, há um mandamento que diz: "Não cobiçarás".
Oras, a cobiça acontece na mente, no coração, antes mesmo de você partir para a ação. E é disso que Jesus está falando aqui. A lei dizia "Não matarás", mas Jesus diz que basta sentir raiva de alguém pra isso valer como homicídio. A lei dizia "Não adulterarás", mas Jesus diz que basta cobiçar uma mulher para você ser culpado de adultério.
Bem, se você é daqueles que lêem o sermão da montanha e acham tudo lindo, provavelmente não entendeu o que diz ali. Você está lendo sua sentença de morte. Ou vai querer dizer que nunca sentiu raiva de alguém, nunca adulterou em pensamento ou mentiu, tentando parecer o que não é...
Então tá todo mundo perdido? Exatamente, e é isso que o apóstolo Paulo explica em sua carta aos romanos. Deus deu a lei como um cala-boca, uma forma de mostrar que todos são pecadores, todos são transgressores, todos réus culpados aguardando a aplicação da pena.
Mas tem um problema aí. A pena para o pecado é a morte. Advogado nenhum pode livrar você dessa, mas Jesus pode. Acompanhe meu raciocínio.
No Antigo Testamento, quando um israelita transgredia a lei, quando pecava, era preciso sacrificar um animal inocente, um cordeiro por exemplo, em seu lugar. Detalhe: o cordeiro precisava ser sem defeito.
Jesus, por ser sem pecado, foi o único capaz de obedecer a lei, o único que não tinha pensamentos impuros como nós temos. Apesar de humano, ele não herdou a natureza pecaminosa que nós herdamos de Adão.
Por que você acha que Jesus foi chamado de "Cordeiro de Deus" por João Batista? Exatamente. Porque ele veio para ser sacrificado no lugar do pecador, para cumprir a lei. Quando você vê um ladrão sendo julgado e condenado, você diz que cumpriu-se a lei. O raciocínio é o mesmo.
Lembra de Adão? Pois é, pela desobediência de um só, muitos se tornaram pecadores. Deus quis fazer o caminho inverso. Pela obediência de um só, Jesus, e pela sua morte, muitos podem ser salvos.
Crer em Jesus como seu substituto é a única condição para você ser salvo. Ou acha que vai chegar lá cumprindo a lei? Impossível. Aos olhos de Deus você é um adúltero, ladrão e mentiroso. E como deve estar me odiando por eu dizer isso, acrescente homicida à lista.
Mas, se você realmente se reconhecer um pecador que depende da graça de Deus para ser salvo, depois de me escutar esculhambando com você, provavelmente irá dizer:
"Mario, você não conhece nem a metade do que realmente sou".
10 Filho ou hipócrita?
Leitura: Evangelho de Mateus 6:1-8; Lucas 11:1-4
O capítulo 6 de Mateus começa falando de duas coisas: da sublime relação que Deus deseja ter com suas criaturas e da vergonhosa hipocrisia religiosa.
A primeira coisa que chama a atenção é a palavra "Pai". Ela aparece 10 vezes nos 18 primeiros versículos do capítulo. Nunca antes um judeu tinha chamado a Deus de Pai. Pode conferir, em todo o Antigo Testamento ninguém ousaria ter tamanha intimidade e familiaridade com Deus.
Essa relação de intimidade foi inaugurada por Jesus, que em sua condição humana era o unigênito, ou o único filho gerado por Deus. Ele foi gerado pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem, e teve em José apenas seu pai legal, não biológico.
E tem mais: no Novo Testamento Deus não é chamado apenas de Pai. Pouco antes de morrer, quando Jesus orava em agonia, o evangelho de Marcos diz que ele se dirigiu a Deus com a palavra "Aba" que, em aramaico, quer dizer "Papai". E nas cartas dos apóstolos você aprende que todo aquele que crê em Jesus pode agora chamar a Deus de "Papai".
Deus estende essa relação de intimidade e parentesco a todo aquele que recebe a Jesus, e apenas a esses. Ouça com atenção o que diz o primeiro capítulo do evangelho de João:
Jesus "veio para o seu próprio povo, e não o receberam. Mas, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus".
Você é filho de Deus? Já nasceu de novo? Já creu em Jesus?
Agora vem o contraste: Jesus expõe a hipocrisia do homem religioso, que dá esmolas e faz orações para ser visto e elogiado pelos homens. Segundo Jesus, esse já recebeu sua recompensa. Qual? Oras, ser visto e louvado pelos homens. O que ele está dizendo é que um cara assim deve se dar por satisfeito por receber o que procurava. Nada mais.
Esmolas e orações são coisas tão boas quanto as muitas árvores frutíferas que Deus plantou no Jardim do Éden para Adão e Eva se alimentarem. O que aconteceu? Eles comeram da única árvore que Deus ordenou que não comessem. Foi a origem do pecado, da rebelião do ser humano contra o Criador.
Quando Adão e Eva viram a besteira que tinham feito, tentaram se esconder de Deus entre as árvores do pomar. O homem religioso é assim: tenta se esconder de Deus entre as próprias coisas que Deus aprova, como esmolas e orações. Tenta disfarçar, fingir, encobrir seu pecado. O nome disso? Hipocrisia.
Cristo Jesus veio ao mundo salvar pecadores, e são estes que Deus procura. Se você continuar se escondendo atrás de sua religião, de suas boas obras e orações para parecer que não é um pecador, como espera ser encontrado e salvo?
Vamos lá, se exponha, se abra, se escancare para Deus, confesse a Ele quem você realmente é e creia em Jesus como seu Senhor e Salvador. Só falta isso para você ser chamado de filho de Deus e poder olhar para Deus e dizer: Papai.
11 Pai Nosso
Leitura: Evangelho de Mateus 6:9-15
Orar é se reconhecer fraco, incapaz e dependente de Deus. Nada disso agrada o ser humano que desde criança é ensinado a ser independente e, quando cresce, consome livros de auto-ajuda. Portanto, a oração é a negação da auto-suficiência.
Jesus ensina que orar não é ficar repetindo palavras como fazem os pagãos. Não é entoar sons hipnóticos como os mantras tibetanos ou usar de palavras mágicas ou fórmulas secretas para liberar algum tipo de energia cósmica. A oração não é Shazam ou o Abracadabra do cristão. Orar é comungar com Deus nossas necessidades, sentar-se ao lado dele e conversar sobre elas.
Mas por que orar se Deus sabe de antemão o que precisamos ou vamos pedir? Porque Ele quer enxergar dependência em nós e porque gosta quando conversamos com Ele. Orar é fazer o caminho inverso do homem no Éden, que quis ser independente de Deus, auto-suficiente e dono de seu próprio nariz. A oração nos põe de volta em nosso devido lugar.
Antes de ensinar a oração conhecida como "Pai Nosso" Jesus condenou a mera repetição de palavras, portanto o "Pai Nosso" não é uma oração para ser repetida. Trata-se de um modelo de como devemos orar. Não é "o que", mas "o como".
Primeiro vem o reconhecimento da posição que Deus ocupa, no céu, acima de nós, e de sua santidade, que significa separação do mal. Equivale reconhecer que os nossos interesses particulares podem não ser os interesses de Deus, que vê o cenário todo de cima e sabe o que é melhor para nós.
Daí o "venha a nós o teu reino" e não o contrário. Os interesses do céu devem prevalecer sobre os da terra. É só após reconhecermos o que Deus é, e que ele tem a primazia, que vêm os pedidos, que são basicamente para o suprimento das necessidades físicas e de proteção, intercalados com um pedido de perdão.
Esse perdão não é o perdão judicial de nossos pecados, que recebemos por graça e pela fé em Jesus. Aqui é um perdão parental, relativo. É a condição momentânea para recebermos o que pedimos. É como se meu pai dissesse: "Marinho, você não vai ganhar a bicicleta enquanto não fizer as pazes com sua irmãzinha".
Mas como perdoar? Com o perdão de quem já foi perdoado. Aí sim, o perdão judicial, absoluto. Para entender melhor isso, veja como o apóstolo Paulo coloca o perdão em sua carta aos colossenses: "Assim como Cristo perdoou vocês, perdoem também os outros". Do ponto de vista judicial, só consigo perdoar porque fui perdoado.
Você já foi perdoado de todos os seus pecados? Esse perdão pleno e absoluto você só obtém porque Jesus pagou o preço em seu lugar morrendo na cruz e ressuscitando. Deus quer perdoar. Esta é a primeira oração que você deve fazer.
12 Tesouros
Leitura: Evangelho de Mateus 6:19-24
"Ninguém pode servir a dois senhores", disse Jesus. Porque onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração. E eu pergunto: Onde está o seu tesouro?
Tesouro é qualquer coisa que a gente deseja mais do que tudo, é a prioridade e razão de viver. Toda pessoa tem ou está em busca de algum tesouro. Pode ser dinheiro, família, relacionamento. Como saber se é um tesouro? Se você achar que não pode viver sem, ou que só vai ser realmente feliz se conseguir aquilo, então é seu tesouro.
Pode ser algo tão banal quanto emagrecer e melhorar de aparência. Já ouviu falar de pessoas que morreram tentando? As pessoas são capazes de qualquer coisa por um tesouro estético. Já ouviu falar de alguém que matou ou morreu pela pessoa amada? Aquele relacionamento era o tesouro, o senhor da vida daquela pessoa.
Avalie os seus tesouros no longo prazo e você vai entender o que Jesus quis dizer. Em cem anos todas as pessoas que você conhece hoje estarão mortas. Na melhor das hipóteses, se você tiver sido alguém de destaque, colocarão um busto seu em alguma praça para sua cabeça virar latrina de pombo.
Quando Jesus usou a expressão "servir a dois senhores" estava falando da relação escravo-senhor, e eu nem preciso lhe dizer como é fácil nos tornarmos escravos do dinheiro, da carreira e do sucesso. Todas essas coisas podem ser boas e lícitas, mas Deus não quer que sejam o centro e a razão de nosso viver. Deus reivindica esse lugar.
A diferença é que, quando é ele quem ocupa esse lugar, já não somos escravos, mas filhos. Todas as outras coisas são conseguidas com esforço. Deus você consegue quando descansa, quando entrega os pontos, quando coloca em sua vida uma daquelas faixas: "Sob nova direção".
Só em Deus você encontra descanso, porque ele fez todo o trabalho. Só em Deus você encontra plenitude, porque... oras, porque ele é Deus! Mas de que Deus estou falando? Do único, do seu criador, daquele que não espera que você faça algo para se salvar, mas que providenciou tudo para você poder chamá-lo de Pai. O Deus que enviou o seu Filho ao mundo para morrer para sua salvação e ressuscitar para sua justificação.
Eu não disse que alguém é capaz até de morrer por um tesouro? Por qual tesouro você acha que Jesus deixou o céu para vir a este mundo morrer? Você. E você, qual é o seu tesouro?
13 Mais do que aves e lírios
Leitura: Evangelho de Mateus 6:25-34
"Olhem para as aves dos céus", disse Jesus. "Olhem para os lírios dos campos". Você já viu um passarinho preocupado com suas ações na bolsa de valores ou um lírio na dúvida de que roupa vai vestir? Deus cuida deles, apesar de não terem sido criados à imagem e semelhança de Deus, como eu e você.
Então quer dizer que a gente pode viver livre de compromissos como vivem os pássaros, e inconseqüentes como crescem os lírios? Não. As comparações param aí. Tanto os lírios como os pássaros vivem para comer, beber e se multiplicarem. E você, vive para quê?
Comer, beber e fazer sexo? Você vale mais do que aves e lírios, e eu realmente não creio que Jesus tenha vindo a este mundo morrer por pardais e bromélias, por mais que sejam criações de Deus. Jesus veio morrer por mim e por você.
É claro que eu e você precisamos trabalhar para ter o que comer, beber e vestir. Desde a queda de Adão toda a terra e a criação virou uma ruína de dar dó, e enquanto Deus não colocar ordem nisso vamos comer o pão com o suor do rosto.
Ah! Agora você vai dizer que eu cheguei ao "x" da questão, que é só graças ao seu trabalho que você pode ter o que tem, suprir as necessidades de sua família, enfim, comer, beber, dormir e pagar a conta do celular. Será?
Se Deus tivesse feito você nascer no deserto da Namíbia, você não seria hoje o que é, e nem teria o que tem. Portanto, é bom começar a reconhecer que, apesar de Deus não ser visto no palco de sua vida, Ele atua nos bastidores. Afinal, ele é o dono do teatro, o diretor do espetáculo e aquele que tem o poder de baixar a cortina quando bem entender.
Injusto! dirá você. "Eu quero dirigir minha vida, eu quero decidir quem sou e o que vou ser, e sou em quem deve dizer quando devo sair de cena". Eu sei você quer tudo isso, mas a vaga para Deus já foi preenchida. E tem mais: você não é uma ilha, e sua vida acaba influenciando a vida de muitos dos bilhões de habitantes do planeta.
Quer ver? Se aquele chinês que você nem conhece tiver feito alguma bobagem na hora de montar esse celular que você tem aí, ele pode falhar na hora que você mais precisar dele. Portanto, acostume-se com a idéia de que precisamos sim de um diretor geral, precisamos sim de Deus.
Mas a questão aqui é a preocupação, a inquietação com as necessidades básicas. Se ainda não creu em Jesus para ter sua salvação garantida, comece por esta preocupação. Porque não existe uma necessidade mais básica do que garantir o seu destino eterno, o seu futuro. E que futuro!
O que Jesus disse? Busque em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas lhe serão acrescentadas. Que lugar ocupa Jesus em sua lista de prioridades? Não é a primeira? Então, neste caso é melhor você se preocupar mesmo.
Leitura: Evangelho de Mateus 7:1-6
"Não julguem para vocês não serem julgados", disse Jesus. O que quer dizer? Que os juízes devem considerar inocente todo bandido ou que no próximo jogo não terá mais um homem de preto correndo no gramado? Não é bem assim.
Por outras passagens da Bíblia você descobre que Jesus condena julgarmos os motivos das pessoas, tirarmos conclusões por sua aparência, coisas assim.
Evidentemente há coisas que devemos sim julgar, como as coisas que as pessoas dizem ou fazem, especialmente quando o assunto é Deus. Para isso temos uma medida, a Bíblia, a Palavra de Deus.
Então o problema não está no julgamento, mas na trave que temos nos olhos, na incapacidade de enxergar o que é certo ou errado na hora de querer tirar o cisco do olho alheio.
Ninguém pode querer julgar qualquer coisa ou a si mesmo se não tiver ou padrão ou medida perfeita. Se você não apelar a Deus como o padrão e medida para seu discernimento das coisas e pessoas, acabará adotando o referencial mais conveniente: você mesmo.
E é aí que você começa a julgar os outros até como forma de terapia. Você sempre vai se sentir bem se encontrar alguém pior. Sabe como é, "eu bebo, mas não roubo", ou "eu roubo, mas não mato", e por aí vai.
Como o mundo é uma grande feira de vaidade e maldade, o que não falta é gente pior do que você para se comparar. Mas o que acontece se você se comparar com Deus? O que acontece se você se comparar a Jesus? Vai ser péssimo para o seu ego, pois estará diante da perfeição e do homem perfeito.
É por isso que Deus deixa muito claro na Bíblia que todas as pessoas são pecadoras, todas estão muito longe do padrão. Isso inclui eu e você. O que fazer? Melhorar? Bem, se você conseguir lavar carvão e enxugar gelo, pode ir tentando. Deus diz que não vai conseguir coisa alguma se não recomeçar a partir do zero, renascer, nascer de novo. Só que isso também não cabe a você.
Já viu algum recém-nascido se gabando do esforço que fez para nascer? Nem vai ver. Quem nasce não tem qualquer participação no trabalho de parto. O trabalho, a dor, o sangue, é tudo da mãe. Alguém sofreu e correu o risco de morrer para você nascer.
Para nascer de novo não é diferente. Jesus sofreu, morreu e derramou sangue para que você pudesse viver. Não uma mera vida natural, mas uma vida eterna.
Como receber isso? Oras, pedindo a Deus. Ele é bom, Ele quer perdoar, Ele quer salvar. Qual é o pai que se o seu filho pedir pão lhe dará uma pedra? Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos, cujo tema é "A oração".
15 A oração
Leitura: Evangelho de Mateus 7:7-12
Peçam, e vocês receberão; busquem e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e para aquele que bate, a porta é aberta. Você crê nisso?
É claro que não, pelo menos com sua mente natural, lógica e racional, aquela que veio de fábrica. Não faz sentido porque sua mente foi feita para funcionar neste ambiente de três dimensões, nos limites de tempo e espaço daqui. Para essa mente as coisas que fazem sentido são as que cabem nessas condições.
Agora imagine se você tivesse a perspectiva de Deus, que pudesse enxergar e avaliar as coisas sem as limitações de tempo e espaço. Se pudesse avaliar as coisas com a perspectiva da eternidade. Tudo seria bem diferente.
Se algo acontecesse hoje ou daqui a mil anos, não faria diferença. E é aí que entra a oração. Orar é falar com Deus, é discutir, perguntar, questionar, pedir. Se você ler a Bíblia verá que tudo isso fazia parte das orações dos homens e mulheres de Deus ao longo dos séculos.
Portanto, orar é pedir e ter certeza da resposta, mas de uma resposta da perspectiva de Deus, não da nossa mente estreita. Dou um exemplo.
Moisés liderou os israelitas 40 anos pelo deserto rumo à terra prometida. Mas Deus não permitiu que Moisés entrasse na terra prometida. Só permitiu que a visse de longe antes de morrer, por razões que não vêm ao caso agora.
Aí você vem e diz: "Então que história é essa de pedir e receber, buscar e encontrar, bater e abrir? Moisés não queria entrar na terra prometida?" Sim, queria e Deus atendeu o seu desejo quase mil e quinhentos anos depois. Na passagem dos evangelhos conhecida como "Transfiguração" você vai encontrar Moisés, Elias e Jesus conversando no Monte das Oliveiras, próximo de Jerusalém.
Percebeu? Deus respondeu as orações de Moisés do jeito de Deus, no tempo de Deus, pela perspectiva de Deus. Um pai não dá uma pedra ao filho que pede um pão, mas pode dar mais tarde ou até dar algo melhor. Crianças pequenas pedem coisas absurdas aos pais, e nem sempre convém atendê-las. E de que tamanho você acha que nós somos diante de Deus?
Portanto, antes de orar, antes de pedir, é preciso ter a perspectiva de Deus, e isso você recebe graças a uma famosa oração não atendida: "Pai, afasta de mim este cálice". Se Deus tivesse atendido a oração de Jesus não haveria salvação para ninguém. Ele não teria morrido na cruz e não poderia perdoar e salvar você. Seu destino? A morte e juízo final.
Mas Jesus morreu e agora você pode ter a salvação crendo nele. E pode ter ainda sua mente renovada para enxergar as coisas do ponto de vista da eternidade. Por mais curioso que possa parecer, essa mente larga e ampla você só consegue passando pela porta estreita e andando no caminho apertado, que é o assunto dos próximos 3 minutos.
16 A porta estreita
Leitura: Evangelho de Mateus 7:13
Jesus disse "entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho amplo levam à perdição". O que é isso? De que porta ele está falando?
Em outras passagens ele diz "eu sou a Porta" e "eu sou o caminho". Mas por que a porta é estreita? Porque para ser salvo você precisa seguir uma lista de restrições? A porta é estreita porque é individual. Para ter acesso a Deus você precisa passar sozinho e pela única porta: Jesus.
Não existe outra porta? Existem muitas, mas esta é a única que leva ao Pai. Jesus disse: "ninguém vem ao Pai se não for através de mim". Em outro lugar diz que "não há outro intermediário além de Jesus". Isso é claro o suficiente para você?
Mas como ele pode dizer isso? Ele pode, porque só ele morreu para levar o nosso pecado, só ele foi capaz de pagar o preço da nossa libertação. E ele ressuscitou.
Os túmulos de Buda, Maomé ou de qualquer outro grande líder religioso estão cheios de ossos. O túmulo de Jesus está vazio. Mas, é claro que a ausência de ossos não prova coisa alguma. É por isso que nem tudo é baseado em provas. Muitas coisas são baseadas em testemunhas.
A ressurreição de Jesus teve muitas testemunhas, centenas delas. Elas não viram apenas um túmulo vazio, mas conviveram com Jesus ressuscitado durante quarenta dias, antes de ele subir ao céu com corpo e tudo.
Quando você lê o jornal está acreditando no testemunho que o jornalista dá das coisas que ele viu ou de pessoas que ele entrevistou. Notícia é isso, o relato de pessoas que testemunharam um fato. A Bíblia não é só a Palavra de Deus, mas é também um registro de fatos históricos.
Você estava lá quando descobriram o Brasil, quando Tiradentes foi enforcado ou quando D. Pedro proclamou a independência? Se você não crer no testemunho dos historiadores, não vai passar de ano. Se não crer no testemunho dos apóstolos não irá crer em Jesus. E se não crer em Jesus...
A porta é estreita e você deve passar por ela sozinho. É uma decisão sua, individual. Você não será salvo por pertencer a um grupo, igreja ou religião. Você só é salvo se crer individualmente no Salvador. É algo pessoal. O fato de estar acompanhado de pessoas que foram salvas, que entraram pela porta que é Jesus, não garante nada.
Entre pela porta estreita; dê esse passo de fé, mesmo sem saber o que encontrará do outro lado; peça a Jesus para perdoar e salvar você. Creia naquele que morreu e ressuscitou por você. Aí sim você poderá andar com Jesus, ou melhor dizendo, andar em Jesus. Sim, porque ele é o caminho, o único caminho. Mas este é o assunto dos próximos três minutos.
17 O caminho estreito
Leitura: Evangelho de Mateus 7:14
Jesus falou da porta estreita do acesso ao Pai, e falou também do caminho estreito, do andar com ele. Mas por que o caminho é estreito? Por acaso Deus quer restringir minha vida, quer restringir meus movimentos, quer tolher minha felicidade? Se você acha que ter um relacionamento com alguém é viver engessado, não vai querer seguir a Cristo.
Para entender isso, tire já da cabeça a idéia de que seguir a Jesus é ter no bolso uma lista de coisas proibidas e permitidas. Não é. Seguir a Jesus é ter um relacionamento estreito com ele. Olha a palavra "estreito" aí!
Que tipo de relacionamento você espera de alguém que você ama? Um relacionamento estreito, íntimo, exclusivo. Nada mais normal do que Jesus exigir que você tenha um relacionamento assim com ele.
Quando duas pessoas se amam, uma só tem olhos para a outra, só quer satisfazer a outra, vive exclusivamente para a outra. É por isso que muita gente foge de um relacionamento sério: tem medo de perder a liberdade de solteiro. Mas se você olhar ao redor, verá que o mundo não está cheio de pessoas livres; o mundo está cheio de pessoas solitárias, vivendo apenas para si mesmas.
É claro que um relacionamento real acaba tendo seus próprios limites, acaba sendo um caminho estreito. Quando duas pessoas se amam e assumem um compromisso, elas abrem mão de muitas coisas. Para Jesus ter esse tipo de relacionamento com você, ele abriu mão do céu e veio viver, sofrer e morrer aqui por você. Você seria capaz de morrer por ele?
No pacote de um relacionamento saudável você recebe também a possibilidade de precisar engolir o que o outro diz. Tem gente que concorda com apenas algumas partes da Bíblia. Que tipo de relacionamento é esse no qual você concorda apenas com parte do que o outro diz? Neste caso, "o outro" é Deus e o que Ele diz é sua Palavra, a Bíblia.
"Mas Deus também não concorda com o que eu digo" - você poderá argumentar. Sim, é claro, ele é Deus, ele tem a opinião perfeita e é esta que acabará prevalecendo no final. Mesmo assim ele tem sido paciente com você porque conhece a natureza humana. Quantas vezes você já mudou de opinião na sua vida. E ainda quer discutir com Deus quem está com a razão?
A conversão implica em aceitar a Jesus, não apenas como Salvador, mas também como Senhor, dono, diretor de sua vida. É um relacionamento sim, mas não de igual para igual. Se você acha que pode exigir isso, ainda não entendeu quem ele é. Você seria capaz de falar como Tomé, que ao vê-lo ressuscitado, exclamou: "Senhor meu e Deus meu"?
Ah! Sim, eu sei que há muitos que dizem "Senhor, Senhor" e... bem este é o assunto dos próximos 3 minutos.
18 Os falsos profetas
Leitura: Evangelho de Mateus 7:15-23; Lucas 6:43-45
Jesus avisa para tomarmos cuidado com os lobos vestidos de ovelha, os falsos profetas. Como saber quem são? Pelos frutos. Árvores boas dão bons frutos; árvores más dão frutos ruins.
Mas cabe um alerta aqui: os lobos são sedutores. Além de vestidos em pele de ovelha eles vão querer vender para você a idéia de que seus frutos são bons. Oras, não foi isso o que o diabo fez com Adão e Eva?
Deus tinha avisado que comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era morte certa. Satanás insinuou que Deus estava escondendo deles a melhor parte. Deu no que deu. Adão e Eva foram atraídos pela cobiça dos olhos, pela cobiça da carne e pela soberba da vida. O que os lobos travestidos de ovelhas oferecem? Aquilo que apela para a ganância da carne, dos olhos e do orgulho.
Se você sair pelas ruas convidando pecadores a se arrependerem de seus pecados e a crerem em Jesus para receberem a vida eterna, quanta gente você acha que vai conseguir atrair? Mas, se sair por aí prometendo saúde física, financeira e sentimental, vai atrair uma multidão.
Jesus curou e alimentou multidões, mas o evangelho de João diz que "muitos viram os milagres que ele fazia e creram no seu nome, mas Jesus não confiava neles". Em outra parte ele reclamou que as pessoas iam atrás dele por causa do pão! E você, está atrás de Jesus por que? Para ter saúde física, dinheiro e sorte no amor? Se for assim você será presa fácil dos lobos.
Para todo vigarista existe alguém com o mesmo motivo: lucro fácil. Quem compra o bilhete supostamente premiado do estelionatário não é diferente daquele que vende. "Um bilhete de um milhão e só pago mil?! Eu quero!!!" Por causa da cobiça acaba caindo no golpe. "O pastor diz que se eu der mil para a igreja dele Deus vai me dar um milhão?! Eu quero!!!" Percebeu?
Antes que você caia nessa conversa, Jesus avisa que nem todo aquele que diz "Senhor, Senhor" é genuíno. Dizer que é cristão ou evangélico não garante nada. E ele diz ainda que um dia dirá de pessoas que pregam, curam e expulsam demônios em nome de Jesus que nunca as conheceu.
Mas se os próprios discípulos faziam tudo isso, como distinguir o falso do verdadeiro? Bem, Judas fazia tudo isso, mas estava de olho mesmo era no dinheiro. Por acaso é dinheiro que o pregador ali da esquina pede e oferece? Desconfie.
Desconfie também de você, sim, de seus motivos. O que atrai você a Jesus? O peso de seus pecados e a preocupação com seu destino eterno? Ou será que quer uma solução mágica para conseguir uma mansão com carro importado na garagem?
Quem está de olho na eternidade vai querer uma mansão no céu, não aqui. Porque a mansão lá é eterna, construída sobre a Rocha, e as mansões daqui são passageiras, construídas sobre a areia. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
19 A Rocha
Leitura: Evangelho de Mateus 7:24-29, Lucas 6:46-49
Onde você está construindo sua casa, sua vida: na rocha ou na areia? Jesus compara aquele que lhe dá ouvidos, aquele que coloca em prática o que ele diz, ao homem prudente, que constrói sua casa sobre a rocha. e a Rocha é ele próprio, Jesus.
Muita gente acha as palavras de Jesus bonitas e motivadoras, mas quantos realmente o levam a sério? Não basta você escutar as palavras de Jesus, é preciso crer nele como Salvador e aplicar essas palavras à sua própria vida.
É comum encontrar em casas e empresas uma Bíblia aberta em algum trecho bonito. Será aquilo o alicerce de quem vive ou trabalha ali ou é apenas um objeto de decoração? Ou, talvez, algum tipo de amuleto para espantar a má sorte e trazer prosperidade?
Quem realmente crê em Jesus irá fundamentar toda a sua vida nele e em sua Palavra. Ele é a Rocha eterna, o único terreno seguro quando chega o temporal. Construir sua vida sobre qualquer outro alicerce é ser insensato, como o que constrói sobre a areia. Quando vem o tsunami não sobra nada.
Uma construção sólida exige a sondagem do terreno, ensaios de resistência do solo e perfurações em busca da rocha onde o alicerce possa se apoiar. Você já fez esse tipo de pesquisa em sua própria vida? Você já se questionou para saber se está construindo sua vida sobre uma base que irá permanecer no final?
Outro dia viajei ao lado de um homem muito rico. Durante o vôo ele falava de negócios de milhões, e contou que tinha terminado de construir uma mansão e já tinha comprado um terreno para construir outra maior no ponto mais alto do bairro. Segundo ele, o jeito era gastar enquanto estava vivo, porque depois da morte ele não fazia nem idéia de onde iria parar.
Procurei dizer a ele que Deus queria que ele soubesse a respeito de seu destino eterno, mas ele imediatamente mudou de assunto, dando a entender que não estava nem um pouco interessado. O importante para ele era viver o aqui e agora.
Não perguntei, mas tenho certeza de que, antes de embarcar naquele vôo, ele conferiu a passagem, verificou o número do portão de embarque e ficou atento aos avisos e chamadas para o vôo. Tudo isso para não perder um vôo de pouco mais de uma hora. Mas quando o assunto era sua vida inteira... quanta imprudência.
E você, já verificou se está no vôo certo? Você está atento aos avisos da Palavra de Deus? Tem sua vida firmada na Rocha que é Jesus? Eu e você precisamos dar atenção ao que Jesus diz. Afinal, somos leprosos por natureza. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
20 O leproso
Leitura: Evangelho de Mateus 8:1-4, Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16
Jesus dá início ao seu ministério de curas e milagres para provar suas credenciais. Israel esperava pelo Messias, e Deus queria mostrar que ele tinha poder sobre as enfermidades, a morte e os elementos.
A primeira cura é a do leproso, o que tem grande significado para nós porque a lepra, na Bíblia, é uma figura do pecado. Nascemos pecadores, e se você quiser receber qualquer coisa de Deus deve começar pela cura de seu pecado, por sua salvação.
Isso só é possível porque Jesus morreu em seu lugar para sofrer a pena que você deveria sofrer no lago de fogo por toda a eternidade. Ele substituiu você no juízo divino, ressuscitou e agora todo aquele que crê nele como Salvador recebe a vida eterna. De graça.
A lepra deixa a pessoa insensível à dor, por isso o leproso acaba se ferindo o tempo todo sem perceber. Um simples sapato apertado pode causar uma ferida grave sem que o leproso perceba, e a infecção pode levar à amputação ou até à morte por gangrena. Exatamente como o pecado, que nos torna insensíveis e indiferentes às suas graves conseqüências. A Bíblia diz que, com o pecado, a morte entrou na Criação e todos pecaram.
A primeira coisa que o leproso desta passagem do evangelho de Mateus faz é se ajoelhar e adorar a Jesus. Oras, isso era algo inconcebível para um judeu, que desde criança aprendia que homem algum devia ser adorado, só Deus. Mas aquele homem, Jesus, era Deus.
Se você quer ser perdoado, quer ser purificado de seus pecados, comece reconhecendo quem Jesus realmente é: Deus manifestado em carne. Depois, faça como o leproso, peça para ele purificar você de seus pecados.
Quando o leproso pede por purificação, Jesus faz algo inconcebível na religião judaica: ele toca o leproso. No judaísmo quem tocasse um leproso era contaminado, recebia em seu corpo a lepra do enfermo.
Jesus fez isso por mim e por você na cruz. Ele não apenas nos tocou, mas recebeu sobre o seu corpo todos os nossos pecados, morreu e ressuscitou para nos purificar. Se você espera de Deus algum milagre, comece por este: reconheça-se impuro, enfermo, pecador e peça por purificação. Reconheça que Jesus é Deus, prostre-se diante dele, confesse seus pecados a ele, peça perdão, peça a salvação. Ele quer salvar.
Ele irá tratar de você como tratou do leproso. Mesmo que você não o veja e nem sinta qualquer coisa, ele irá tocar você. Com o servo do centurião romano foi assim. Ele não viu Jesus, não sentiu seu toque, e mesmo assim foi curado à distância. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
21 O servo do centurião
Leitura: Evangelho de Mateus 8:5-13; Lucas 7:1-10
Ao entrar na cidade de Cafarnaum, um centurião romano vem ao encontro de Jesus para pedir-lhe um favor. Um centurião era um comandante das tropas romanas que tinham invadido a judéia. Isso equivalia a um comandante nazista pedir um favor a um francês na França ocupada pela Alemanha na 2ª Guerra.
A prontidão de Jesus em acatar o pedido mostra o quanto ele estava acima de qualquer ideologia política. Muito sangue foi derramado em dois mil anos de história da cristandade por cristãos que quiseram conquistar o poder político neste mundo.
Jesus não se opunha a César, o invasor romano. Ele não tinha vindo conquistar um território, mas salvar pessoas. O inimigo não era o imperador romano, o inimigo era o príncipe das trevas, Satanás.
O favor que o romano pede é que Jesus cure seu servo. "Eu irei", diz Jesus. A resposta do centurião surpreende. Primeiro ele diz que sua casa não é digna de que Jesus entre nela. Se você se considera digno de receber a visita de Jesus, ainda não entendeu quem ele é.
As religiões costumam ensinar que Deus só pode fazer alguma coisa por você se você fizer alguma coisa por ele. Você já ouviu coisas do tipo, "Quer que Deus entre em sua vida? Então deixe de pecar, procure ser uma pessoa melhor, abandone seus vícios e aí Deus irá entrar em sua vida." Oras, isso é o mesmo que chamar o pedreiro depois que você terminou a reforma!
Se o centurião tivesse tentado fazer sua casa digna de receber a Jesus, seu servo teria morrido. Ninguém é digno de receber a Jesus na condição em que se encontra. É ele quem deve fazer a reforma, é ele quem começa curando esse paralítico atormentado que mora dentro de você. Todos nós somos pecadores, paralíticos e incapazes de mover uma palha por nossa salvação. Exatamente como o centurião e seu servo.
O comandante romano reconhece o poder e a autoridade da palavra de Jesus, o Verbo de Deus. Bastaria ele dizer uma palavra e seu servo seria curado. Ele reconhece a Jesus como Senhor, alguém que tem poder e autoridade.
Nem entre os judeus Jesus tinha encontrado tamanha fé. Depois de séculos de privilégio por conhecerem o Deus único e verdadeiro, muitos judeus estavam condenados às trevas por sua incredulidade. Jesus disse: "Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé". Será que hoje ele diria "Não encontrei na cristandade ninguém com tamanha fé?".
Naquela hora o servo do centurião foi curado. No exato momento em que você crê em Jesus como seu Senhor e Salvador, você é salvo. Imediatamente. Não é um processo, uma evolução, é um milagre. Perdoado de todos os seus pecados, livre da condenação, pronto para entrar no céu.
Mas, se quem crê está pronto para entrar no céu, por que não é levado imediatamente para lá? Por que ficar neste mundo de sofrimento e dor? Oras, porque... bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.
22 Salvo para servir
Leitura: Evangelho de Mateus 8:14-16
Você não obtém a salvação por alguma espécie de evolução espiritual, como alguns querem acreditar. Lembre-se de que a idéia básica da teoria da evolução é a da sobrevivência do mais apto, do mais forte. Em outras palavras, segundo os evolucionistas nós só teríamos chegado até aqui porque o mais forte comeu o mais fraco e prevaleceu.
Não existe nada mais contrário à essência do evangelho. Este anuncia que o mais forte, o Filho de Deus, se fez fraco, se fez carne, se fez servo, e se deixou pregar numa cruz por suas próprias criaturas. Depois de atingir o estágio mais baixo ao qual um ser humano pode chegar, a morte, Deus o ressuscitou e o exaltou acima de todos os céus.
Jesus representa assim o que Deus faz com os piores, não com os melhores. O apóstolo Paulo explica em sua carta aos coríntios que Deus não escolheu os mais aptos, os mais fortes, ou mais inteligentes. Deus escolheu salvar a escória deste mundo, os loucos, os fracos, os perdedores, os pecadores, os enfermos da alma. No final, toda a glória da salvação fica para Deus, não para o salvo.
Afinal, esta é a essência da graça. Deus pega o inútil e incapaz e o salva. Mas salva de quê? Do pecado. Salva para quê? A história da cura da sogra de Pedro nos dá a resposta.
Prostrada com febre numa cama, a sogra de Pedro nada podia fazer por si mesma, por Jesus ou por sua família. Jesus vem e a toca e ela fica curada. O que acontece em seguida é digno de nota:
"Ela se levantou e começou a servir a Jesus".
Taí a resposta. Somos salvos para servir, e não o contrário. A religião humana diz que você deve servir, deve trabalhar, se esforçar, para receber a cura para sua alma, o perdão de seus pecados. A Bíblia ensina que nada podemos fazer, a não ser deixar que Jesus nos toque, que ele nos tire da condição de prostração na qual o pecado nos colocou.
Mateus continua dizendo que ao anoitecer foram trazidos a Jesus muitos endemoninhados e enfermos, e ele curou todos eles. Fazendo assim ele cumpria o que disse o profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças". Algum tempo depois ele iria levar sobre si, na cruz, os nossos pecados e ser castigado ali por cada um deles.
Agora, se você crê em Jesus como seu Salvador, fica curado de seus pecados, purificados, pronto para o céu. Por que continua aqui? Para servi-lo e segui-lo. Para servir de testemunho a homens e anjos daquilo que Deus pode fazer com pecadores perdidos como eu e você.
Mas como seguir a Jesus? Bem a resposta você terá nos próximos 3 minutos.
23 A prioridade
Leitura: Evangelho de Mateus 8:18-22
Duas pessoas querem seguir a Jesus: um escriba, que era um entendido da lei e da religião judaica, e um discípulo. Provavelmente eles tenham ficado entusiasmados com todos os milagres e curas que viram e queriam estar sempre ao lado de Jesus. O primeiro diz: "Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores".
Veja bem, ele está afirmando, não está perguntando se pode, algo como "Posso seguir você?". Também não está expressando um desejo do tipo "Quero seguir você". Não, ele está dizendo que vai segui-lo. "Eu te seguirei por onde quer que fores". Não seria isso excesso de autoconfiança? Creio que sim.
Considerando que nunca mais vamos ouvir falar desse escriba nos evangelhos, é provável que toda aquela disposição tenha morrido literalmente na praia. Sim, eles estavam à beira do Mar da Galiléia.
A autoconfiança é muito valorizada em nossa sociedade, mas Deus abomina isso por trazer em seu bojo coisas como independência, auto-suficiência, e vontade própria. No capítulo 15 do evangelho de João Jesus diz: "Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma", e o apóstolo Paulo acrescenta: "É Deus quem opera em vocês tanto o querer quanto o realizar".
Portanto, nas coisas de Deus, tudo o que começa com "auto" está fora: auto-confiança, auto-determinação, auto-ajuda, auto-suficiência e por aí vai.
Jesus mostra ao escriba que ele não tem idéia do que está pedindo. Seguir a Jesus é despachar a bagagem para o céu e viver aqui na expectativa do embarque. As raposas podiam ter sua toca e as aves os seus ninhos, mas para Jesus este mundo não era uma morada definitiva e nem um lugar de descanso. Tampouco é este o destino final do cristão ou um lugar para se acomodar.
O outro homem quer seguir a Jesus, mas tem outra prioridade. "Deixa-me ir PRIMEIRO sepultar meu pai". Seu problema estava na prioridade, na palavra "primeiro". Jesus pede que o discípulo o siga e que deixe os mortos sepultarem os mortos.
Além da lição sobre prioridades ele ensinou a ele outra coisa: neste mundo há duas classes de pessoas, os que estão ocupado com aquele que dá vida e os que se ocupam com as coisas mortas.
Qual daqueles dois homens é você? O escriba auto-confiante que espera uma vida fácil seguindo a Jesus, ou é o homem cuja prioridade era outra e não Jesus? As intenções podem ser boas, mas é preciso entender que Jesus deve ser o começo, meio e fim da vida do cristão. Deve ser o motivo e o objetivo. Não é com auto-confiança que você segue a Jesus, mas com a confiança que vem do alto.
Caso contrário, basta vir um temporal e... bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.
24 A tempestade
Leitura: Evangelho de Mateus 8:23-27; Marcos 4:35-41; Lucas 8:22-25
Vimos Jesus exercendo seu poder e autoridade sobre as enfermidades do leproso, do servo do centurião e da sogra de Pedro. Mesmo assim, quando lemos do diálogo dos dois que queriam segui-lo, aprendemos onde realmente está a resistência: no coração do ser humano.
Para Deus não existe doença mais mortal do que a auto-confiança, do que o orgulho de achar que você é capaz de fazer as coisas em sua própria energia. Não existe doença pior do que a incredulidade.
Agora é hora de Jesus provar seu poder sobre os elementos da natureza, e ele faz isso até dormindo. Anoitecia quando o barco com Jesus e seus discípulos começou a travessia do Mar da Galiléia. No meio do mar uma forte tempestade se abateu sobre o barco que parecia prestes a afundar. Os discípulos estavam desesperados. Jesus dormia.
Acordado por eles, repreendeu primeiro a falta de fé deles, depois os ventos e as ondas do mar. Deve ter sido mais fácil acalmar a tempestade do que os discípulos. Eles estavam surpresos com tamanha demonstração de poder sobre os elementos da natureza.
Não deviam se surpreender. Se eles realmente conhecessem quem era aquele que dormia no barco teriam ficado mais surpresos por saber que, mesmo dormindo, ele estava no controle da situação. A fé não precisa enxergar as circunstâncias mudarem, a fé precisa apenas de Jesus no barco.
Afinal, a Bíblia diz que ele é o criador de todas as coisas; do vento, do mar, da madeira do barco e de seus passageiros. Todas as coisas foram criadas por intermédio dele, e sem ele nada do que existe teria sido feito. É o que diz o primeiro capítulo do evangelho de João. Na carta aos Hebreus diz que ele sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.
Você já convidou o criador e mantenedor do Universo a entrar no seu barco? Você já creu nele como seu Senhor e Salvador? Já reconheceu que ele morreu na cruz e sofreu a pena que você devia sofrer? Você dá mais valor a Jesus do que aos porcos?
Porcos?! Que porcos? Os habitantes da região de Gadara tinham porcos, muitos porcos. Deviam ser bons, porque eles achavam que os porcos valiam mais do que Jesus, mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
25 Demônios e porcos
Leitura: Evangelho de Mateus 8:28-34; Marcos 5:1-20; Lucas 8:26-39
Após Jesus ter apaziguado a tempestade o barco chega ao outro lado do Mar da Galiléia. Aquele que mostrou ter poder sobre as enfermidades e os elementos da natureza vai mostrar que tem poder e autoridade sobre mais de dois mil demônios.
Demônios são anjos que se rebelaram contra Deus muito antes da criação dos seres humanos. O motivo? Orgulho, independência, auto-suficiência - as mesmas coisas que nos fazem passar longe de Deus.
A diferença que existe entre anjos e homens é que um certo número deles foi criado e foi isso. Anjos não procriam, não se multiplicam e também não morrem. Os anjos e demônios que você encontra na Bíblia são os mesmos que estão por aí.
Por não terem sido vítimas de um estímulo ou tentação externa, como aconteceu com Adão e Eva que foram tentados por Satanás travestido de serpente, e também por não morrerem, não há perdão ou salvação para os anjos que pecaram. Mas para os seres humanos há.
Ao contrário do que você vê nos gibis e filmes, os demônios não moram no inferno. Eles estão por aí circulando entre o céu e a terra e se opondo a tudo o que é de Deus. Deus quer salvar? Os demônios querem destruir. Deus quer libertar? Eles querem escravizar. Deus quer aliviar? Eles querem transtornar.
Mas os demônios não apenas influenciam ou prejudicam os seres humanos. Eles podem também dominar as pessoas e até invadir seus corpos, como foi o caso daqueles dois homens possessos que Jesus encontrou assim que desembarcou na região de Gadara. Dois mil demônios tinham tomado posse daqueles homens que viviam loucos e transtornados em meio aos sepulcros.
Os demônios imediatamente reconhecem a Jesus como o Filho de Deus e o adoram. Perguntam a ele por que tinha vindo incomodá-los antes da hora. Sim, porque haverá um dia quando Satanás e seus anjos serão condenados ao lago de fogo que foi originalmente preparado para eles, não para os homens.
Jesus liberta aqueles dois homens expulsando os demônios e permitindo que eles entrem em mais de dois mil porcos que pastavam no local. Os porcos, possessos e enlouquecidos, se atiram pelo despenhadeiro e se afogam no mar, confirmando a vocação dos demônios que é de matar e destruir.
Agora os dois homens libertados encontram-se em seu perfeito juízo e conversam com Jesus enquanto os que cuidavam dos porcos correm à cidade para contar o que tinha acontecido.
A população do lugar vem imediatamente se encontrar com Jesus, não para celebrar ou agradecer a ele por duas vidas salvas, mas para lamentar a perda de dois mil porcos. Antes que a presença de Jesus causasse um prejuízo maior, eles pedem que Jesus caia fora.
Você provavelmente fará o mesmo se der mais importância a porcos do que a Jesus. Mas, enquanto alguns se agarram a seus porcos, outros fazem o possível e o impossível para levar um amigo doente a Jesus para ser libertado. Mas esta história eu vou contar nos próximos 3 minutos.
26 O paralítico
Leitura: Evangelho de Mateus 9:1-8; Marcos 2:1-12; Lucas 5:17-26
Nos últimos 3 minutos você viu Jesus demonstrar ter poder sobre os demônios ou anjos rebeldes, sobre o mar e os ventos. Agora ele vai revelar que conhece os pensamentos das pessoas e que tem autoridade para perdoar pecados. Você ainda tem dúvidas de que estamos diante de Deus feito homem?
Os amigos do paralítico fazem das tripas coração para levar o enfermo até Jesus. São obrigados a descer a maca com o enfermo por uma abertura no telhado, de tanta gente que se apinhava na porta da casa onde Jesus estava.
Jesus vê a fé deles, dos amigos e do paralítico, e... cura o homem? Ainda não. Primeiro ele perdoa seus pecados. Isso mesmo, ele diz: "Seus pecados estão perdoados". Diante daquilo alguns religiosos judeus pensam consigo: "Isso é blasfêmia". Jesus lê seus pensamentos e cura o paralítico para mostrar que tinha poder tanto para uma coisa como para outra.
Por que os judeus consideraram blasfêmia perdoar pecados? Porque só Deus pode fazer isso. Agora preste atenção na reação das pessoas. A multidão fica maravilhada quando vê o paralítico andar, mas isso não aconteceu quando Jesus fez o mais importante: salvar aquele homem perdoando seus pecados.
É assim mesmo. Ficamos impressionados com aquilo que é visível, mas a pessoa que realmente crê em Jesus se ocupa com o mundo invisível, aquele que não depende dos olhos, mas da fé. Pregadores que prometem saúde, prosperidade e sorte no amor são extremamente populares. O que pouca gente percebe é que saúde, prosperidade e relacionamentos afetivos têm data de vencimento, enquanto o perdão dos pecados não. Este é eterno.
Quando a tecnologia permitiu ao homem explorar o mundo submarino descobrimos que existe muito mais vida na água do que fora dela. Quando a fé olha para o invisível enxerga as coisas realmente importantes. Vivemos preocupados com o que é aparente e julgamos segundo as aparências. Por exemplo, você iria querer ser visto por aí acompanhado por ladrões, corruptos e prostitutas? Eram pessoas assim que Jesus atraía e continua atraindo. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
27 Publicanos e pecadores
Leitura: Evangelho de Mateus 9:9-13; Marcos 2:13-17; Lucas 5:27-32
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus perdoar os pecados de um paralítico e depois curá-lo. O milagre visível da cura maravilhou a multidão, mas o milagre invisível do perdão dos pecados, da salvação daquele homem, só gerou indignação entre os religiosos. Afinal, só Deus podia perdoar pecados.
Mateus, o autor do evangelho, é um pecador. Ele sabe disso, tem convicção. Afinal, ser um publicano ou coletor de impostos naqueles dias significava ter uma das profissões mais odiadas. Publicanos eram conhecidos por cobrarem impostos injustos, se aproveitarem do cargo para o enriquecimento ilícito e eram também considerados traidores: trabalhavam para o inimigo, o invasor romano.
Jesus vê Mateus na coletoria, o chama, e Mateus deixa tudo para seguir a Jesus. Muitos escutam esse chamado, esse convite, mas poucos estão dispostos a embarcar nessa aventura de um relacionamento pessoal com o Filho de Deus, aquele que veio chamar pecadores e tem autoridade e poder para perdoar pecados.
Mateus prepara um banquete para Jesus em sua casa e convida seus amigos, obviamente publicanos como ele e outros de reputação questionável. "Como pode o mestre de vocês comer com publicanos e pecadores?", perguntam os religiosos judeus aos discípulos. Aquilo era inconcebível para os religiosos que não se misturavam com gente daquela laia.
"Os sãos não precisam de médico", é o que eles escutam Jesus dizer. "Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento", ele continua. A mensagem é clara. Você está cansado de ouvir os médicos dizerem que o câncer tem cura quando diagnosticado a tempo. Para quem não se acha doente, não tem cura. O mesmo acontece com o pecado.
E Jesus tem mais a dizer àqueles religiosos que se consideravam melhores do que os outros por viverem segundo os preceitos de sua religião: "Eu quero misericórdia, não sacrifícios", diz ele. E Deus só pode exercer sua misericórdia, que é infinita, quando encontra um pecador convicto.
Como Mateus, alguém que sabe que não tem um átomo sequer de bondade para oferecer a Deus, para trocar pelo perdão de seus pecados. Alguém que sabe que sacrifício algum que faça poderá salvá-lo porque o único sacrifício eficaz Deus já providenciou: a morte de seu Filho na cruz para pagar pelos nossos pecados.
Aqueles religiosos fariseus jamais iriam entender a misericórdia e a graça de Deus enquanto continuassem achando que a salvação era por mérito, pela guarda da lei, de preceitos e de mandamentos. Tentar misturar as coisas seria como fazer remendo de pano novo em vestido velho. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.
28 Vinho novo
Leitura: Evangelho de Mateus 9:14-17; Marcos 2:18-22; Lucas 5:33-39
Aquele que nos últimos 3 minutos tinha sido questionado quanto à sua idoneidade por comer com corruptos e pecadores, agora revela mais um lampejo de quem ele realmente era: o noivo.
Quando alguns indagam por que os discípulos de João Batista jejuavam e seus discípulos não, Jesus estabelece uma distinção clara entre o passado e o presente. Não fazia sentido os convidados do noivo jejuarem agora que o noivo estava ali.
A mensagem para qualquer bom entendedor judeu era clara. No Antigo Testamento Deus é chamado de noivo. Aqui Jesus anuncia também sua morte: viria um dia quando o noivo seria tirado. Isso mostra que sua morte não foi um acidente da história, mas algo que fazia parte de um plano maior.
As pessoas precisavam entender que até João Batista havia vigorado uma forma de Deus tratar com o homem. Até então o homem tinha sido provado sob a lei dada a Moisés, e tinha ficado claro que ninguém seria capaz de ser salvo obedecendo os mandamentos. Ali estava o único capaz de obedecer, Jesus, o Filho de Deus, que estava prestes a trocar de lugar conosco. Ele se colocaria no lugar que nós merecíamos estar - sob o juízo de Deus e na morte - e nos colocaria no lugar que ele tinha por natureza e que não merecíamos ter: o céu.
Mas não seria possível receber isso misturando a velha forma de Deus tratar com o homem - a Lei do Antigo Testamento - com a nova - a graça ou favor imerecido. Não seria possível tentar ser salvo por boas obras quando Deus queria salvar por graça, independente da conduta ou boas obras.
Tentar misturar as coisas seria como costurar remendo de pano novo em vestido velho. O rasgo ficaria ainda maior. Ou guardar vinho novo, ainda fermentando, em sacos de couro velho, que já não tinham elasticidade.
Não é justamente isso que as religiões cristãs tentam fazer emprestando coisas do Antigo Testamento? Não emprestam apenas a idéia da salvação pela obediência aos mandamentos, mas também elementos exteriores do culto a Deus.
Você não encontra na doutrina dada à igreja pelos apóstolos em suas cartas coisas como templos, clero e sacerdotes fazendo o meio de campo entre Deus e os homens, usando colarinhos e vestes distintas para se diferenciarem daqueles que chamam de "leigos".
Você também não encontra altares, incenso, rituais... a lista é interminável. Leia as cartas dos apóstolos e você verá que existe uma diferença enorme entre o que os primeiros cristãos faziam e esse cristianismo fantasiado de judaísmo que você encontra por aí.
A diferença entre a salvação por boas obras e a graça - entre judaísmo e cristianismo - é tão grande quanto a diferença entre a morte e a vida. E Jesus está a ponto de demonstrar todo o seu poder trazendo uma menina morta de volta à vida nos próximos 3 minutos.
29 A menina e a mulher
Leitura: Evangelho de Mateus 9:18-26; Marcos 5:21-43; Lucas 8:40-56
Nos últimos 3 minutos você viu que é uma insensatez tentar misturar a lei e a graça, judaísmo e cristianismo, salvação por obras e por fé. É o mesmo que colocar remendo de pano novo em vestido velho ou vinho novo em odres velhos.
Agora Jesus vai se encontrar com duas pessoas, uma velha e outra nova, e vai curar as duas. Uma é menina, de doze anos, filha de um líder religioso, a qual está morrendo. Ué, mas os líderes religiosos não se opunham a Jesus? Sim, a maioria deles. Mas este, com sua filha única morrendo é um exemplo claro de como mudamos de opinião quando a água bate no queixo.
Alguém disse que não existem ateus nos campos de batalha e que as últimas palavras do mais convicto piloto ateu, gravadas na caixa preta do avião prestes a se espatifar no solo, são sempre as mesmas: "Meu Deus!".
Enquanto caminhava em direção à casa da menina que viveu 12 anos saudável e foi surpreendida pela morte, uma mulher que há 12 anos sofria de uma hemorragia aproximou-se de Jesus. Não importa se você é jovem e saudável, a morte sempre está à espreita. E se ela não chegar de forma precoce, como aconteceu com a menina, todos os dias você perde um pouco de vida, como o sangue que se esvaía daquela mulher. Ambas precisavam de Jesus.
A mulher acredita que basta tocar nas vestes de Jesus para ser curada. Faz isso por trás dele, sem perceber que ele já percebeu. Jesus percebe a mais leve manifestação de fé, a mais vacilante aproximação, o mais singelo toque. Ele se volta para a mulher e diz aquilo que todo ser humano devia querer ouvir:
"Tenha ânimo, a sua fé curou você". Algumas traduções trazem o verbo "salvar" em lugar de "curar".
Ao chegar à casa da menina dada como morta, Jesus diz que ela apenas dorme. A morte não é morte quando você tem Jesus ao seu lado. As pessoas no velório riram dele. Enquanto você não tocá-lo com fé, também irá rir dele, sem perceber que sua vida está se esgotando como numa hemorragia. Enquanto não deixar que Jesus pegue você pela mão, como fez com a menina morta, continuará zombando, ignorando que, espiritualmente, você já morreu.
"Menina, eu lhe ordeno, levante-se!" Ah, nada como uma ordem, um comando de Jesus, para trazer alguém da morte para a vida. Um dia essa ordem será dada, não apenas para uma menina que voltará a morrer depois, mas para milhões de pessoas que creram e terão seus corpos ressuscitados para viverem para sempre. Você estará entre elas?
Para entender isso é preciso que você peça a Jesus que ajude você a enxergar. Como ele fez com os dois cegos dos próximos 3 minutos.
30 Vida, visão e testemunho
Leitura: Evangelho de Mateus 9:27-34
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus trazer a menina morta de volta à vida. Agora ele vai curar dois cegos e um mudo. A ordem desses eventos traz uma lição para nós.
A Bíblia descreve o homem como espiritualmente morto em seus pecados. Portanto eu e você nascemos insensíveis, incapazes de perceber o peso de nossos pecados ou de avaliar o juízo que pesa sobre nós. Se você ainda não crê em Jesus como seu Salvador, esta continua sendo sua condição.
É preciso receber a vida de Deus; é preciso você nascer de novo, até para ter sensibilidade suficiente para perceber sua condição.
A convicção de seus pecados e o arrependimento não vêm de uma grande sacada que você teve ou como conseqüência de sua espiritualidade. Nem é fruto da comparação que você faz de suas atitudes com uma lista de leis e mandamentos, mesmo porque muita gente nem considera como pecado aquilo que a Bíblia diz ser. A convicção genuína só acontece por obra do Espírito Santo e por meio da vida que você recebe de Deus.
Os dois cegos pedem a Jesus que tenha compaixão deles e o chamam de "Filho de Davi". Eles reconhecem que Jesus é o Messias, o Enviado a Israel. O livro do profeta Isaías garantia que o Messias seria capaz de livrar os cegos da escuridão, e é nisso que aqueles dois cegos crêem.
Primeiro eles precisaram crer para depois ver. Percebe que é exatamente o oposto de "ver para crer"? Sua salvação também depende de crer para ver. Antes mesmo de você ganhar visão suficiente para compreender a Palavra de Deus é preciso que creia em Jesus como seu Salvador.
Em seguida trazem a Jesus um homem mudo e endemoninhado. O demônio é expulso e o mudo passa a falar. Enquanto a multidão se maravilha dizendo que nunca viram isso em Israel, os fariseus ficam indignados.
Você percebeu a ordem dos eventos? A menina recebeu vida, os cegos receberam a visão e o discernimento, e o mudo passou a falar, dando seu testemunho. É preciso nascer de novo, receber a vida, a salvação e a visão de Deus, para poder falar das maravilhas que ele preparou para todo aquele que crê. Tudo vem de Deus para que toda a glória seja dada a ele.
Da próxima vez que alguém lhe falar de Jesus, pergunte se essa pessoa tem certeza do perdão dos pecados e da vida eterna. Se não tiver, pode ser que ela acredite que vida, visão e salvação sejam coisas recebidas por esforço próprio. Ela pode achar que o fato de falar de Jesus para outros conta pontos para ser salva. Não conta.
Somente aqueles que receberam de Jesus a salvação pela fé podem falar com certeza para um mundo que mais parece um campo pronto para a colheita. É o que vamos ver nos próximos 3 minutos.