É uma área exclusiva onde pessoas e empresas podem anunciar online veículos, imóveis e serviços dentro da plataforma MercadoLivre. Classificados Veículos é o líder no seu segmento, segundo dados da comScore Media Metrix e da Experian Hitwise. Contabiliza milhões de usuários cadastrados e oferece um mercado online para a negociação de uma ampla variedade de bens e serviços de uma forma fácil, segura e eficiente.
Maria e Marta são muito diferentes entre si. Marta parece ser mais racional e indagadora. Maria, por sua vez, tem uma personalidade mais contemplativa.
Alguém poderia achar Maria mais "espiritual" do que Marta, mas nossas características naturais de nada servem para Deus. Elas são qualidades que foram contaminadas pelo pecado.
Mesmo assim Deus respeita essa diversidade e é capaz de atender a cada um conforme as suas particularidades. Repare que tanto Marta quanto Maria vão se encontrar com o Senhor dizendo a mesma coisa: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido".
Para a racional Marta o Senhor explica que ele é a ressurreição e a vida, que quem vive e crê nele não morrerá eternamente, e ainda a desafia com uma pergunta: "Crês tu isso?". Marta responde que sim, que crê que ele é o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. E corre chamar Maria, dizendo: "O Mestre está aqui e te chama".
Ao se encontrar com Marta, Jesus fala. Ao se encontrar com Maria, ele perde a fala. Quando Jesus vê Maria chorar, a versão em português diz que ele "moveu-se muito em espírito e perturbou-se". A palavra grega traduzida aqui como "perturbou-se" é a mesma que em Marcos 14:5 é traduzida como "bramavam contra ela".
Lá as pessoas se indignaram com o aparente desperdício de perfume que a mulher derramou sobre a cabeça de Jesus. Aqui, diante do túmulo de Lázaro, Jesus fica indignado com o desperdício da vida. Por isso ele chora. Os judeus o veem chorar e comentam: "Vejam como ele amava Lázaro". Mas por que ele choraria por Lázaro se sabia que minutos depois iria transformar o funeral em festa?
Jesus chora por causa do estrago que o pecado e a morte causaram na criação. Ele chora por mim; ele chora por você; ele chora por nossa dor, nossa aflição e pela saudade que a morte traz. Um pouco antes era Jesus Deus quem falava com Marta em verdade. Agora é Jesus Homem quem fala com Maria em humanidade.
Você precisa de Jesus porque ele é Deus Todo-Poderoso manifestado em verdade. Você precisa de Jesus porque ele é Homem, manifestado em graça. Nele graça e verdade se encontraram. Deus, em toda a sua perfeição, e Homem, capaz de entender seu sofrimento e chorar com você quando você chora. Isso sem perder um átomo sequer de sua divindade.
Nos próximos 3 minutos o Verbo de Deus ressuscita o morto.
Quatro mil anos depois da queda de Adão, que levou o homem à morte, Jesus está parado diante do sepulcro de um Lázaro morto há quatro dias. Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos como um dia.
Ele ordena que a pedra que bloqueia a entrada da gruta seja tirada, porém Marta protesta. Afinal, um cadáver de quatro dias já cheira mal. Mas Jesus cobra de Marta a fé que contempla o invisível e torna realidade o impossível. Jesus podia muito bem tirar ele mesmo a pedra, ou até fazer Lázaro atravessá-la, mas então não haveria o ato de crer, que vem antes de ver; o exercício da fé, esse passo de certeza que desafia todo o ceticismo da razão.
Nos evangelhos encontramos Jesus ora emprestando dos discípulos os poucos pães e peixes que carregam, ora passando lama nos olhos do cego e indicando um determinado tanque para ele ir se lavar. A obra certamente é de Deus, mas ele quer que o homem responda ao comando da sua Palavra, mesmo que esteja morto. Para isso ele antes dá vida, como faz com Lázaro aqui.
Primeiro Jesus se dirige ao Pai dizendo: "Pai, graças te dou porque me ouviste". Porque me ouviste? Mas quando foi que ele falou com o Pai? O que foi que ele pediu e em quê o Pai lhe atendeu? Certamente ele está se referindo a uma oração feita na comunhão secreta entre Jesus e seu Pai. Antes mesmo de ordenar que Lázaro saia vivo do sepulcro, o Filho já teve seu pedido atendido e esta oração audível é apenas para que os presentes creiam que o Pai enviou o Filho. O próprio Jesus explica isso após suas palavras de gratidão.
Então vem o brado: "Lázaro, vem para fora!". A mesma Palavra de Deus que trouxe o Universo à existência agora tira da morte um corpo em decomposição e o traz para fora ressuscitado. O modo como Lázaro sai do túmulo é uma incógnita, pois sabemos que ele está com as mãos e os pés atados. É necessário que o desamarrem para que ele consiga andar, e mais uma vez Jesus deixa aos homens essa tarefa.
A história termina dizendo que "muitos... que tinham vindo visitar Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele". É uma pena que ali diga "muitos" e não "todos". Hoje há milhões de pessoas que vivem indiferentes ao brado de Jesus: "Vem para fora!". Será você uma delas?
O que o faz pensar que pode esperar para decidir mais tarde dar ouvidos à voz de Jesus? Não importa qual seja a sua idade, a qualquer momento poderá fechar a janela da oportunidade que Deus determinou para você. Seu coração tem um número finito de batimentos. Quando você menos esperar, ele irá parar.
É bem significativo vermos que a vida que Jesus dá a Lázaro terá um preço: a sua própria vida. Nos próximos 3 minutos os judeus tramam como irão matá-lo.
Quatro dias antes da cena que acabamos de ver diante do túmulo de Lázaro, os discípulos de Jesus o aconselhavam a não voltar à Judéia para não ser apedrejado. Jesus respondeu revelando que Lázaro já estava morto e que ele iria até lá para ressuscitá-lo.
Ele acrescentou que era grato por não estar lá quando Lázaro adoeceu, pois poderia curá-lo. Ao permitir que a morte levasse seu amigo, Jesus dava aos discípulos a oportunidade de crerem nele, não só como o Messias de Israel, mas como o próprio Deus encarnado, o Senhor da ressurreição e da vida.
Você viu que o texto menciona Tomé logo depois dessa breve lição sobre crer? Tomé é conhecido por sua incredulidade, mas o versículo 16 dá a ele um voto de confiança:"Disse, pois, Tomé... aos seus condiscípulos: Vamos nós também para morrermos com ele". Tomé amava o Senhor ao ponto de estar disposto a morrer com ele, e o Espírito Santo fez questão de registrar isto nas páginas sagradas.
O Senhor conhece nossas fraquezas, mas não deixa de reconhecer que o amamos. Ele não busca por super-homens e super-mulheres, mas por seres humanos iguais a você e a mim, com falhas, dúvidas e temores. Porém o amor lança fora o temor. Vivemos confiantes quando entendemos o quanto Deus nos ama. Mas o quanto Deus nos ama?
A resposta é simples: a medida do amor de alguém está no valor daquilo que essa pessoa está disposta a dar como prova desse amor. "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito". Esta é a medida do amor de Deus por mim e por você. Se você tem um filho, certamente iria preferir morrer a entregá-lo à morte."Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores".
A ressurreição de Lázaro é o estopim dos eventos que culminam com a prisão e morte de Jesus. Alguns dos que veem Jesus ressuscitar Lázaro creem nele e decidem segui-lo. Outros parecem gostar mais de jogar lenha na fogueira do que de desfrutar da companhia de Jesus. Estes vão correndo contar aos religiosos judeus.
"Então os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e diziam: Que faremos? Porquanto este homem vem operando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação".
Pobres judeus! Temem perder o que os romanos já tiraram deles há muito tempo. Aqui Israel é uma nação invadida e tributária do invasor romano. Pobre incrédulo! Teme perder o que Satanás já tirou dele há muito tempo. Assim como os judeus de então, cada ser humano é uma nação invadida e tributária do invasor de sua mente e vontade: o diabo.
Nos próximos 3 minutos Deus usa o sacerdote Caifás para anunciar que um homem deve morrer pela nação de Israel.
Uma das chaves para se entender a Bíblia é o capítulo 9 de Gênesis. Após julgar a maldade humana, Deus estabelece novas regras para os sobreviventes do dilúvio, Noé e sua família. O fundamento do recomeço está no sacrifício que Noé faz sobre um altar no final do capítulo 8, uma figura de Cristo morrendo para garantir a sobrevivência do homem.
Isto é prefigurado também na permissão que Deus dá a Noé e seus descendentes para que se alimentem da morte dos animais. Antes disso os seres humanos eram vegetarianos e os animais não fugiam deles. A partir daquele momento Deus coloca nos animais o medo dos homens.
Ali Deus também estabeleceu o governo humano, delegando ao homem poder de vida e morte sobre seus semelhantes. Quem derramasse o sangue de alguém poderia ter seu sangue derramado pela autoridade. O apóstolo Paulo fala disso no capítulo 13 de Romanos:
"Não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas... Aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu... Se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal".
Repare que a autoridade tem o direito de usar a espada. Governo e pena de morte são duas coisas que Deus instituiu e nunca revogou. Porém, quando a autoridade faz a sua própria vontade, terá de prestar contas disso, mesmo que seus atos sejam usados por Deus para cumprir seus planos eternos. Isso vale para as autoridades de Israel e de Roma que condenaram Jesus à morte. Quando Pilatos se gabar de sua autoridade para soltar ou crucificar Jesus, receberá dele a resposta: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado".
Em nosso capítulo 11 do evangelho de João, os sacerdotes judeus e os fariseus estão preocupados: "Que faremos? Porquanto este homem vem operando muitos sinais". É curioso que muitos hoje duvidem dos milagres que Jesus fazia, sem nunca terem morado na Judéia há 2 mil anos. No entanto, os inimigos contemporâneos de Jesus viam seus milagres, reconheciam que eram genuínos, e se preocupavam com eles.
O sumo sacerdote, Caifás, profetiza: "Vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda". Ele não diz isso de si mesmo, mas Deus revela através dele que Jesus seria morto para reunir num só corpo todos os salvos dentre os judeus e os gentios.
Ironicamente, foi justamente por tentarem se livrar de Jesus para não perderem sua nação, que os judeus a perderam. Ironicamente também, aqueles que hoje tentam se livrar de Jesus, por medo de perderem sua vida aqui, irão perdê-la eternamente.
Nos próximos 3 minutos vemos a nova vida manifestada em comunhão, serviço e adoração.
O capítulo 12 do evangelho de João abre com uma cena que representa bem a nova vida em Cristo. Estamos outra vez em Betânia, naquele lar onde Jesus tem o prazer de estar, cercado por Lázaro, Marta e Maria. Os três nos ajudam a enxergar melhor o que é ter a Jesus como o único centro de comunhão, serviço e adoração.
Lázaro representa a nova vida, vivida em comunhão com Jesus no poder da ressurreição. Há pouco ele era um homem morto, mas foi chamado para fora da morte por Jesus. Agora seu prazer está em passar seu tempo na presença daquele que o salvou.
Marta está ocupada em servir, mas não como da outra vez, quando foi repreendida por fazer do serviço o centro de suas atenções. Em Lucas 10:40 diz que Marta "andava ocupada com muito serviço". Lá ela reclamava por ter de fazer tudo sozinha, enquanto Maria ficava aos pés de Jesus ouvindo sua palavra. O Senhor a repreendeu, então, com estas palavras: "Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada".
Agora, em nosso capítulo, Marta, que viu seu irmão ressuscitar, também serve em novidade de vida. O centro de suas atenções não está mais no serviço, mas no Senhor a quem ela serve. Ela aprendeu a se ocupar com Jesus, e com ele somente.
Maria continua aos pés de Jesus, porém agora não está ali como aluna, mas como adoradora. Ela derrama um perfume caríssimo sobre seus pés e os enxuga com seus cabelos. Por mais que serviço e aprendizado sejam importantes, o Pai não busca por servos ou alunos. O Pai procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
Porém não existe adoração real se esta não estiver focada no fundamento da obra de Jesus: seu sacrifício na cruz. Ele próprio ensina isto, ao dizer que aquilo que Maria faz aponta para a sua morte.
No céu os salvos irão adorar ao Cordeiro que foi morto e com o seu sangue comprou para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. Na terra, a expressão máxima da adoração está no "Fazei isto em memória de mim". Na ceia, pão e vinho são um retrato do corpo e do sangue de Jesus sacrificado. Mas mesmo ali, não é o pão e o vinho o centro das atenções, mas o que eles representam: Jesus na morte.
Quando Jesus curava doenças ou multiplicava os pães, era seguido por multidões interessadas em boa saúde e barriga cheia. Mas, quando o assunto é adoração, vemos estes três irmãos em sua presença, tendo a ele como o centro das atenções. O que atrai você? Um pregador eloquente, uma banda afinada, um show de milagres... ou só Jesus?
Nos próximos 3 minutos Judas troca Jesus pelos pobres.
Quem lê o início do capítulo 12 de João tem a impressão de que Jesus está ali apenas com Lázaro, Maria e Marta. Mas o versículo 4 revela que tinha muito mais gente na casa. Os outros apóstolos estavam ali, e outros correram para lá querendo ver Jesus e Lázaro, o ressuscitado.
Mesmo assim, os primeiros versículos representam uma espécie de ilha de tranquilidade, comunhão e adoração, da qual participam apenas Jesus, Lázaro, Marta e Maria. Em redor há um mundo de indiferença e interesses escusos, como é escuso o interesse de Judas pelo perfume que Maria derrama nos pés de Jesus.
"Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?" - reclama Judas. Um denário era a moeda de prata correspondente a um dia de trabalho, portanto Maria derrama aos pés do Senhor meses de economia. Mas Judas, que em poucos dias irá trair seu Mestre por um décimo desse valor, acha um desperdício.
Aparentemente Judas retruca por uma boa causa: dar o dinheiro aos pobres, e é aí que mora o perigo. Toda mentira diabólica tem sempre um fundo de verdade. Ouvi dizer que veneno de rato é 99% milho e 1% estricnina. O veneno mortal é muito pouco, mas suficiente para não ser notado em meio à quase totalidade de alimento real.
No capítulo 3 de 2 Timóteo Paulo alerta para os falsos pregadores dos últimos dias: como Judas, eles têm aparência de piedade e são gananciosos, ou seja, adoram dinheiro. Sua especialidade é atrair mulheres levadas por várias concupiscências. Concupiscência não é um desejo por coisas más, mas um desejo extremo por qualquer coisa, inclusive coisas lícitas como saúde, dinheiro e felicidade no amor.
Maria age corretamente ao gastar o que tinha de valor com Jesus. Sempre que ela quisesse ajudar os pobres, haveria pobres para serem ajudados, mas esta ocasião é única. Em breve ela já não poderá contar com a presença física do Senhor. Ele está prestes a morrer.
Algumas oportunidades surgem e desaparecem em questão de minutos. Se não forem agarradas na hora, podem nunca mais voltar. Nos evangelhos vemos pessoas fazendo coisas ridículas, só para não perderem a oportunidade de um encontro pessoal com Jesus. Com o baixinho Zaqueu foi assim. Homem rico e importante, ele não deu a mínima para o que os outros poderiam pensar. Subiu numa árvore só para ver Jesus passar.
E você, estaria disposto agora mesmo a fazer como Maria e entregar o que tem de mais precioso a Jesus? Sua vida, por exemplo. Estaria pronto a enfrentar o desprezo de amigos e familiares para receber o Salvador, como fez Zaqueu? Então agarre esta oportunidade e creia agora no Salvador que morreu por você.
Nos próximos 3 minutos veremos o que pode acontecer com quem não agarra uma oportunidade assim.
Judas é uma figura do homem religioso, que teve a chance de ser salvo e não foi. É de pessoas assim que fala o capítulo 6 da carta aos Hebreus. Pessoas que perderam a chance de serem salvas. Lá diz:
"É impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento".
Judas foi iluminado. Andou na presença da luz do mundo, mas escolheu as trevas. Eleprovou da dádiva celestial - Cristo - como quem apenas prova uma bebida sem querer bebê-la. Teve a sua parcela dos benefícios do Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo vindouro, mas cauterizou a própria consciência.
A boca de Judas provou e pregou a boa Palavra de Deus, e ele também experimentou os poderes ou milagres do mundo vindouro. Mesmo assim decidiu não crer. É impossível alguém se arrepender depois de rejeitar tantas oportunidades.
Quem visse Judas andando com Jesus jamais duvidaria de sua fé. Mas essa fé nunca existiu. Judas apenas vestiu uma fantasia cristã, como muitos fazem, sem crer em Cristo como Senhor e Salvador. Todos gostam da ideia de um Jesus Salvador, mas nem todo mundo o quer como Senhor ou dono absoluto de sua vida e vontade.
Tudo o que fazemos de vontade própria é rebelião contra Deus. Quando andou aqui, Jesus deixou claro que seu desejo era fazer a vontade do Pai, não a sua própria vontade. Oras, se ele, que é Deus e Homem, sem pecado, cuja vontade é mais que perfeita, não quis fazer sua própria vontade, o que dizer de nós, fracos e pecadores?
Sabe o que significa a palavra "pecado"? Em 1 João 3:4 diz que "qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; o pecado é iniquidade". Algumas versões da Bíblia trazem que "o pecado é a transgressão da Lei", mas é um erro de tradução, pois o pecado existia antes da Lei dada a Moisés. O sentido original é que pecado é ser governado pela vontade própria, que é o mesmo de estar desgovernado.
Assim tinham sido os cristãos de Éfeso antes da conversão, e Paulo lhes lembra disso na carta aos Efésios, capítulo 2: "Estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos".
É hora de você submeter sua vida e vontade ao Salvador e Senhor Jesus para ser salvo eternamente. Esta é a sua oportunidade. O que pode acontecer se não fizer isso? Veremos nos próximos 3 minutos... se você ainda tiver 3 minutos.
Algumas coisas podem fechar de vez a janela de oportunidade que Deus oferece para você ser salvo. Um acidente ou enfermidade que o torne incapaz de decidir é uma delas. A menos que você seja um feto, uma criança ou nasceu incapaz de responder por seus atos, o pleno domínio de suas faculdades mentais o torna responsável por suas decisões.
Isso não ocorre apenas nas coisas de Deus, mas até na lei dos homens, que diz que ninguém pode alegar desconhecer a lei. Do mesmo modo ninguém será tido por inocente diante de Deus. Quer saber como?
Você já julgou as ações de outra pessoa? Então você está apto a julgar a si mesmo e isso o torna responsável diante de Deus. Na carta aos Romanos, Deus afirma: "És inescusável, ó homem, qualquer que sejas, quando julgas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, praticas o mesmo" Rm 2:1.
Além de uma enfermidade que o impeça de tomar a decisão de crer em Jesus, a morte também pode por um fim às suas chances. Neste exato momento no necrotério mais próximo de sua casa existe alguém que ontem não fazia ideia de que hoje estaria deitado ali.
Outra coisa que pode impedir você de crer, após ter escutado o evangelho, é o arrebatamento da Igreja descrito em 1 Tessalonicenses 4:16: "O próprio Senhor descerá do céu... e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor"
O arrebatamento podia ter ocorrido já nos dias de Paulo, por isso ele se inclui dizendo"nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados". Não existia coisa alguma que devesse ocorrer antes, e continua não existindo, exceto a paciência de Deus em aguardar que mais gente se converta. Porém, uma vez dada a ordem da partida, a Bíblia diz que isso acontecerá em um piscar de olhos. E depois?
Bem, depois o mundo seguirá sem os restos mortais dos que morreram na fé desde Abel e sem os verdadeiros cristãos que estiverem vivos nesse momento. Os primeiros ressuscitarão e os outros serão transformados. Se você quer saber a explicação que os jornais darão no dia seguinte para a falta de tanta gente, terá de comprar os jornais do dia seguinte. Mas aí será tarde demais para você.
Antes da minha conversão na década de 70 me envolvi com esoterismo. Na época havia uma teoria de que um planeta passaria perto da Terra e as pessoas menos evoluídas espiritualmente seriam tiradas daqui e levadas para lá por extraterrestres. O mundo ficaria livre delas para viver uma nova era de paz e prosperidade. Segundo aquela ideia esotérica, hoje eu seria um dos atrasados que serão tirados daqui.
Nos próximos 3 minutos veja o que acontecerá aos que forem deixados para trás.
O capítulo 4 de 1 Tessalonicenses fala do arrebatamento da igreja. O capítulo seguinte fala do dia do Senhor. O arrebatamento era um mistério desconhecido dos profetas do Antigo Testamento e só revelado a Paulo, como ele explica em 1 Coríntios 15. Já o dia do Senhor era bem conhecido dos judeus como um tempo profético de juízo e tribulação.
A bendita esperança do crente em Jesus é o arrebatamento, porém o dia do Senhor é a perspectiva aterradora para os que forem deixados para trás. Ele é comparado a um ladrão que ataca de noite. O capítulo 2 de 2 Tessalonicenses dá detalhes do que acontecerá após o arrebatamento da igreja. Mas que igreja é essa que será arrebatada do mundo, e quem faz parte dela?
Bem, na Bíblia igreja nunca é um edifício de tijolos, mas é uma casa espiritual construído com pedras humanas sobre o alicerce dos apóstolos e profetas do Novo Testamento, e tendo a Jesus como pedra de esquina. A igreja da Bíblia não é denominada "Igreja X" ou "Igreja Y", e nenhum de seus membros a chama de "minha igreja" ou "igreja do pastor fulano". É a igreja de Deus e só Jesus a chama de "minha igreja".
Você não consegue tornar-se membro dela, porque é Jesus quem acrescenta a ela os que vão sendo salvos. Por ser esta igreja o corpo de Cristo, nem você, nem o pecado e nem o diabo é capaz de arrancar um membro desse corpo. A igreja é formada por todos - sim, TODOS - os que creem em Jesus, que tiveram seus pecados lavados pelo sangue derramado na cruz e receberam o Espírito Santo. Mesmo porque "quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" Rm 8:9.
Depois do arrebatamento da igreja o mundo ficará à mercê do diabo e de seu anticristo. A apostasia, ou abandono da verdade, que já pode ser vista por aí, correrá solta, até o anticristo se apresentar como Deus. Antes do arrebatamento o Espírito Santo estava no mundo habitando na igreja e nos crentes individualmente, mas então não haverá mais impedimento para a deterioração completa do mundo.
Por mais que as coisas pareçam ruins hoje, elas ainda têm Deus no controle. Quando Pilatos se gabou de ter autoridade para soltar ou crucificar Jesus, ficou sabendo que só tinha tal autoridade porque a recebeu de Deus. Além do controle que Deus exerce hoje sobre os governos humanos, o Espírito Santo nos crentes também forma uma barreira à total manifestação do mal.
Quem crê em Jesus é sal e luz neste mundo, e o sal é usado para preservar a carne. É também luz, e basta saber que a iluminação pública inibe a prática criminosa para você entender essa influência. Os cristãos sempre foram os estraga-prazeres neste mundo, mas com o arrebatamento o problema acabará e quem ficar no mundo poderá viver do jeito que o diabo gosta. Literalmente.
Nos próximos 3 minutos Deus manda a operação do erro.
Ao falar do arrebatamento da igreja, Paulo se incluiu entre os que participariam dele. Ele diz: "nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados". Será que ele não leu Mateus 24:14, que diz que "evangelho do reino será pregado no mundo inteiro... e então virá o fim"? Daria tempo de o evangelho ser pregado no mundo inteiro no período de vida de Paulo?
Acontece que Mateus fala do evangelho do reino, e não do evangelho da graça que hoje é pregado. O evangelho do reino anunciava a chegada do Messias e Rei dos judeus, foi pregado por João Batista e pelos apóstolos, e voltará a ser pregado pelos que se converterem após o arrebatamento da igreja. Jesus é o Rei dos judeus, mas a Bíblia nunca diz que ele seja rei dos cristãos. Para os cristãos ele é Senhor.
Uma das chaves para se entender a Bíblia está em entender que Deus tem um povo, Israel, escolhido desde a fundação do mundo, e outro povo, a igreja, escolhido antes da fundação do mundo. Israel recebeu promessas de bênçãos terrenas; a igreja recebeu promessas de bênçãos celestiais. Daí o contraste entre o Antigo e o Novo Testamento.
Quando Israel rejeitou seu Rei e o pregou na cruz, o relógio profético parou quando faltavam 7 anos para o fim do mundo atual e o início do reinado de mil anos de Cristo. Deus abriu um parêntese na história para inserir aí a igreja, mas não disse quanto tempo esse parêntese iria durar. Por isso Paulo aguardava o arrebatamento a qualquer momento.
O parêntese será encerrado com o arrebatamento, e então o relógio profético voltará a bater seus últimos sete anos. Nesse período, um remanescente judeu se converterá ao Messias e o evangelho do reino voltará a ser pregado, anunciando a volta do Rei Jesus."O evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim", quando Jesus voltará com a igreja, para inaugurar seu reino de mil anos. É por isso que o capítulo 3 de 1 Tessalonicenses termina falando da"vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos". São os que tinham sido arrebatados.
Agora preste atenção: após o arrebatamento da igreja só irá se converter quem ficou no mundo e nunca escutou o evangelho da graça. E os que escutaram e foram deixados para trás? Deus fará com que estes acreditem na mentira do anticristo. É o que a Bíblia chama de "operação do erro" em 2 Tessalonicenses 2. Se essa pessoa for você, saiba que tudo o que o separa de crer no anticristo é um "piscar de olhos".
Não acredite nos livros que mostram cristãos se convertendo após o arrebatamento, ou em vídeos com gente dentro de um templo esvaziado pelo arrebatamento, caindo de joelhos e pedindo perdão a Deus. "Porque não receberam o amor da verdade para se salvarem... Deus lhes enviará a operação do erro" - um poder sedutor - "para que creiam a mentira". 2 Ts 2:10-11
Voltando ao capítulo 12 do evangelho de João encontramos uma cena diferente. As ruas de Jerusalém estão cheias de peregrinos, quando começa a circular a notícia de que Jesus virá à cidade. A multidão sai para esperar aquele que ressuscitou Lázaro.
Nem mesmo os discípulos, que conheciam as escrituras, percebem que isso é o cumprimento das palavras do profeta Zacarias: "Não temas, ó filha de Sião! Eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta". Aquele que um dia virá montado nas nuvens do céu, agora entra em Jerusalém montado em um jumentinho.
A multidão lança ramos de palmeiras em seu caminho e clama empolgada: "Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor". "Hosana" significa "salva-nos, te suplicamos", mas a salvação que o povo espera é a libertação do invasor romano. Em poucos dias essas mesmas pessoas irão clamar "Crucifica-o! Crucifica-o!" e, depois de coroá-lo com espinhos, darão a ele um trono singular: a cruz.
Ninguém quer um Jesus manso e humilde, mas um Rei poderoso e implacável. O que aqueles judeus não entendem é que Israel tem maior culpa que os romanos, por falhar em ser um testemunho de Deus no mundo. Seiscentos anos antes Deus falara pelo profeta Ezequiel:
"Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações, estando os países ao seu redor; ela, porém, se rebelou perversamente contra os meus juízos, mais do que as nações, e os meus estatutos mais do que os países que estão ao redor dela" Ez 5:5.
Se você se diz cristão, se orgulha de conhecer a Palavra de Deus e sai por aí proclamando "Hosana!" e "Aleluia!" como se fossem palavras mágicas, saiba que aquelas pessoas também faziam isso. Elas queriam um Jesus que as libertasse da opressão, multiplicasse o pão e curasse seus enfermos. Um Jesus talismã da prosperidade.
Talvez você diga que hoje os tempos são outros e os cristãos realmente estão dando um bom testemunho neste mundo. Então eles devem ser diferentes daqueles que Paulo denuncia em 1 Coríntios 5 como piores que os pagãos: "Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de alguém de vocês possuir a mulher de seu pai".
Infelizmente a ruína da cristandade tem 2 mil anos de história, e hoje um cristão sincero tem dificuldade para testemunhar de sua fé. Para o incrédulo, ou ele é o pregador esperto que pede dinheiro, ou o crente bobo que dá. Mesmo assim sempre haverá pessoas como os gregos do versículo 21 deste capítulo 12 de João. "Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, com um pedido: Senhor, queremos ver Jesus". E você? Quer ver Jesus ou está em busca de outras coisas?
Nos próximos 3 minutos o grão de trigo avisa que vai morrer.
Se você entender o que Jesus diz no versículo 23 do capítulo 12 de João, verá que ele fala do fim do homem em sua condição terrena. "É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto".
Acompanhe meu raciocínio: Os gregos ou gentios expressam seu desejo de ver Jesus, enquanto os judeus o aclamam como Rei, antes de o entregarem aos romanos para ser morto. Aquela é uma sociedade fundamentada numa tríplice cultura, como mais tarde os dizeres na cruz comprovariam: a frase "ESTE É O REI DOS JUDEUS" foi escrita em caracteres gregos, romanos e hebraicos.
Vivemos numa sociedade que herdou suas crenças religiosas do judaísmo, seja você cristão ou muçulmano. Ao mesmo tempo nossa organização social, política, jurídica e militar é romana em sua essência, e nosso pensamento está impregnado de filosofia grega. E é para esse grego que trazemos em nós que Jesus fala aqui.
Nos tempos do Novo Testamento a filosofia grega ia desde os que queriam aproveitar o aqui e agora até os que acreditavam na imortalidade da alma. Para uns, entregar a própria vida era um desperdício. Para outros, ressuscitar não passava de ficção. Ao falar do grão de trigo que precisa morrer para dar fruto Jesus está falando de sua morte e ressurreição, uma loucura para qualquer grego.
Em Atos 17 os atenienses ficam divididos com o que Paulo diz no Areópago. "Quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez". Alguns creram, mas precisaram abandonar seu pensamento filosófico, pois a ressurreição não cabia nele.
Paulo mostra isso em 1 Coríntios, ao dizer que "a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus". Deus destruiria a sabedoria dos sábios e a inteligência dos inteligentes, tornando louca a sabedoria deste mundo, a mesma sabedoria que os gregos vendiam e a sociedade moderna comprou.
O evangelho nada tem a ver com sabedoria humana, mas com a que é ensinada pelo Espírito de Deus e entendida pelos que possuem a mente de Cristo. A cartada final contra a sabedoria humana acontece no capítulo 15 de 1 Coríntios: "Como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé... Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem".
Ao crer em Cristo você leva o pacote completo que inclui morte e ressurreição. Ontem um Homem morreu em seu lugar para pagar pelos pecados que você cometeu. Hoje esse Homem está no céu, em carne e ossos. É disso que falaremos nos próximos 3 minutos.
Para entender como a morte e ressurreição de Jesus são essenciais ao cristianismo, leia o capítulo 15 de 1 Coríntios. Ali o apóstolo Paulo resume o evangelho da seguinte forma: "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras... foi sepultado... e foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras".
Primeiro, o evangelho ou "boas novas" está em conformidade com as Escrituras, neste caso aquilo que hoje chamamos de Antigo Testamento que os judeus já conheciam. Segundo, a morte e ressurreição de Jesus são inseparáveis. Não há como você crer numa sem crer na outra.
Isto traz duas implicações importantes: uma é que não há outra forma de você se livrar de seus pecados a não ser pelo sangue de Cristo. Qualquer esforço seu, como caridade, sofrimento ou rezas, não podem salvá-lo, a menos que você duvide do que a Bíblia diz. E o que ela diz?
Em 1 Timóteo diz que "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores", e ele deixou isso muito claro quando afirmou: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;NINGUÉM vem ao Pai, senão por mim". Todos os caminhos podem levar a Roma, mas só um leva ao Pai: JESUS. Só ele morreu como substituto do pecador; só ele levou sobre si os nossos pecados, e só ele ressuscitou para nossa justificação. Ou você acha que ele mentiu ao afirmar ser o único caminho que leva ao Pai?
Em Atos 4 diz que "em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos". Em 1 Timóteo diz"que há um só Deus, e um só Mediador [ou Intermediário] entre Deus e os homens,Cristo Jesus, homem", portanto nem Maria nem outros santos poderão servir de intermediários entre você e Deus.
Mas muita atenção aqui: é Cristo Jesus HOMEM o único mediador entre você e Deus. Não se trata de um ser angelical ou etéreo, mas de um Jesus que agora está no céu, glorificado em seu corpo humano de carne e ossos. A dificuldade que alguns têm de aceitar isto é por terem sido criados achando que a matéria é intrinsecamente ruim. Mas essa ideia foi emprestada da filosofia grega e também das religiões orientais, e depois divulgada pelos monges e ascetas.
Porém não havia monges entre os primeiros cristãos. Essa prática surgiu 300 anos mais tarde e criou a falsa ideia de que uma pessoa santa, isto é, separada para Deus, deveria viver longe de tudo e de todos. Escrevendo de Roma, Paulo termina sua carta aos crentes em Filipos com a frase: "Todos os santos vos saúdam, masprincipalmente os que são da casa de César".
César, o imperador, tinha parentes cristãos vivendo no palácio em Roma? Sim. Onde mais estariam? Numa caverna no alto de uma montanha? Nos próximos 3 minutos você aprenderá que a ideia de um cristianismo avesso ao mundo material não é bíblica.
Se, por um lado, os católicos transformaram São Francisco de Assis em garoto propaganda de uma vida despojada, os protestantes europeus, influenciados por Rousseau, partiram para o Novo Mundo acreditando que o lugar do cristão era nas fazendas, longe do burburinho das cidades. Ambos desenvolveram a ideia de que o mundo material é intrinsecamente ruim, e que tudo o que é etéreo e intangível é bom.
Por causa desse engano, qualquer coisa vestida de espiritualidade é hoje engolida como boa, e cristianismo virou sinônimo de espiritual, etéreo e intangível. Mas o que Deus pensa do mundo material? No relato da Criação, em Gênesis, a frase "viu Deus que era bom" é repetida cinco vezes, sempre falando de coisas materiais. No final "viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom".
Portanto o problema não está na matéria, mas no pecado que a corrompe. Se o mundo material fosse intrinsecamente maligno, o Filho de Deus jamais teria assumido a forma humana. No entanto, 1 Timóte0 3:16 afirma que "Deus se manifestou em carne". Depois de ressuscitado, Jesus reencontra os discípulos em seu corpo material e deixa claro não se tratar da materialização de um espírito desencarnado. Lucas descreve esse encontro com estas palavras:
"Eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele [Jesus] lhes disse: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés... E disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles". Lc 24:37-43
O evangelho de João acrescenta que Jesus diz a Tomé que coloque o dedo em sua mão varada pelo prego e no seu lado furado pela lança do soldado. As cicatrizes eram reais e acompanharão Jesus por toda a eternidade. Por isso em Apocalipse 5 ele é visto no céu como "um Cordeiro como havendo sido morto".
Foi com seu corpo humano e material, embora transformado, que Jesus subiu ao céu diante dos olhos dos discípulos. Se você acha que ele permaneceu na forma humana só até subir, voltando a ser um espírito no céu, precisa ler Colossenses 2:9. Ali diz que, em Jesus ressuscitado e glorificado, "habita corporalmente toda a plenitude da divindade". O verbo "habitar" está no presente, e corporalmente significa em um corpo humano de carne e ossos no céu.
Mas para isso Jesus precisou morrer, e é para os momentos que precedem sua morte que voltaremos nos próximos 3 minutos.
Já aconteceu de você estar em um lugar e ouvir alguém dizer: "Saiam todos porque vamos fechar"? É mais ou menos o que vemos a partir de João 12:24: "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida a perderá, e quem neste mundo odeia a sua vida, a guardará para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo".
Para não voltar sozinho ao céu, Jesus deve morrer, colocando assim um ponto final na primeira Criação. Em Romanos 5:14 o primeiro Adão é chamado de "figura daquele que havia de vir". Jesus é o Homem segundo o plano original de Deus, é o "último Adão". Jesus, o Filho Eterno de Deus, veio em carne, porém sem herdar o pecado e a corrupção que caiu sobre ela. Ele se colocou temporariamente numa condição menor que a dos anjos. O primeiro homem veio da terra e recebeu vida física. O segundo Homem veio do céu e dá vida eterna.
Ao associar-se à primeira Criação, Jesus glorificou a Deus como Homem perfeito. Com sua morte ele resolveu de uma vez por todas a questão do pecado, e por isso é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mesmo que ninguém fosse salvo, seu sacrifício teria tirado o pecado do mundo, removendo aquilo que manchou a Criação original. Agora ele está prestes a morrer, ressuscitar e ser glorificado como "as primícias" da nova Criação. No que diz respeito à primeira Criação, sua obra traz a mensagem: "Saiam todos porque vamos fechar".
Leia 1 Coríntios 15, do versículo 35 em diante, para entender. Lá você encontra sempre duas coisas, uma da Criação original, outra da nova Criação. Tem o grão de trigo e a planta do trigo; tem corpo semeado em corrupção e corpo ressuscitado em incorrupção; corpo natural e corpo espiritual; o primeiro Adão, feito alma vivente, e o último Adão, Cristo, feito espírito vivificante; o homem terreno e o homem celestial; o corpo mortal e o corpo revestido da imortalidade.
Em João 12 o grão de trigo está prestes a morrer para colocar um fim ao homem em sua condição terrena, e ressuscitar, para revelar o homem na nova Criação. Aquele que crê em Jesus subirá ao céu à semelhança dele, em um corpo de carne e ossos, porém incorruptível e imortal. Os novos céus e a nova terra pertencem ao estado eterno, o "grand finale" do qual a Bíblia quase não fala. Jesus diz: "Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo".
A Criação original, de corpos terrestres, mortais e corruptíveis, está com os dias contados. Mas Deus já providenciou uma baldeação segura para a nova Criação em corpos ressuscitados, incorruptíveis e imortais. "Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas" 2 Co 5:17.
E você está em Cristo pela fé nele? Então como é que continua aqui? A resposta você verá nos próximos 3 minutos.
Embora sem pecado, Jesus compartilha dos sentimentos humanos. Em João 12:27 ele diz: "Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas para isto vim a esta hora". Quem poderia imaginar que o Filho de Deus viria em carne para ser o "Emanuel" ou "Deus conosco"? Que sentiria fome, sede e cansaço, e seria atribulado pela perspectiva da cruz? Da próxima vez que você reclamar que não é amado por Deus, pense nisto.
Ao invés de orar para ser livre da morte, Jesus ora para que o nome do Pai seja glorificado. A resposta é imediata. Uma voz do céu diz: "Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei". O nome do Pai foi glorificado pela vida perfeita de Jesus neste mundo. Agora seria mais uma vez glorificado pelo sacrifício perfeito do Cordeiro de Deus.
O destino do mundo é selado: os homens pregarão o Cristo numa cruz na maior prova de ódio e rejeição contra o Criador. Você ainda acredita na humanidade e espera um mundo melhor pelo esforço conjunto da sociedade? Na crucificação o esforço conjunto da sociedade uniu todos contra Jesus: religiosos, políticos e até ladrões.
O mundo é culpado de ter rejeitado Jesus. Os judeus, em particular, atraem sobre si a maldição que pronunciaram em Mateus 27:25: "O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos". Assim tem sido desde então. E Jesus avisa que "será expulso o príncipe deste mundo", declarando a cabal vitória contra Satanás. Na cruz a serpente teria a cabeça esmagada pelo calcanhar ferido da semente da mulher, conforme Deus prometera no jardim do Éden.
Mas se Jesus morreu e ressuscitou, e se Satanás foi derrotado, por que as coisas continuam como estão e Cristo ainda não voltou? Vamos deixar que Pedro responda em sua segunda epístola:
"Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios. Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada... Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça".
Se você ainda não creu em Jesus como seu Salvador, é a paciência de Deus que está retendo o juízo por amor de você. Talvez você seja o último passageiro para o céu. Se você já foi salvo por Jesus, pode estar aqui para testemunhar ao último que irá crer.
Nos próximos 3 minutos a luz está prestes a se apagar.
Os judeus, familiarizados com as Escrituras, estão intrigados com as declarações de Jesus. Eles sabem que o Filho do Homem permanecerá para sempre. Então quem é esse Filho do Homem que Jesus insiste em dizer que será levantado para morrer?
No capítulo 7 de seu livro, Daniel fala do Filho do Homem que viria do céu para ter um domínio eterno sobre todos os povos. Esse Filho do Homem é Jesus, o Cristo ou Messias, que apesar de assumir a condição humana, não nasceu neste mundo como um ser humano comum. Ele veio em carne, porque já existia antes de vir.
Nos evangelhos Jesus usa a mesma expressão "EU SOU" que Deus usou ao se apresentar a Moisés. A expressão significa aquele que tem em si mesmo a existência, independente das coisas criadas. Em Apocalipse, Jesus se apresenta como o "Alfa e o Ômega", primeira e última letra do alfabeto grego, e também como "aquele que é, que era, e que há de vir, o Todo Poderoso", títulos que obviamente só cabem a Deus.
O profeta Isaías previu que o Messias nasceria de uma virgem e seria chamado deEmanuel, que significa "Deus conosco". É assim que Jesus é chamado no primeiro capítulo do evangelho de Mateus. Juntando tudo você entenderá por que João, em suas epístolas, refere-se a Jesus, não como aquele que nasceu, mas como o que veio em carne. Diferente de apenas nascer, a expressão "vir em carne" denota pré-existência.
Em sua primeira epístola, João alerta que "todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo". Hoje somos constantemente bombardeados por livros, filmes e programas de TV promovendo a espiritualidade e a comunicação com os espíritos. O que dizem esses "espíritos"? Que Jesus é um espírito elevado, evoluído, reencarnado etc.
Porém, o apóstolo João termina sua primeira epístola dizendo a respeito de Jesus:"Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". De que mais você precisa para renegar como satânica toda doutrina ou filosofia que negue a divindade de Jesus? Ainda que ela venha até você com o nome de evangelho, Paulo nos alerta em sua carta aos Gálatas com todas as letras: "Ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!".
Em João 12:35, Jesus alerta os judeus que a luz estará entre eles só por um momento. Se não receberem a Jesus tal qual ele é - Deus e Homem - só lhes restam trevas. Após avisá-los, Jesus se esconde deles. A pior coisa que pode acontecer a alguém é não ser mais capaz de encontrar a luz, após ter sido exposto ela. Para estes vale o que Isaías disse: "Cegou os seus olhos e endureceu os seus corações, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure".
Nos próximos 3 minutos alguns decidem ficar em cima do muro.
Qualquer que seja a razão de irmos ou não a Jesus, ela será egoísta. Vamos a ele por estarmos doentes, necessitados ou perdidos, e o evitamos por medo de perder família, amigos ou posição na sociedade. É o caso deste capítulo 12, que diz que "muitos dos principais creram nele, mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus". Hoje diríamos que ficaram em cima do muro.
Em sua salvação não há nada de que você possa se gloriar. Ela vem de Deus, não de você. "Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua [de Deus], criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas". Isso não agrada o ser humano, que adora ser bajulado pelos seus feitos. Para não perderem as regalias que têm em sua religião, alguns judeus aqui creem em Jesus, porém não o confessam como Senhor e Salvador.
Todavia, a Palavra de Deus é bem clara ao afirmar, na carta aos Romanos, que "se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação" Rm 10:9-11.
Este capítulo fala dos que não confessavam publicamente sua fé em Jesus por medo de perderem sua posição no arraial da sociedade e religião. Você acha que isso mudou com a Igreja? Os cristãos são feitos da mesma carne que eles, portanto era de se esperar que dessem um jeitinho para que a fé do coração e a confissão da boca pudessem ser exercitadas, sem, contudo, perderem o gostinho da bajulação humana.
Por isso você encontra hoje muitos grupos de cristãos que criaram seus próprios meios de garantir um recheio para o ego. Primeiro, os dons como evangelista, pastor e mestre - que não são a mesma coisa que talentos como a habilidade de cantar, falar ou escrever - viraram títulos honoríficos como os que usamos para autoridades civis e militares.
Depois foram criados cargos eclesiásticos como diretor disso e presidente daquilo. Até mesmo títulos como "Reverendo", que a Bíblia só usa para Deus, passaram a ser usados por homens comuns e foram criados cursos de teologia que concedem títulos honrosos como "Doutor em Divindade". O ego adora essas coisas.
Não se engane: Jesus não teve qualquer honraria no arraial do judaísmo. Ele só experimentou desonra, vergonha e desprezo. Hoje existe igualmente uma espécie de "arraial da cristandade", e a admoestação de Hebreus 13 vale para nós também:"Saiamos até ele [Jesus], fora do arraial, suportando a desonra que ele suportou".
Nos próximos 3 minutos saiba por que é impossível que alguém creia em Deus sem crer em Jesus.
Crer em Deus Pai é também crer em Jesus, o Filho de Deus. Honrar a um é honrar ao outro, e rejeitar a um é rejeitar a ambos. É impossível crer em um sem crer no outro, pois o Filho e o Pai são duas Pessoas ou personalidades indissolúveis do único Deus.
Deus nunca foi visto por ninguém, mas quem vê a Jesus vê a Deus, não fisicamente, mas moralmente. A carta aos Hebreus diz que Jesus é o resplendor da glória de Deus e a expressa imagem da sua Pessoa. Ele sustenta todas as coisas pela Palavra do seu poder. Se você não crê na divindade do Filho, terá de rejeitar também a divindade do Pai.
Neste evangelho Jesus afirma ser a luz que veio a um mundo cujas trevas engolfaram todos os homens sem exceção. É só pela fé em Jesus que você é transportado das trevas para a luz. Crer nele é crer nas suas palavras, as mesmas que no último dia irão julgar os incrédulos.
No versículo 49 Jesus diz: "o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar". Perceba que "dizer" e "falar" são duas palavras com significados diferentes. Jesus recebeu do Pai não apenas o sentido e significado de sua mensagem, mas também literalmente as palavras que devia articular. Elas revelam o objetivo de Deus para você: a condenação, se continuar como está, ou a vida eterna se crer em Jesus.
Não existe meio termo: ou você está na luz ou nas trevas. Vivendo nas trevas você continuará sentindo pavor de Deus, buscando outras coisas para saciar seu coração, e ignorando o que o destino trará. Cada dia só aumentará a pressão no gatilho da Roleta Russa de sua vida.
Seu pavor de Deus será por ver a morte no fim do túnel. Você sente calafrios só de pensar em se encontrar com ele na condição de réu, para ser julgado. Você o vê como um tirano, cuja ira deve ser aplacada com penitências, rezas e esmolas, ou cujo favor você precisa fazer por merecer. Mas pode ser que não sinta nada disso por achar que Deus é um velhinho bondoso e senil que nem vai reparar nos seus pecados. Só que quando você coloca a cabeça no travesseiro, você cai na real.
Porém, se você creu em Jesus como seu Salvador, o sacrifício dele na cruz proveu tudo o que era necessário para satisfazer a Deus, e você foi transportado das trevas para a luz. Agora você vive na certeza de que todos os seus pecados foram pagos por Jesus lá na cruz, e você foi perdoado de todos eles no exato momento em que se converteu. Você vive aliviado por saber que irá comparecer na presença de Deus com sua ficha limpa pelo sangue do Cordeiro de Deus, e que desde já pode desfrutar da bendita intimidade de chamar a Deus de Pai.
Nos próximos 3 minutos veja os sete milagres que Jesus fez até aqui e como eles se aplicam ao pecador que crê em Jesus.
Até o capítulo 12 do evangelho de João vimos Jesus enfrentando a incredulidade dos judeus. O capítulo 13 é um divisor de águas. Jesus aparece literalmente um andar acima desse cenário de incredulidade. Nós o encontramos, antes da Páscoa, jantando com seus discípulos num cenáculo, que era o andar superior de uma casa.
Até aqui Jesus efetuou sete sinais ou milagres que também servem para mostrar como ele liberta o pecador e o coloca neste andar superior de comunhão com ele. O primeiro foi ao transformar água em vinho numa festa de casamento. Se você evita Jesus por achar que ele é um estraga prazeres, por que você acha que resolveu o problema da falta de vinho? Ele quer transformar a água da Palavra de Deus no vinho da alegria em seu coração. O Salmo 104 diz que "o vinho alegra o coração do homem".
Depois vimos Jesus curando o filho de um nobre. Nobreza, riqueza e fama não são garantias de uma vida sem problemas. Visite um hospital ou cemitério e verá que neles há ricos e pobres, chefes e subordinados, famosos e anônimos. Só Jesus pode resolver aquilo que dinheiro e posição não podem: curar você de seu pecado, que é a verdadeira causa da morte e da perdição.
Em seguida nós o vimos à beira do tanque de Betesda curando um homem incapaz de se mover. Como aquele paralítico, você é incapaz de se aproximar um centímetro sequer da cura de sua alma. É Jesus quem encontra você e o liberta, como fez com o homem à beira do tanque.
No capítulo 6 ele alimentou cinco mil pessoas famintas e necessitadas. É só em Jesus que você encontra o alimento e a energia para sua vida diária. Cristo é o pão do céu. No mesmo capítulo encontramos os discípulos em meio às ondas de um mar revolto."Não temais", diz ele. Oras, não são estas as palavras que você gostaria de ouvir quando as tempestades desta vida parecem querer acabar com você?
O cego de nascença passou a ver no capítulo 9. É impossível você enxergar o mundo espiritual a menos que seja tocado pelo poder de Cristo. Ele pode tirar a venda que o impede de enxergar a formosura de um Salvador que deu sua vida para tirar você das trevas.
Finalmente, o sétimo milagre foi o morto Lázaro sair vivo da sepultura. A Bíblia diz que estamos mortos em "ofensas e pecados". O que um morto pode fazer por si mesmo? Absolutamente nada. Então por que você tem tentado fazer algo para se salvar? Lembre-se de uma vez por todas: o que precisava ser feito Jesus já fez. Você só precisa crer nisso.
Nos próximos 3 minutos Jesus lava os pés de seus discípulos.
O capítulo 13 começa falando do amor que Jesus tinha por seus discípulos, e continuaria tendo até terminar o que veio fazer aqui. Costumamos ler a Bíblia para encontrar nela o que devemos fazer para Deus, quando o seu principal objetivo é mostrar o que Deus fez por nós.
No versículo 3 Jesus diz que sabia "que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus". Acaso você conhece mais alguém em cujas mãos Deus tenha depositado todas as coisas? Se Deus colocou nas mãos de Jesus todas as coisas, isso inclui também o destino do mundo e das pessoas. E você é uma delas.
Jesus veio ao mundo com dois objetivos em mente. Um foi o de resolver a questão do pecado que arruinou a Criação e poderia manchar a reputação de Deus. A glória de Deus estava em jogo, e isso precisava ser resolvido. Neste sentido amplo de sua morte, Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo pelo sacrifício de si mesmo.
O outro objetivo era salvar você por intermédio do mesmo sacrifício. Entenda que o Cordeiro de Deus morreu para tirar o pecado do mundo, e a palavra pecado aqui é singular. Mas ele morreu também para levar sobre si os pecados daqueles que creem nele, e pecados aqui é plural. A obra de Cristo é universal, mas o perdão é individual. Somente os que creem em Jesus podem desfrutar do perdão de seus pecados.
Você pode alegar que nem existia quando Adão pecou, mas você herdou o pecado mesmo assim. Como se fosse a herança maldita recebida de um avô traficante, você tem feito saques frequentes da droga que ele deixou enterrada em seu quintal. Todos os dias você peca. O que fará quando lhe pedirem conta disso? Dirá que é inocente?
Mas veja que você também não existia quando Jesus morreu, e agora pode receber os benefícios daquele sacrifício. Assim como o pecado e a morte vieram por um só homem, a ressurreição e a vida podem ser suas graças a um só homem. Por uma só ofensa veio o juízo a todos os homens, mas por um só ato de justiça veio a graça para quem quiser. Por causa da desobediência de um, muitos foram feitos pecadores, mas pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
A morte de Jesus pagando o preço por seus pecados aconteceu há dois mil anos, mas perdão de seus pecados você recebe no momento em que crê em Jesus. Na cruz ele"morreu por todos", porém pagou "o pecado de muitos". O que isto significa? Que nem todos serão salvos, mas apenas os muitos que crerem nele. Na parábola do tesouro escondido no campo o homem compra o campo inteiro, só por causa do tesouro escondido nele. Se você crê em Jesus, você faz parte desse tesouro.
Nos próximos 3 minutos vamos entender melhor quem é este que saiu de Deus e agora estava prestes a voltar para Deus.
Para entender o que diz o versículo 3 do capítulo 13 de João - que Jesus "havia saído de Deus e ia para Deus" - veja o que Paulo escreveu aos Filipenses. "Jesus, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus". Outra tradução diz "não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se". O que significa?
Jesus foi, é, e sempre será Deus em todos os aspectos da sua Pessoa. Este é o significado de ser igual. Mas é preciso distinguir entre a pessoa e a posição que ocupa. Para nos salvar, Jesus não considerou que a posição que ocupava na glória era algo de que não poderia abrir mão. Assim ele deixou a posição que ocupava, sem deixar de ser quem sempre foi: o "verdadeiro Deus", como diz João em sua epístola. 1 Jo 5:20
Ao chegar em casa um policial tira seu uniforme, despindo-se de sua posição oficial sem perder sua natureza humana. Ao vir ao mundo na condição de homem, Jesus despiu-se de sua posição excelsa para assumir a posição de um servo, porém sem perder sua natureza divina.
Se você leu o clássico "O príncipe e o mendigo" irá entender que o príncipe em momento algum deixou de ser quem ele era. Ele apenas desceu momentaneamente de sua posição real ao trocar de roupa com um mendigo. Ao assumir a posição de um mendigo ele precisou se submeter às autoridades que antes estavam sob seu comando.
É por isso que vemos Jesus dizer, no capítulo 14 do evangelho João, "o Pai é maior do que eu", mas no capítulo 10, "eu e o Pai somos um". Ao assumir o papel de homem, Jesus, o Filho eterno, ficou durante trinta e poucos anos numa posição hierárquica inferior ao Pai, mas sem deixar de ser Deus. Era só assumindo a condição humana que ele podia descer à morte no lugar do pecador.
Por isso a passagem em Filipenses continua dizendo que Jesus "...esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz".
Repare que aquele que "saiu de Deus" desceu 7 passos: (1) Não se apegou à sua posição, (2) esvaziou-se, (3) tomou a forma de servo, (4) fez-se semelhante aos homens, (5) humilhou-se, (6) foi obediente até à morte, e (7) morte de cruz. Então, ao voltar à sua posição original na glória, agora como Deus e Homem, nós o vemos subindo 7 passos:
"(1) Deus o exaltou soberanamente... (2) lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão (3) nos céus, (4) na terra, e (5) debaixo da terra, e (6) toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, (7) para glória de Deus Pai".
Nos próximos 3 minutos vamos falar um pouco de água.
Lavar os pés era um ritual comum entre os judeus que voltavam da rua ou entravam na casa de alguém. As pessoas andavam descalças ou de sandálias em ruas de terra, e os pés ficavam bem sujos. O costume de lavar os pés tinha um caráter bastante prático.
Além disso, lavar os pés de um visitante era também uma forma de expressar boas maneiras, mas entre os ricos isso era feito por um escravo, não pelo próprio dono da casa. Ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus desce à posição de um mero servo e lhes ensina uma lição: "como eu vos fiz, façais vós também".
A lição é óbvia, mas o significado da passagem toda nem tanto. Primeiro, quem está lavando os pés dos discípulos? O mesmo Jesus que saiu de Deus e em breve voltaria para Deus. Ele desceu de uma posição tão elevada, que homem algum poderá jamais alcançar. Jesus não apenas desceu do céu, para onde promete levar os salvos; Efésios 4 diz que ele subiu "acima de todos os céus", seu lugar de origem.
Paulo explica assim a ressurreição e ascensão de Jesus: "Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas".
Percebe a extensão do que Jesus fez? E, no entanto, aqui vemos esse Ser eterno e sublime pondo-se abaixo dos pobres e mortais discípulos. Muito em breve ele iria descer ainda mais: sofreria o terror de uma eternidade de juízo infernal condensada nas três horas de trevas que passou na cruz, antes de entregar sua vida e descer à sepultura.
Para você entender o que vai acontecer agora, é preciso lembrar que a Palavra de Deus é às vezes representada pela água, e o Espírito Santo pela figura de um servo. Efésios 5:24 nos fala de purificação por meio "da lavagem da água, pela Palavra". Em João 2 os vasos de pedra são enchidos de água pelos servos, a qual é transformada em vinho por Jesus. Vasos, água, servos e vinho, simbolizam, respectivamente, pessoas, a Palavra de Deus, o Espírito Santo e vida com alegria.
Ao conversar com Nicodemos no capítulo 3, Jesus diz que ele precisa nascer de novo, da água e do Espírito. De que água você acha que ele está falando ali? Certamente não do batismo, que não tem poder de transformar uma vida, mas da Palavra de Deus que é transformada em vida, pela ação do Espírito, naquele que a recebe.
Assim como a água tem o poder de limpar os pés, a Palavra de Deus também tem um poder purificador. Mas você deve estar confuso, pois aprendeu que somos limpos pelo sangue de Jesus.
Nos próximos 3 minutos vamos entender o lugar que ocupam o sangue e a água na purificação do pecador.
Na cena da crucificação, o soldado fere com a lança o corpo morto de Jesus, e dali saem sangue e água. O sangue nos limpa da culpa do pecado, e a água representa a purificação da corrupção que o pecado causa em nós. Já ouviu falar do hino "Rocha Eterna"? No original inglês seu autor expressou muito bem o que chamou de "dupla cura". Numa tradução literal, a primeira estrofe diz algo assim:
"Rocha Eterna, ferida por mim, quero refugiar-me em Ti. Que a água e o sangue, do Teu lado ferido, me sirvam de dupla cura; salvando-me da ira e purificando-me do pecado".
O apóstolo João, em sua primeira carta, diz que "o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado". Hebreus 9 diz que o sangue purifica nossas consciências. Hebreus 10 diz para nos aproximarmos de Jesus "com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa".
Vamos voltar agora à cena da lavagem dos pés. Ao chegar a vez de Pedro ter seus pés lavados, ele se recusa, dizendo, "Nunca me lavarás os pés". Mas a resposta do Senhor o faz mudar de ideia: "Se eu te não lavar, não tens parte comigo". A expressão"parte comigo" tem o sentido de andar junto com Jesus.
Imediatamente Pedro muda de ideia e vai ao outro extremo: "Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça". A resposta de Jesus nos ensina muita coisa:"Aquele que está lavado não necessita lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo".
No Antigo Testamento o sacerdote era lavado uma vez da cabeça aos pés, quando era consagrado para o sacerdócio e o serviço no Templo. Depois disso ele precisava lavar apenas os pés e as mãos para entrar na presença de Deus. Jesus diz a Pedro que ele já está limpo, exceto os pés, e o mesmo vale para você, se já tiver nascido "da água e do Espírito".
Pedro aprendeu a lição, pois mais tarde em sua epístola ele escreve que "somos de novo gerados... pela Palavra de Deus". A "água" da Palavra não apenas nos infunde vida ao nascermos de novo, mas também nos deixa limpos para estarmos na presença de Deus. Porém, o contato com o mundo exige que tenhamos, por assim dizer, os pés lavados pela mesma Palavra. Ela ajuda a tirar a poeira do mal que gruda em nós, daí a importância de lavarmos os pés uns dos outros com a Palavra.
Mas, ao dizer que os discípulos só precisavam lavar os pés por já estarem limpos, Jesus acrescenta: "Mas não todos". Entre eles existe um homem em quem a Palavra de Deus não tem qualquer efeito; Judas ainda está sujo. E você, precisa ter apenas os pés lavados ou ainda está em sua condição original, sujo aos olhos de Deus?
Nos próximos 3 minutos veremos como cada um pode lavar os pés de seu irmão.
O versículo 12 revela que Jesus havia tirado suas vestes antes de se agachar para lavar os pés de seus discípulos. Veja o que diz: "Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?".
Nenhum de nós teria sido salvo se Jesus não tivesse tirado suas vestes celestiais para descer ao mundo e dar a vida por nós. Ao lavar os pés de seus discípulos Jesus mostra isso e também nos deixa um exemplo.
Vivemos hoje na condição de Laodicéia, o último estado da igreja em Apocalipse 3."Sou rica e bem sucedida", diz ela, "e não preciso de coisa alguma". E realmente assim é, se considerarmos os números, os templos e as realizações daquilo que é identificado como cristandade. Mas o Senhor a chama de infeliz, miserável, pobre, cega e nua, e ainda aconselha que compre ouro provado ao fogo, roupas limpas para cobrir sua nudez, e colírio para poder enxergar.
Volta e meia aqueles discípulos eram flagrados comparando-se uns aos outros para ver qual deles ganharia um lugar de destaque, ao lado de Jesus. Agora eles entendem que, se quiserem ocupar um lugar ao lado de Jesus nesta vida, terão de se agachar e lavar pés encardidos.
"Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou".
Você não precisa de muito colírio para enxergar que Jesus não está falando de água e sabão. Ele não está instituindo um ritual, mas mostrando o espírito com o qual devemos agir uns para com os outros. Quando você vê altos dignitários do mundo religioso, ricamente vestidos e literalmente lavando os pés de seus seguidores, pode ter certeza de que não é disso que Jesus está falando aqui.
Já vimos que a água é uma figura da Palavra de Deus; que todo aquele que é nascido de novo foi gerado por essa mesma "água" e está limpo aos olhos de Deus, e que nossos pés ficam sujos pelo contato com a degradação do mundo. Vimos também que Jesus desceu ao mais baixo para nos abençoar. E então, como abençoar nossos irmãos? Lavando seus pés com uma bacia e um pouco de água?
Jesus nos ensina a nos diminuirmos diante de nossos irmãos, e aplicarmos neles a revigorante Palavra de Deus. Todas as vezes que você leva uma palavra de exortação, consolo ou edificação a alguém, em um espírito de humildade e mansidão, está praticando o lava-pés.
Mas existe uma grande diferença entre ter os pés lavados e levantar o calcanhar contra Jesus. É o que veremos nos próximos 3 minutos.
Ao lavar os pés dos discípulos Jesus revela fazer isso porque apenas os seus pés precisavam ser limpos do contato com o mundo. No mais todos estavam limpos por terem sido gerados de novo pela Palavra de Deus. Exceto um: Judas.
Aqui vemos um apóstolo que recebeu privilégios iguais aos dos outros, porém em quem a água da Palavra não tem qualquer efeito. Judas andou com o Senhor, mas tinha outra agenda. Seu pensamento e propósito estavam focados no que ele poderia lucrar seguindo a Jesus.
O final do capítulo 6 deste evangelho deixa claro que Jesus o escolheu, mesmo sabendo qual seria a sua intenção: "Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze."
À semelhança daqueles descritos no capítulo 6 de Hebreus, Judas foi iluminado, provou o dom celestial, se fez participante do Espírito Santo, e provou a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro. Faltou crer, que é a condição essencial para ser salvo. Era impossível alguém assim ser renovado para o arrependimento.
Depois de lavar os pés de seus discípulos - inclusive de Judas - Jesus revela existir ali um traidor, para que os outros possam identificá-lo quando chegar a hora. Ele cita a profecia do Salmo 41, escrita mil anos antes: "Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar".
Jesus diz: "Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que EU SOU". Ele usa novamente a expressão que Jeová usou ao se revelar a Moisés: "EU SOU". Trair a Jesus é trair o próprio Deus. Quem faz isso não fica impune.
Os discípulos nem imaginam quem é o traidor, e isso demonstra o quanto Judas era parecido com os outros apóstolos. Ninguém desconfiaria dele, como muitos hoje nem desconfiam dos lobos vestidos de cordeiro infiltrados nos templos e canais de rádio e TV.
Mas Jesus faz um alerta: "Quem receber aquele que eu enviar, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou". Por mais incrível que possa parecer, Judas havia sido enviado junto com os outros pelo próprio Senhor para pregar as boas novas.
Se você se recusa a crer em Jesus por causa dos picaretas que estão por aí pregando o evangelho, saiba que, para Deus, essa desculpa não cola. Você é convidado a crer em Jesus, o Salvador, e não em quem prega esse nome. Ao referir-se aos falsos pregadores, Paulo escreveu: "Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo".
Esqueça o quadro "A Santa Ceia" de Leonardo Da Vinci. Naquela época e lugar as pessoas não se sentavam em cadeiras, e muito menos todas do mesmo lado da mesa. Elas sentavam-se no chão, em almofadas ou bancos baixos, diante de uma mesa também baixa. Sentado assim na diagonal, encontramos João reclinado sobre o peito de Jesus.
Pedro faz um sinal a João para que ele pergunte a Jesus quem seria o traidor. Jesus revela a João que o traidor é aquele a quem ele dará um pedaço de pão molhado, talvez em azeite ou no molho da refeição. Tudo indica que isso foi falado em voz baixa, pois ninguém mais escutou.
Existe um lugar onde podemos escutar melhor o que Jesus tem a nos dizer, e esse lugar é bem perto dele. Ali escutamos o que outros não escutam e entendemos o que outros não entendem. Todos na sala interpretam o gesto de Jesus como uma expressão de seu apreço por Judas, mas João sabe que é justamente o contrário.
Até aqui Judas andou segundo a influência de sua própria vontade e do diabo. A partir de agora o diabo passa a ter total controle sobre ele. O primeiro Salmo diz que é "bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores".
Perceba que existe um processo: andar, parar e sentar. Todo erro e transgressão começa quando escutamos os ímpios, e evolui ao nos determos em seus caminhos. Quando menos esperamos já estamos sentados em sua roda, como companheiro deles.
Não podemos evitar que o diabo nos influencie por meio de coisas, pessoas ou pensamentos, mas podemos evitar nos deter nessas coisas, pessoas ou pensamentos. Desvie um grau em sua rota e o ângulo irá abrir até lá na frente você acabar a quilômetros de seu destino original.
Ao acalentar pensamentos sugeridos pelo diabo, Judas acaba se tornando companheiro dele é totalmente dominado. Judas vira as costas para Jesus e sai da sala. Os discípulos acreditam que Jesus tenha dito a Judas para comprar algo ou dar algum dinheiro aos pobres. O versículo 27 diz que foi por Satanás ter entrado nele, e o 30 termina com estas significativas palavras: "E era já noite".
Quem volta as costas para a Luz tem diante de si apenas densas trevas. Se você decidir viver segundo o conselho dos ímpios - inclusive o seu próprio conselho - acabará sendo um instrumento do diabo sem perceber. Mas, se permanecer reclinado sobre o peito de Jesus, em íntima comunhão com ele, você descobrirá coisas que outros ignoram.
Nos próximos 3 minutos Jesus revela qual é a carteira de identidade de um verdadeiro discípulo.
O clima na sala muda com a saída de Judas. Aos que ficam Jesus os chama de"filhinhos" e lhes revela o que ocorre nos bastidores: "Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele". Jesus é o Filho do Homem por ser Deus em humanidade, e "glorificado" significa alguém grandemente honrado. O desejo de Deus para Jesus é visto aqui como já realizado e agora os discípulos sabem disso.
Quando decidiu destruir Sodoma, o Senhor ponderou consigo mesmo: "Ocultarei eu a Abraão o que faço?". Não, ele não ocultaria os seus planos de alguém com quem desfrutava de comunhão. Ter comunhão significa ter coisas em comum. A passagem em Gênesis 17 mostra que Deus não apenas revela a Abraão o que pretende fazer, como escuta com atenção quando este intercede pelos moradores de Sodoma.
Abraão consegue do Senhor a promessa de não destruir a cidade se nela encontrar 50 justos. Em seguida, com um sentimento de amor para com os habitantes de Sodoma, Abraão continua intercedendo:
"Se... de cinquenta justos faltarem cinco?". "Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco", responde o Senhor. Abraão insiste: "Quarenta?" "Não o farei por amor dos quarenta". "Trinta?" "Não o farei se achar ali trinta". "Vinte?" "Não a destruirei por amor dos vinte". "Dez?" "Não a destruirei por amor dos dez". Abraão parou no dez, mas eu fico pensando se Deus teria mesmo destruído Sodoma caso Abraão intercedesse até a possibilidade de existir ali apenas um justo.
Depois de salvo pela fé em Jesus e em seu sacrifício na cruz, o crente é deixado aqui para ocupar o lugar que Jesus ocupou, ou seja, ser um testemunho de Deus em um mundo corrompido pelo pecado, e interceder pela salvação de seus habitantes. Esta é a "carteira de identidade" de um verdadeiro discípulo de Jesus: o amor pelas pessoas.
O verdadeiro cristão ama porque Deus o amou primeiro. Ele quer que outros pecadores sejam salvos, porque ele próprio, um pecador, foi alcançado pela misericórdia de Deus. O amor é uma consequência da salvação recebida, não o contrário. As religiões humanas colocam o amor como condição para se receber a salvação. A caridade do homem religioso pode parecer piedade, mas é interesseira. Ele ama o próximo porque acredita que isso irá contar pontos em sua salvação.
A Lei dada a Moisés dizia "amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Jesus, porém, diz aos que já são salvos: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem". Para quê? Para ser salvo? Não, mas por já ter sido salvo e não ter sido tratado por Deus com o rigor que merecia. Ao crer em Jesus você recebe o que não merecia: a salvação. E fica livre de receber o que merecia: a condenação eterna.
Se você acha que amor é aquilo que você vê nos filmes e romances, é melhor ficar atento ao que irá aprender nos próximos 3 minutos.
O amor é tão antigo quanto o próprio Deus -- é eterno, sempre existiu e sempre existirá. O amor faz parte da essência de Deus. O apóstolo João afirma em sua primeira carta que "Deus é amor". Mas como o amor podia existir antes de todas as coisas? Como Deus podia amar quando ainda não existia alguém para ser amado?
É aí que entra a Trindade, uma palavra usada para explicar que Deus é um, porém em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Esse um só Deus em três Pessoas pode ser claramente visto desde o livro de Gênesis. Ali Deus é chamado de Elohim, palavra hebraica plural, e ao criar Adão, Deus fala no plural: "Façamos o homem".
Em João 17, Jesus, o Filho, diz ao Pai: "Me amaste antes da fundação do mundo". Esse amor já era exercitado no seio da Trindade quando não existia nem tempo, nem matéria. Na Bíblia você encontra expressões como "o Pai mesmo vos ama", "Cristo amou a igreja" e "o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado".
Além disso, por ser onisciente e onipresente no tempo e no espaço, Deus pode amar você antes de você existir. Se você perguntar quando foi que Deus começou a amar você, a resposta correta é "nunca". Ele nunca começou a amar, porque sempre amou. Por não existir uma palavra para expressar a magnitude desse amor, João diz que"Deus amou o mundo de tal maneira". O mundo são as pessoas, e a expressão "de tal maneira" é usada por ser impossível quantificar esse amor.
Portanto, a menos que você creia em Jesus como seu Salvador, jamais irá entender o real significado de um amor que não tem começo e nem fim, porque é eterno. A primeira carta de João diz que nós amamos a Deus "porque ele nos amou primeiro". Como você pode dizer que ama a Deus se ainda não experimentou esse amor crendo em Jesus?
Ao falar desse amor, João diz que "o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus". Isto equivale dizer que se você ainda não nasceu de novo -- de Deus -- só poderá amar com as diferentes formas de amor natural, como o de mãe, o fraterno ou o erótico. Jamais saberá o que é amar com o amor que é derramado pelo Espírito Santo nos corações daqueles nos quais ele habita.
E João vai além, ao escrever que "aquele que não ama [com esse amor de Deus] não conhece a Deus". Quando você nasce de novo e é salvo por Jesus, passa a desfrutar dos benefícios desse amor, como por exemplo, a segurança eterna. Mas digamos que mesmo depois de convertido você ainda teme ser condenado. A Bíblia diz que "no amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor".
Nos próximos 3 minutos Jesus joga um balde de água fria na autoconfiança de Pedro.
No final do capítulo 13 do evangelho de João vemos Jesus jogar um balde de água fria na autoconfiança de Pedro, que dizia ser capaz de fazer e acontecer para permanecer ao lado de Jesus. Confiar em si mesmo é dar rédea solta ao pecado, que é a independência de Deus.
Após revelar aos seus discípulos que iria partir e que eles não poderiam segui-lo naquele momento, Pedro retruca: "Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida." Pobre Pedro, voluntarioso como uma mula. A resposta de Jesus revela a estupidez dessa demonstração de autoconfiança: "Tu darás a vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes".
Deus nos criou para sermos dependentes dele. Adão podia ter vivido para sempre, com um Deus pronto a suprir todas as suas necessidades. Mesmo assim ele quis ser"como Deus"; quis ser dono do seu próprio nariz, independente de seu Criador. O pecado de Adão, esse princípio de independência, autoconfiança e insubordinação, está arraigado na alma de todo ser humano, inclusive eu e você.
A sabedoria humana diz: "Confie em si mesmo". Mas Deus diz: "Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço" Jr 17:5. Seus amigos aconselham: "Siga o seu coração", mas Deus alerta: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso" Jr 17:9. Deus desdenha do desejo de independência daqueles que querem ser donos do próprio nariz: "Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio" Sl 32:9. No mesmo Salmo Deus diz que deseja ensinar a você o caminho que deve trilhar, e bastará um olhar dele para você entender.
Enquanto isso, a religião do homem continuará insistindo que você deve fazer mundos e fundos para Deus, quando é ele quem deseja fazer tudo por você. Ou melhor, quem já fez o mais difícil: entregar seu Filho para morrer pelos pecados que você cometeu. O instinto de Pedro de querer fazer sua autoconfiança parecer devoção, não passa de uma tentativa de satisfazer o próprio ego, como fez o rei Saul no Antigo Testamento.
Ao invés de destruir completamente o rebanho que tinha sido capturado do inimigo, conforme Deus tinha ordenado, Saul alegou que havia poupado o melhor do rebanho para oferecer de sacrifício a Deus. A resposta que recebeu de Deus, através do profeta Samuel, foi:
"Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como iniquidade e idolatria" 1 Sm 15:22.
Nos próximos 3 minutos Jesus revela a bendita esperança dos que já se converteram.