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Depois de falar do primeiro grande mandamento - amar a Deus acima de tudo - Jesus fala do segundo: "Ame o seu próximo como a si mesmo". Este segundo mandamento tem sido muito usado nos dias de hoje por escritores espiritualistas, só que de uma forma capenga que induz o seguinte raciocínio:
"Bem, se preciso amar o próximo como a mim mesmo, é melhor eu começar a me amar mais. Hmmm... não tenho me amado muito ultimamente, não tenho me valorizado, não tenho dado a mim mesmo a auto estima que mereço..." Já percebeu onde quero chegar, não?
Exatamente. O próximo passo é pedir ao meu próximo que aguarde uma vida enquanto resolvo essa parte de amar a mim mesmo. Isso nos leva àquela máxima cada vez mais utilizada pela propaganda: "Você merece ser feliz!" Já que o coração humano é insaciável, eu nunca vou achar que já me amo o suficiente para amar meu próximo.
Essa atitude me leva de volta à idolatria da qual falei nos últimos 3 minutos, mais especificamente à adoração de mim mesmo. Terá sido assim que Jesus amou? Não. Para me amar ele esvaziou-se de si mesmo, veio a este mundo na forma de um servo, tornou-se semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo e obedeceu ao Pai até à morte, e morte de cruz. Isso sim é amor.
Mas, por possuirmos uma natureza corrompida pelo pecado, eu e você somos incapazes de amar do jeito que Jesus amou, a menos que haja uma intervenção divina que implante em nós esse amor. Essa intervenção acontece quando você crê em Jesus e no efeito que o seu sacrifício na cruz tem sobre a culpa que você tem no cartório de Deus.
O apóstolo João, aquele de quem é dito ser "o apóstolo que Jesus amava", escreveu que devemos amar uns aos outros porque o amor procede de Deus e aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Percebe a ordem das coisas? Não é amando o próximo que você é salvo, mas aquele que é salvo, que é nascido de Deus, esse é capaz de amar com um amor que não é seu, mas que procede de Deus.
O mesmo João escreveu em seu evangelho que "o Pai ama o filho [Jesus] e entregou tudo em suas mãos. Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele." Que ira é essa? A pena que todos nós merecemos por sermos pecadores. A justiça exige uma condenação do transgressor. Mas Deus não tem prazer em condenar você a uma eternidade nas trevas, e aí entra outra vez João em sua primeira carta:
"Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados". "Propiciar" significa aplacar a ira de Deus. Agora preste atenção: Jesus morreu na cruz para você ser salvo. Ele fez isso por você. Será que existe amor maior do que esse? Não. Será que existe ingratidão maior do que desprezar esse amor? Não.
Jesus volta a dedicar um capítulo inteiro do evangelho de Mateus, o capítulo 23, àqueles que sempre foram um problema para Deus: o clero. Mas o interessante é que ele não prega a desobediência ou a rebelião. Enquanto não viesse o tempo da Igreja, o judaísmo continuava valendo, o Templo em Jerusalém continuava sendo o lugar de adoração e as pessoas continuavam adorando em verdade, segundo as Escrituras, mas não em espírito.
Aqueles religiosos judeus ocupavam um lugar de autoridade, e Jesus reconhece a autoridade deles ao lembrar que se assentavam na cadeira de Moisés. Portanto o povo devia fazer o que eles diziam, mas não o que faziam. Sim, porque eles diziam uma coisa e faziam outra.
Tudo isso já era, e você não pode hoje querer fazer valer esse mesmo tipo de autoridade. Estamos na época da Igreja, não de Israel, e quando digo "igreja", por favor, entenda que estou falando do corpo de Cristo, formado por todos os que nasceram de novo pela fé em Jesus, e não de alguma denominação ou organização religiosa.
O cristão não vai a um templo; ele próprio é o templo do Espírito. Ele não vai a Jerusalém para adorar, ele adora onde dois ou três estão reunidos ao nome de Jesus. Ele não precisa de intermediários, pois está apto a entrar diretamente na presença de Deus. O apóstolo Pedro diz isso em sua primeira carta:
"Como pedras vivas, vocês estão sendo edificados como casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo... vocês são a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para anunciar as virtudes daquele que chamou vocês das trevas para a sua maravilhosa luz".
Isso vale para qualquer convertido, novo ou velho. Se você se converter a Cristo e crer que ele morreu por você na cruz e que o seu sangue foi suficiente para purificar você de todos os pecados e salvá-lo eternamente, isso vale para você. Ao contrário da religião judaica, na qual havia uma classe especial de homens, um clero, na Igreja todos são especiais, todos são sacerdotes, todos têm igual acesso a Deus.
Mas será que é isso que você vê ao redor? Infelizmente não. A cristandade adotou muitas coisas do judaísmo, principalmente a forma do clero. Sabe como é, o ser humano sempre quis exercer poder sobre as pessoas. Mas vamos voltar ao clero dos judeus.
Ao dizer que o povo devia escutar o que eles diziam, mas não fazer o que faziam, Jesus mostra que a principal característica do homem religioso é a hipocrisia; é fingir ser algo que realmente não é; é caprichar só na aparência para conquistar o respeito dos outros; é exigir que os outros vivam de uma maneira que ele não vive. Nos próximos 3 minutos veremos Pedro agindo assim, com hipocrisia.
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Vamos deixar o evangelho de Mateus por 3 minutos para dar uma olhada na carta do apóstolo Paulo aos Gálatas, os cristãos que viviam na Galácia. Nela Paulo conta de um encontro que teve com o apóstolo Pedro dizendo assim:
"Quando Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios" - isto é, cristãos não judeus. "Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão" - isto é, os judeus convertidos a Cristo que achavam que ainda deviam obedecer a Lei do Antigo Testamento.
Paulo continua: "Os demais judeus se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou levar. Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho, declarei a Pedro, diante de todos: 'Você é judeu, mas vive como gentio e não como judeu. Portanto, como pode obrigar gentios a viverem como judeus?'"
Você já percebeu que havia uma diferença de opiniões aí. Os judeus que se convertiam a Jesus queriam continuar seguindo os mandamentos do Antigo Testamento, guardando o sábado, dando o dízimo, circuncidando seus filhos etc. Tudo isso tinha valido para Israel, mas agora eles eram Igreja. A carta aos Gálatas é uma carta dura, porque os próprios cristãos da Galácia tinham caído nesse engano de acreditar que a salvação vinha pela obediência aos mandamentos.
Aqui Paulo conta como repreendeu particularmente o apóstolo Pedro por agir com hipocrisia. Pedro conhecia a verdade e entendia a diferença, mas com medo de desagradar os judeus convertidos que insistiam na manutenção da velha ordem de coisas, Pedro se afastava de seus irmãos gentios quando seus irmãos judeus estavam por perto. E ainda por cima queria obrigar os gentios a viverem como judeus quando ele próprio, Pedro, já não vivia mais assim.
Pedro era um homem como qualquer um de nós; não tinha nada de infalível e estava sujeito às mesmas fraquezas e hipocrisias às quais eu e você estamos sujeitos. Você já quis parecer o que não é só para impressionar? Eu também e Pedro idem. Você já mandou alguém viver de determinada maneira quando você mesmo não vivia assim? Eu também e Pedro idem. Portanto, se tiver que olhar para alguém como seu exemplo, olhe para Jesus. Esse nunca falhou. Esse nunca foi hipócrita. Esse nunca decepcionará você.
Eu, você e todos os seres humanos que já passaram ou estão passando por este planeta somos falhos, e é por isso que não há salvação em nenhum outro além do Filho de Deus. Deus não encontrou um sequer que pudesse morrer pelos pecados do mundo, por isso enviou o Seu Filho e é nele que você deve crer. Nos próximos 3 minutos vamos voltar ao Evangelho de Mateus para ver o que o clero dos judeus andava aprontando.
Nos últimos 3 minutos vimos que nem mesmo Pedro escapou de agir com hipocrisia, uma marca registrada também dos líderes religiosos de Israel. Eles diziam uma coisa e faziam outra. Jesus agora vai descrever isso em detalhes e você vai achar até que ele está falando do que vemos hoje na cristandade.
Jesus acusa os religiosos judeus de amarrarem fardos pesados sobre os outros, quando eles próprios não levantavam um dedo para movê-los. Ele ainda os acusa de fazerem tudo para serem vistos pelos homens, muito diferente do exemplo dado por João Batista, que disse a respeito de Jesus: "Importa que ele cresça e eu diminua".
Os religiosos procuravam também se vestir de modo que fossem reconhecidos como diferentes. Neste capítulo Jesus não está criticando as roupas que os sacerdotes eram obrigados a usar, mas está acusando o clero de exagerar no visual, trazendo largos filactérios e alongando as franjas das vestes.
Filactérios eram tiras de tecido amarradas na testa e no braço, nas quais eram escritas passagens das Escrituras. Em alguns casos havia caixinhas de couro com pergaminhos dentro. Quando Deus mandou que a sua Palavra estivesse na testa e nos braços queria que ela dirigisse seus pensamentos e ações. As instruções sobre o modo de vestir dadas no Antigo Testamento jamais deviam servir de pretexto para a pessoa se exibir, como se quisesse dizer: "Ei, pessoal, vejam como sou obediente".
Hoje não existe uma roupa específica para o cristão, mas existe o bom senso. Eu posso sair vestido de saia xadrez na Escócia, ou de vestido longo no Egito, e nem ser notado. Mas se fizer isso no Brasil vou causar um escândalo. Se for à praia de terno e gravata também.
Portanto, entenda uma coisa: ser cristão não é vestir-se dessa ou daquela maneira. Se você sair por aí todo orgulhoso, achando que o seu modo de vestir faz de você alguém superior, mais santo e espiritual, e se você olha para as pessoas que não se vestem como você como se fossem pessoas de segunda categoria, saiba que você não está sozinho. Os fariseus também sentiam isso.
Agora, se você se acha um líder religioso e gosta de andar na última moda eclesiástica, seguindo um figurino determinado por sua denominação, ou até inventando algum modelito maneiro só para parecer mais espiritual do que os leigos, tenho péssimas notícias. Você está fora de moda, e não é coisa de uma ou duas estações. É coisa de 8 mil estações, porque a roupa clerical saiu de moda junto com o clero lá atrás, há dois mil anos. Nos próximos 3 minutos tem mais: Jesus vai falar dos títulos e formas de tratamento.
No capítulo 23 de Mateus Jesus continua falando dos religiosos que queriam parecer mais espirituais do que os cidadãos comuns. Roupas, diplomas e títulos pode servir muito bem para diferenciar as pessoas em qualquer instituição humana, mas não nas coisas de Deus. Na Igreja, que é o conjunto de todos os salvos pela fé em Jesus, somente Jesus deve se destacar. Neste capítulo ele ensina que ninguém deve ser chamado por algum título que o diferencie de seus irmãos.
Seus discípulos não deviam chamar uns aos outros de "rabi" ou "rabino", que no hebraico significa "mestre" ou "grande", por serem todos iguais e terem apenas um mestre: Jesus. A ninguém deveriam chamar de "pai" ou "padre", no sentido de alguém espiritualmente superior. Há um só Pai, aquele que está nos céus.
Na sociedade reverenciamos pessoas que alcançaram alguma posição por esforço e mérito. Doutor, Mestre, Excelência, Meritíssimo etc. são títulos que concedem diferentes graus de reverência aos diferentes cargos e profissões de destaque. Na sociedade isso é correto, mas nas coisas de Deus não.
Mas, infelizmente, nas coisas de Deus, onde recebemos a salvação e os dons por graça e não por esforço, o que vemos? Homens recebendo títulos e reverência como se fossem superiores a seus irmãos. Talvez você seja um deles e nunca pensou nisso, mas confira com o que Jesus ensina neste capítulo. Será que depois de ler este capítulo você se sentiria bem em ser chamado de "Doutor em Divindade"? Fala sério, você teria coragem de dizer que é tão entendido nas coisas de Deus a ponto de ser chamado de doutor?
E que tal ser chamado de "Sumo Pontífice", que significa "Chefe Supremo", ou "Eminência", que o dicionário define como alguém que tem superioridade moral e intelectual? Você se considera digno de ser reverenciado a ponto de adotar o título de "Reverendo"? Jesus disse que "o maior dentre vocês deverá ser servo". Já viu alguém chamar um servo de "Vossa Eminência" ou "Reverendo"?
Jesus continua ensinando que aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. E segue descrevendo o que Deus pensa dos religiosos que se exaltam a si mesmos, que gostam de confete e de homenagens públicas. Os títulos que Jesus dá a eles não são nem um pouco nobres. Ele os chama de hipócritas, sepulcros caiados, guias cegos e insensatos, entre outras coisas. Quando você vê o tratamento que Jesus dava às pessoas nos Evangelhos conclui que, para ele, a escória da sociedade não eram as prostitutas, ladrões e assassinos.
Nos próximos 3 minutos Jesus vai falar de um futuro sombrio para Israel.
Os capítulos 24 e 25 do evangelho de Mateus são proféticos. Isto significa que eles não farão muito sentido para você, se ainda não tiver crido em Jesus como seu Salvador. A profecia bíblica não foi dada para a curiosidade humana e, embora ela fale dos eventos neste mundo, seu principal tema é Jesus. Apocalipse 19:10, diz: "O testemunho de Jesus é o espírito da profecia".
Mateus 24 começa com Jesus saindo do Templo de Jerusalém pela última vez. Nunca mais ele iria colocar os pés ali. Enquanto os discípulos tentam chamar sua atenção para a beleza da construção do Templo, Jesus deixa claro uma coisa: Não ficará nela pedra sobre pedra que não seja derrubada. Para entender este capítulo é preciso ter em mente que Jesus está falando a seus discípulos, que são judeus, vivem sob a Lei dada por intermédio de Moisés e estão raciocinando dentro do contexto cultural e religioso de Israel, não da Igreja, que só viria a existir mais tarde.
Por isso, quando eles perguntam "Quando acontecerão essas coisas?", estão se referindo à destruição do Templo, e ao perguntarem "Qual será o sinal da tua vinda?" estão falando da vinda de Jesus como o Messias para estabelecer o seu reino em Israel. E a pergunta sobre "o fim dos tempos" não está se referindo ao "fim do mundo", mas ao fim de uma era, daquele estado de coisas que precediam o estabelecimento do reino.
Historicamente a Igreja é uma espécie de parêntese profético que foi aberto com a rejeição momentânea de Israel e por isso a profecia bíblica deve ser vista como uma linha contínua do tempo, que sofre uma interrupção que já dura 2 mil anos, e depois é retomada 7 anos antes da vinda de Jesus para reinar sobre Israel. Este capítulo fala desses 7 anos e os discípulos aqui, por serem judeus, são tratados como se eles próprios fossem participar desse período que, para nós, ainda é futuro.
No capítulo 9 do livro do profeta Daniel aprendemos que, após a morte do Messias, haveria um período de 7 anos, na metade do qual o anticristo entraria em ação. A primeira metade desses 7 anos chamados de Tribulação é apresentada neste capítulo como o "início das dores". A segunda metade, chamada de Grande Tribulação, é um período de sofrimentos jamais vistos.
Jesus não responde diretamente a primeira pergunta, sobre quando o templo seria destruído, mas sabemos que no ano 70 o exército romano incendiou o Templo, que era construído de pedras e revestido de madeira e ouro laminado. O fogo derreteu o ouro, que escorreu por entre as pedras das paredes, não deixando alternativa aos invasores senão desmontar o Templo, pedra por pedra para raspar todo o ouro. Esta profecia já se cumpriu; não ficou pedra sobre pedra.
Aponte agora o seu telescópio para um tempo ainda futuro, quando os judeus voltarão ao palco das atenções de Deus e o relógio profético voltará a bater após o intervalo que é o atual tempo da Igreja, a qual não é tratada diretamente na profecia. É disso que eu falo nos próximos 3 minutos.
Nos últimos 3 minutos falei de um parêntese que já dura mais de 2 mil anos, o período da Igreja, que é o conjunto de todos os que creem em Jesus. A Igreja não aparece no capítulo 24 de Mateus, que trata de Israel e do mundo de um modo geral, e particularmente do remanescente de judeus que ainda irão crer em Jesus. Esse parêntese começou com a formação da Igreja no capítulo 2 de Atos dos Apóstolos, quando Deus deixou de tratar com Israel e passou a tratar com o conjunto dos que se convertem a Jesus, sejam eles judeus ou gentios. Esta é a Igreja ou Corpo de Cristo.
Esse parêntese termina com um evento conhecido como Arrebatamento e descrito em 1 Tessalonicenses 4. Ali Paulo diz que "nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos vivos até a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem", isto é, aqueles que morreram na fé. Paulo se inclui entre os que ficariam até essa vinda do Senhor, pois esse evento não tem data para ocorrer. Tanto podia ter ocorrido nos dias do apóstolo, como pode ocorrer daqui a cem anos. Porém há indícios de que não vá levar cem anos.
Ainda que as profecias bíblicas tratem de Israel, e não da Igreja, pelo que escreveu o profeta Daniel e por outras passagens sabemos que a vinda de Jesus para estabelecer o seu reino deveria ocorrer sete anos após sua morte. Como o período da Igreja é um parêntese, uma inserção que teve início após a morte de Jesus, esses 7 anos estão numa espécie de animação suspensa. O gatilho para o relógio profético voltar a funcionar é o arrebatamento da Igreja.
Imagine que você viaje para visitar um amigo que mora 7 quilômetros antes da fronteira com a Argentina. Não há qualquer placa na estrada indicando quanto falta para chegar à casa de seu amigo, mas há placas indicando quanto falta para chegar à fronteira. O capítulo 24 de Mateus e outras profecias são as placas ou sinais que indicam quanto falta para a fronteira, para Cristo voltar em glória. Sete anos antes ocorre o arrebatamento.
A carta aos Tessalonicenses revela que, no arrebatamento, o Senhor Jesus descerá do céu, mas sem colocar os pés na terra, como acontecerá 7 anos depois quando vier para reinar. No arrebatamento ele vem só até as nuvens, e os que morreram na fé, ressuscitarão primeiro. Em seguida, os vivos que creem em Jesus terão seus corpos transformados e serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Nada disso será visto pelos incrédulos, como aconteceu com Jesus, que foi visto por mais de 500 discípulos depois de ressuscitar, mas por nenhum incrédulo.
Duas classes de pessoas serão deixadas para trás no arrebatamento: os que ouviram o evangelho e não creram em Jesus, inclusive os que crêem só da boca pra fora, e aqueles que nunca foram evangelizados. Os primeiros jamais terão outra chance, apesar de muitos continuarem frequentando seus templos e serviços religiosos. Do outro grupo, dos que nunca foram evangelizados, muitos se converterão a Jesus, liderados por um remanescente de judeus convertidos e fiéis. É a eles que Jesus dirige o seu discurso do capítulo 24 de Mateus, ao qual voltaremos nos próximos 3 minutos.
No capítulo 24 de Mateus Jesus explica aos judeus fiéis como serão os 7 anos da tribulação que precede sua vinda para reinar neste mundo. O princípio das dores, ou a primeira metade dos 7 anos, será caracterizado por muitos que afirmarão ser o Cristo, o Messias esperado, enganando muita gente. Jesus fala de guerras, fomes e terremotos como característica do início das dores.
Guerras, fomes e catástrofes naturais sempre ocorreram, portanto ele está falando aqui dessas coisas num grau nunca visto antes. Em seguida ele fala de seus discípulos, que serão perseguidos, mortos e odiados por todos. Apesar de vermos isso também na história da Igreja, ele está falando do que ocorrerá àqueles que se converterem durante os 7 anos de tribulação que ainda estão por vir, principalmente dentre os judeus.
Então vem uma frase que costuma ser mal interpretada por muitos cristãos: "Aquele que perseverar até o fim será salvo". Considerando que ele está se dirigindo a judeus, dentro do contexto do judaísmo, faça a seguinte pergunta: O que um discípulo judeu entenderia por "ser salvo"? Certamente não o mesmo que eu e você entendemos, vivendo hoje num contexto religioso e cultural do cristianismo, cuja esperança é celestial. A esperança do judeu no Antigo Testamento era terrena.
A ideia de ir para o céu era estranha a um judeu. Sua esperança estava no estabelecimento do reino do Messias nesta terra, na libertação de seus inimigos e na prosperidade material. Diante do cenário que Jesus estava descrevendo, para um judeu, ser salvo significava conseguir sair vivo daquela situação e poder participar do Reino. Portanto, Jesus está falando de uma salvação do corpo, de alguém que é livrado da morte. A perseverança aqui é para estar são e salvo na chegada do Rei Jesus e do seu Reino. Antes que isso aconteça Jesus diz que o evangelho do Reino será pregado em todo o mundo.
O evangelho do Reino não é o que é pregado hoje; era o que João Batista pregava e voltará a ser pregado depois do arrebatamento da Igreja. João Batista anunciava que o Messias e Rei havia chegado, algo do tipo "arrependam-se que o Reino de Deus é chegado". Se os judeus não tivessem rejeitado seu Messias da primeira vez, o Reino teria sido estabelecido neste mundo. Hoje entendemos que essa rejeição foi utilizada por Deus para formar a Igreja, um povo com privilégios ainda maiores do que aqueles dados a Israel.
O evangelho que é pregado hoje, no período da Igreja, é diferente do evangelho do Reino. O cristão não está esperando um Rei. Aliás, em nenhuma carta dos apóstolos você encontra que Jesus seja Rei dos cristãos. A estes é prometido que irão reinar sobre a Terra com Jesus, o Rei aguardado por Israel. O evangelho pregado hoje é o evangelho da graça de Deus, e ainda não alcançou todo o mundo como o evangelho do Reino alcançará. A mensagem não é mais "arrependam-se que o Reino de Deus é chegado", mas "creia no Senhor Jesus e você será salvo". Você já creu? Creia para não ser deixado para trás. Nos próximos 3 minutos veremos o quanto existe de judaico nas profecias de nosso capítulo.
O discurso de Jesus continua realçando o caráter judaico de Mateus 24. No versículo 15 chegamos à profanação do Templo de Jerusalém, descrita pelo profeta Daniel. Quando os judeus fiéis, desse tempo que ainda é futuro, virem o sacrilégio cometido no lugar santo saberão que é chegada a hora. Para que isso aconteça é preciso que exista outra vez o Templo, portanto ele será reconstruído. A frase "quem lê, entenda"tem grande significado para os judeus fiéis que lerão o profeta Daniel e entenderão que é chegada a hora.
O capítulo continua mostrando que é dirigido a judeus. Além da referência ao Templo, que é destruído e reaparece profanado no versículo 15, Jesus fala de falsos profetas, pois foram profetas que levaram a Palavra de Deus a Israel. As advertências dos apóstolos feitas à Igreja é contra falsos mestres. Jesus fala também de falsos cristos que farão grandes milagres, e lembre-se de que "Cristo" significa "Messias". Sempre existiu gente por aí dizendo ser Jesus, querendo enganar os cristãos, mas quantos você encontra dizendo ser o Cristo, o Messias de Israel, tentando enganar os judeus?
As pessoas às quais a profecia é dirigida estão na Judeia, e são exortadas a fugirem para os montes e orarem para que a fuga não aconteça no sábado, que é o dia em que os judeus não podem viajar, ou no inverno, que obviamente só abrange um hemisfério. Jesus está falando de uma tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, portanto não pode ser associada a qualquer perseguição, holocausto ou guerra da história, pois esta precede a volta de Cristo, o que ainda não aconteceu.
O capítulo 2 da segunda carta aos Tessalonicenses diz que então será revelado o Anticristo, o mestre dos milagres, que se assentará no Templo de Jerusalém proclamando ser Deus. Diz também que Deus fará com que creiam na mentira e sigam o Anticristo todos os que ouviram o evangelho, e foram deixados para trás no arrebatamento da Igreja. Portanto, se você ouviu o evangelho da graça e ainda não tomou uma decisão, a hora é agora. Depois só será salvo quem nunca foi evangelizado antes.
O Anticristo só se manifestará depois que aquele que o detém, o Espírito Santo, for tirado da Terra. No capítulo 2 de Atos dos Apóstolos o Espírito Santo desceu ao mundo e passou a habitar individualmente em cada pessoa que crê em Jesus, e coletivamente na Igreja. Quando os crentes em Jesus forem tirados da Terra no arrebatamento, o Espírito, que é o penhor ou garantia da sua salvação, será tirado com eles. Quem for evangelizado depois disso e crer em Jesus terá o Espírito sobre si, como nos tempos do Antigo Testamento, mas não habitando em si, como acontece hoje.
Se você crê realmente em Jesus, você tem o Espírito Santo, pois a Bíblia diz que se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Você é de Jesus? Nos próximos 3 minutos o firmamento é abalado com a impressionante volta de Cristo.
A segunda vinda de Cristo é visível em todo o mundo, ao contrário do arrebatamento secreto dos que creram em Jesus, que deve ocorrer cerca de 7 anos antes. "Assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem".
Quando Jesus veio da primeira vez como um humilde ser humano, ele foi rejeitado e entregue à morte. Sua segunda vinda não será assim. Ele não virá mais como o servo que se esvaziou a si mesmo, mas virá em glória e majestade. Quando ele morreu na cruz houve trevas por toda a terra e a terra tremeu. Quando ele voltar o sol voltará a se escurecer e todo o firmamento será abalado. Mateus fala de estrelas cadentes, e do sinal do Filho do Homem sendo visto por todos no céu.
Aí sim vai cair a ficha para muitos. Todas as nações do mundo se lamentarão quando virem o Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. O profeta Zacarias revela os sentimentos de Jesus nessa hora: "Olharão para mim a quem traspassaram e lamentarão".
Você pode imaginar o que será ver retornar assim aquele de quem os homens achavam ter se livrado lá na cruz? É o mesmo Jesus que o povo escolheu para morrer em lugar de Barrabás, um ladrão e assassino, sem imaginar que ele estava realmente morrendo ali no lugar dos pecadores. É o mesmo em nome de quem foram realizadas cruzadas e guerras sangrentas. O mesmo em nome de quem foram assassinados milhões de verdadeiros cristãos. É o mesmo cujo nome é hoje explorado por mercadores de almas.
Sim, naquela hora ninguém terá dúvida. O desprezado carpinteiro agora surge como Rei de reis e Senhor de senhores. O condenado aflito, cujo rosto foi alvo de socos e cuspidas de seus algozes, desce agora com seu rosto brilhando como o sol. O humilde Cordeiro agora vem como Leão, não mais montado num jumentinho, mas tendo as nuvens como sua carruagem.
A vinda de Jesus será digna daquele que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, homens e anjos. Todas as coisas foram criadas por ele e para ele, do átomo ao universo com suas incontáveis galáxias. Ele é antes de todas as coisas e nele tudo subsiste. Ele é o que mantém todas as coisas pela Palavra do seu poder, inclusive eu e você.
Se você ainda não creu em Jesus, a hora é agora. Os que não crerem antes do arrebatamento secreto da Igreja, passarão os 7 anos de tribulação acreditando piamente no Anticristo, e verão Jesus vindo dos céus, não mais como Salvador, mas como Juiz. Hoje a salvação é oferecida de graça. Depois? Não pague pra ver. Nos próximos 3 minutos os anjos partem numa missão de resgate.
Ao retornar, Jesus envia os seus anjos em duas missões distintas. Uma é para que reúnam dos quatro cantos do mundo os seus eleitos e os levem à terra de Israel numa operação de resgate sem precedentes. Que eleitos são esses? Por outras passagens sabemos que a Igreja é o povo que Deus elegeu antes da fundação do mundo, e que Israel é o povo eleito desde a fundação do mundo. Já que a essa altura dos acontecimentos a Igreja não está mais no mundo, pois foi arrebatada antes dos 7 anos de tribulação, os eleitos aqui são israelitas.
Uns 700 anos antes de Cristo, dez tribos de Israel foram levadas para o exílio, se dispersando entre as nações e perdendo sua identidade. Depois da morte de Jesus, as tribos de Judá e Benjamim, que permaneceram na terra de Israel, acabaram também exiladas por 2 mil anos, até a fundação do Estado de Israel em 1948. Os anjos que Jesus envia neste capítulo resgatam e levam para Israel os descendentes das dez tribos perdidas, que hoje ninguém sabe quem são e onde estão, além de judeus de Judá e Benjamim que ainda não tiverem retornado.
Antes que você me pergunte onde caberá tanta gente, lembre-se de que a população do mundo terá diminuído durante as catástrofes dos 7 anos de tribulação. Além disso, a terra de Israel a partir desse ponto não está limitada ao território hoje ocupado pelo atual Estado de Israel. A terra prometida inclui a faixa de Gaza, Cisjordânia, Líbano e parte da Síria. A atual ocupação foi feita por judeus ainda rebeldes, descendentes daqueles que há 2 mil anos condenaram o Messias à morte.
Jesus avisa que um prenúncio de sua vinda é a figueira com ramos tenros e folhas brotando. Hoje Israel está assim, apenas com folhas, sem frutos para Deus, como a figueira do capítulo 21 de Mateus que Jesus fez secar. Se você abrir um jornal ou ligar o noticiário agora mesmo, sou capaz de apostar como verá alguma notícia dessa figueira. Isso é um sinal da proximidade da volta de Cristo descrita aqui. Se o arrebatamento da Igreja acontecer hoje, a contagem regressiva será de aproximadamente 7 anos. Para quem já escutou o evangelho da graça de Deus, a única chance de salvação é crer antes do arrebatamento. Depois, só haverá salvação para quem não foi evangelizado ou não tinha idade suficiente para entender. Você sabe que estou falando com você, não?
Jesus avisa que não passará esta geração antes que todas essas coisas descritas neste capítulo aconteçam. Que geração? Não pode ser a geração dos tempos de Jesus, pois aquela já morreu. Resta a geração dos que hoje estão vendo a figueira dar folhas: a minha geração e a sua geração. Em Apocalipse Jesus promete livrar sua Igreja da tribulação que está para vir sobre todo o mundo. Não preciso repetir que Igreja não é uma organização religiosa, mas o conjunto dos que creem em Jesus. Muito bem, o aviso de embarque já foi dado. O cartão de embarque diz mais ou menos assim: "Eu creio no Senhor Jesus como meu Salvador". Você tem esse cartão? Nos próximos 3 minutos os anjos saem para outra missão, uma missão terrível.
Nos últimos 3 minutos vimos Jesus enviando seus anjos numa missão de resgate, para repovoar a terra de Israel com todas as doze tribos. Agora os anjos são enviados numa missão de juízo e condenação.
Você se lembra da parábola do joio e do trigo no capítulo 13? O dono do campo semeou o trigo, mas o inimigo, o diabo, plantou o joio. As sementes crescem juntas, mas no final os anjos são enviados para amarrar o joio em feixes para ser queimado. Lá diz assim:
"O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai".
Jesus alerta que passarão os céus e a terra, mas suas palavras não passarão. Portanto, cedo ou tarde tudo acaba se cumprindo exatamente do jeito que ele falou. Ele diz também que ninguém sabe o dia e a hora, por isso qualquer especulação nesse sentido é bobagem. Tudo o que podemos saber é a época, com base nos sinais que ele mesmo revelou. Como já vimos, a figueira que voltou a dar folhas é um deles.
Agora ele fala dos tempos de Noé, quando o povo não estava nem aí para aquele sujeito que vivia dizendo que ia cair uma tempestade e inundar tudo. Não era para menos. Primeiro, quem acreditaria num homem que estava construindo um navio em terra seca? Segundo, quem acreditaria na possibilidade de chover? Na Bíblia você não encontra chuva antes do dilúvio, mas em Gênesis diz que a terra era regada por uma neblina. O discurso de Noé falando do dilúvio era inacreditável para os seus contemporâneos. As coisas que Jesus diz aqui são inacreditáveis para o homem moderno. É por isso que é preciso fé para crer na Palavra de Deus.
Recapitulando, vamos ver o que vem por aí. Primeiro, num piscar de olhos parte da população do mundo irá desaparecer no arrebatamento da Igreja, que são os salvos por Jesus. Depois haverá 7 anos de tribulação e Jesus voltará para estabelecer o seu Reino neste mundo. As dez tribos perdidas de Israel serão reunidas por anjos às outras duas na terra prometida. Os anjos também sairão por aí para recolher o joio e lançá-lo no lago de fogo, junto com a besta e o anticristo que inaugurarão o lugar. O capítulo 24 de Mateus nos dá mais detalhes desse arrastão dos anjos na colheita do joio.
Duas pessoas estarão juntas, uma será levada e a outra deixada. Isso não é o arrebatamento da Igreja. No arrebatamento da Igreja é o próprio Senhor, e não os anjos, quem recolhe os crentes. Além disso, a comparação aqui é com o dilúvio, quando os incrédulos foram levados pelas águas do juízo de Deus, enquanto Noé e sua família estavam a salvo na arca. Portanto Jesus está falando dos incrédulos que são levados pelos anjos para o lago de fogo, não para o céu. Nos próximos 3 minutos conheceremos dois servos, um fiel, outro não.
Jesus termina o capítulo 24 de Mateus exortando seus discípulos a vigiarem para não serem pegos de surpresa pela sua vinda. Embora a exortação seja primeiramente aplicada a Israel, ela também serve para aqueles que creram em Jesus em qualquer época. Vigiar é manter-se sempre acordado e preparado, ciente de que algo está para acontecer.
Aqueles que em todas as épocas receberam a responsabilidade de zelar pelas coisas de Deus não podem viver de qualquer jeito e sem qualquer expectativa da volta de seu Senhor. Israel já teve a chance de mostrar que não estava esperando por seu Messias, pois quando ele veio para o que era seu, os seus não o receberam. Agora é a vez da cristandade mostrar sua indiferença para com a volta do Senhor a qualquer momento.
Começando no capítulo 24 e continuando no capítulo 25, Jesus conta três parábolas: a dos dois servos, das dez virgens e dos diferentes talentos. Basicamente elas nos falam da necessidade de sermos fiéis, vigilantes e produtivos durante a ausência do Senhor. Lembre-se de que fidelidade, vigilância e trabalho são coisas que acompanham a salvação, e não meios para se chegar a ela. A salvação é recebida exclusivamente por graça e não por nossos esforços. Somente o sangue de Jesus derramado na cruz pode nos purificar de nossos pecados.
O foco das três parábolas está na atitude daqueles que professam fé em Jesus durante a sua ausência. Nelas Jesus é representado respectivamente pelo senhor dos servos, pelo noivo e pelo homem que viaja e deixa recursos para seus servos multiplicarem. Nas três você encontra aqueles que são fiéis e aqueles que apenas professam uma fidelidade que na realidade não existe.
O servo fiel da primeira parábola vive na expectativa da volta de seu senhor a qualquer momento. Sua expectativa é premiada no versículo 46, onde é chamado de bem aventurado ou feliz. Assim será no arrebatamento da Igreja. O servo infiel, por sua vez, não tem qualquer senso de responsabilidade, pois acredita que seu senhor irá demorar. Ele se sente melhor na sua ausência do que na sua presença. Nos versículos 50 e 51, que representam a vinda de Cristo para reinar, ele é pego de surpresa; é surpreendido como se um ladrão invadisse sua casa para privá-lo das coisas que ele mais preza.
Como você se sente em relação a Jesus? Prefere acreditar que é o melhor mesmo é que ele demore, para você aproveitar a vida? Se ele voltar agora, isso vai estragar seus planos? Afinal, você tinha tantos planos, tantas coisas ainda que queria realizar para Deus... sei. Se você considera a volta de Jesus um estorvo, é melhor checar essa sua fé. Nesta parábola, o servo que não espera por seu senhor é chamado de hipócrita e condenado no final. Sua fidelidade não era real. Nos próximos 3 minutos encontraremos dez virgens e suas lâmpadas.
Enquanto a primeira parte do capítulo 24 de Mateus trata da vinda do Messias e Rei para Israel no final da grande tribulação, o capítulo 25 fala de sua vinda em relação aos que professam crer nele, tanto falsos como verdadeiros. Se você se lembra de tudo o que vimos sobre o Reino dos céus, verá que esta parábola também começa se referindo a esse Reino de um Rei que está ausente.
As dez virgens não representam a Igreja no singular, como a noiva, pois isso só seria revelado mais tarde ao apóstolo Paulo. Não representam tampouco um casamento poligâmico. A noiva, única e perfeita, formada apenas por aqueles que são genuínos, não aparece aqui como tal. As dez virgens representam o testemunho individual daqueles que professam crer em Jesus. Todas elas têm uma lamparina, dessas que funcionam com óleo ou azeite. Na Bíblia, a candeia ou lamparina aparece como símbolo de testemunho.
Você se lembra do capítulo 5, quando Jesus chamou os discípulos de "luz do mundo"? Pois é, quem acendesse uma candeia devia colocá-la num lugar alto para iluminar toda a casa, e não debaixo de uma vasilha. Assim também deveria brilhar a luz dos que professam crer em Jesus, para que os homens vissem e dessem glória a Deus. Mas, das dez virgens, cinco são insensatas e não têm azeite, e cinco são prudentes, e suas lâmpadas estão abastecidas.
Na Bíblia, o azeite aparece como figura do Espírito Santo, portanto temos aqui uma mistura de pessoas com e sem o combustível de um testemunho real. Apesar disso, todas caem no sono da indiferença. Tanto as prudentes como as insensatas sabiam da vinda do noivo, mas perderam a expectativa disso ocorrer a qualquer momento. Acaso não foi o que aconteceu com a cristandade como um todo?
Não sei se você sabe, mas nestes dois mil anos de história nem sempre os cristãos esperaram pela vinda de Jesus. A grande maioria sempre acreditou que se encontrar com Jesus significava morrer, e se você chegasse para alguém assim e dissesse que Jesus poderia vir naquele exato momento, é bem provável que veria uma expressão de horror na cara da pessoa.
Outros achavam que a vinda de Cristo para a Igreja seria precedida da tribulação, portanto não podia acontecer num piscar de olhos. Essa ideia também excluía Israel e só contemplava a Igreja. Não precisou muito para os cristãos passarem a enxergar os judeus como descartáveis. Procure na Internet um manifesto escrito por Martinho Lutero com o título "Sobre os judeus e suas mentiras" e você ficará surpreso com o pensamento que era corrente em sua época.
Bem, meus 3 minutos terminaram e vou deixar para falar do que acontece à meia-noite nos próximos 3 minutos.
"À meia-noite ouviu-se um grito: "EIS O NOIVO!!! Saiam ao encontro dele!!!". As dez virgens acordam e correm preparar suas candeias, mas as insensatas entram em pânico ao descobrirem que não têm azeite. Elas pedem um pouco emprestado das virgens prudentes.
O problema é que o azeite do Espírito Santo não é algo que se empreste. Ou você tem ou não tem, e "quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele". As virgens prudentes são pessoas realmente salvas pela fé em Jesus; as outras apenas professam uma religião. A salvação é individual, não é hereditária e não passa de uma pessoa para outra. As virgens insensatas saem em busca de azeite, mas agora é tarde.
O noivo chega, as virgens preparadas entram com ele para a festa, e a porta é fechada. De nada adianta as insensatas clamarem diante da porta: "Senhor! Senhor!Abre para nós!" O noivo responde que não as conhece. Todas as 5 ocorrências da expressão"Senhor! Senhor!" na Bíblia são de pessoas que não creem em Jesus e nem o esperam (Mt 7:21, 22; 25:11; Lc 6:46; 13:25).
Os primeiros cristãos esperavam Jesus com grande expectativa. Paulo se inclui entre os que subiriam para encontrar o Senhor nos ares. Ao falar do arrebatamento da Igreja, ele diz "...nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor..." Ele vivia na expectativa de um encontro iminente.
Infelizmente isso se perdeu ao longo dos séculos. Os cristãos passaram a esperar pela morte ou pela tribulação que precede a vinda de Cristo para reinar, perdendo de vista a iminência do encontro com aquele que prometeu: "Vou preparar lugar para vocês... e voltarei, e levarei vocês para estarem onde eu estiver". Mesmo assim, há indícios de que alguns ainda mantiveram viva essa esperança, embora de maneira esparsa.
Todavia, foi apenas no século 19 que a expectativa da vinda iminente de Jesus para arrebatar sua Igreja voltou a ser parte integral da vida cristã, e o resultado foi um século de evangelismo e missões sem precedente. De repente o "azeite" podia ser encontrado em cada esquina do mundo. Quando você vive na expectativa de Jesus voltar num piscar de olhos, percebe que não há tempo a perder.
No original, o texto não diz"Aí vem o noivo", mas "Eiso noivo", e a diferença é importante. Não é a vinda que nós esperamos, mas a pessoa que vem, Jesus, o Senhor. Quem se ocupa demais com os sinais ou com o evento da vinda é como a noiva que vai ao aeroporto esperar pelo noivo que vem do exterior para buscá-la, e acaba mais interessada no painel que anuncia os pousos e decolagens do que na pessoa que irá levá-la dali.
Nos próximos 3 minutos, vamos falar de investimentos.
Mais uma parábola que fala de um senhor ausente, e este agora dá talentos aos seus servos, de acordo com a capacidade de cada um. No evangelho de Lucas esta mesma parábola inclui uma ordem: Invistam e façam esse dinheiro render até que eu volte. O talento era a unidade usada para grandes quantidades de dinheiro e cada talento equivalia a mais de 30 quilos de ouro ou prata. Considerando que um recebe 5, outro 2 e outro 1, até o que recebeu pouco recebeu muito.
Às vezes confundimos a palavra "talento" desta parábola com habilidades naturais, como música, esportes etc. Não é o caso aqui. Creio que os talentos sejam as responsabilidades dadas a todos os que professam o nome de Jesus. Aqui há uma mistura de trigo e joio, já que um deles é condenado no final. Os talentos são distribuído segundo a capacidade de investimento de cada um de obter resultados para o seu senhor.
Se você professa crer em Jesus, você recebeu responsabilidades para cumprir durante a ausência do seu Senhor, e todas elas estão bem dentro de sua capacidade de multiplicar. O que recebe 5 talentos ganha mais 5 investindo, e o que recebe 2 consegue mais 2. Ambos são elogiados por sua fidelidade e desfrutam da alegria de seu senhor.
Os dois investiram bem o que receberam, mas tudo o que o terceiro fez foi cavar um buraco para enterrar seu único talento. No final ele põe a culpa em seu senhor: "Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão". Lembrando que o senhor não deu aos servos uma tarefa que estivesse fora de sua capacidade, certamente os outros dois não tinham a mesma opinião a respeito de seu senhor.
A primeira lição mais evidente nesta parábola é a necessidade de sermos bons investidores daquilo que recebemos do Senhor durante a sua ausência. Mas esta não é a lição mais importante. Aquele foi capaz de multiplicar pães e peixes aos milhares, não precisa dos nossos resultados. Ele quer ver a realidade da nossa fé e confiança nele.
Indo na contra-mão de Adão e Eva no jardim do Éden, os dois primeiros servos acatam a palavra de seu senhor e fazem o que ele manda. Eles não tinham medo dele, não o viam como um tirano; sabiam que ele não era injusto, mas compreensivo e generoso. Lembre-se de que nenhum deles recebeu acima de sua capacidade de investir.
O servo mau e negligente não conhece o seu senhor, não obedece sua palavra, não confia nele e ainda o chama de injusto. Em que categoria você se encaixa? Daqueles que acatam a Palavra de Deus e têm certeza de que servem a um Senhor justo e misericordioso, ou você é dos que não escutam o que ele diz, usam mal os recursos que ele dá e ainda o culpam pelas desgraças do mundo? O servo negligente é condenado no final.
Nos próximos 3 minutos Jesus volta a falar de sua vinda em glória para reinar neste mundo.
O capítulo 25 de Mateus termina revelando o que acontece logo após a volta de Jesus para reinar. Uns 7 anos antes os que morreram em Cristo ressuscitaram, e a Igreja, formada por todos os que creem em Jesus, foi arrebatada ao céu. Seguiu-se o princípio das dores, que é a primeira metade dos 7 anos, e a grande tribulação, que é a segunda metade, até Cristo voltar em glória e majestade.
Neste ponto ele já terá enviado os seus anjos para recolher do mundo as tribos perdidas de Israel e os falsos cristãos, uns para habitarem na terra prometida, outros para habitarem no lago de fogo junto com a besta e o anticristo. Após o arrebatamento da Igreja e a condenação dos falsos cristãos, as nações ditas cristãs ficarão vazias. As pessoas que restarem no mundo serão principalmente de nações não cristãs. Elas agora são reunidas na presença do Rei para ele separar os bodes das ovelhas.
Nesta cena há 3 classes de pessoas: bodes, ovelhas e pequeninos irmãos. Considerando que os cristãos verdadeiros foram arrebatados anos antes, esses pequeninos irmãos só podem ser do povo original de Jesus, o remanescente de judeus fiéis que se converterão durante os anos de tribulação. O critério para decidir quem é bode e quem é ovelha está na forma como essas nações trataram esses pequeninos irmãos de Jesus.
O Rei colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à esquerda, e levará as ovelhas a entrarem no Reino que foi preparado para elas desde a fundação do mundo. Esta distinção é importante para você entender a diferença entre os dois povos de Deus, Igreja, o povo destinado ao céu, e Israel e as nações que participarão do Reino terrenal que durará mil anos. Em Efésios diz que a Igreja foi escolhida antes da fundação do mundo. As ovelhas aqui desfrutam de algo planejado desde a fundação do mundo.
As ovelhas são identificadas como aqueles que acolheram e alimentaram o estrangeiro, o preso e o necessitado. Jesus diz que ao fazerem isso era como se fizessem a ele próprio. Quando indagado pelas ovelhas quem eram esses estrangeiros, presos e necessitados, o Rei responde que eram seus pequeninos irmãos. Naquele dia será levado em conta o modo como essas nações trataram os judeus.
Os bodes são aqueles que não acolheram e nem alimentaram o estrangeiro, o preso e o necessitado, representados pelos pequeninos irmãos de Jesus. Neste ponto os bodes vão para o castigo eterno e as ovelhas entram no Reino junto com Israel. Estamos falando de pessoas vivas que habitarão um mundo transformado, mas semelhante ao atual. As pessoas continuarão a plantar, viajar e ter filhos. Como a seleção foi por um critério apenas exterior, durante o reino de mil anos ainda haverá pecado, e todas as manhãs os ofensores serão tirados do Reino pela morte. Enquanto isso, a Igreja, os salvos por Cristo, reinará juntamente com ele a partir do céu.
Nos próximos 3 minutos veremos os judeus, esses mesmos que Jesus quer tanto salvar, tramando contra ele.
Ao terminar de revelar o que acontecerá com o mundo, Jesus diz aos seus discípulos o que deve acontecer em dois dias, na páscoa dos judeus: ele será entregue para ser crucificado. Na páscoa os judeus recordavam a noite, no Egito, quando cada primogênito dos filhos de Israel foi salvo do juízo de Deus graças ao sangue de um cordeiro sacrificado. Coincidência? Não.
Enquanto isso os líderes religiosos estão reunidos no palácio do sumo sacerdote Caifás para traçarem uma estratégia de como prender e matar Jesus. Considerando a aclamação do povo na entrada de Jesus em Jerusalém um pouco antes, eles precisavam planejar muito bem sua morte para evitar uma revolta popular. Os judeus planejam a morte de seu Messias. Dá para acreditar?
Mas tem muito mais gente que gostaria de se ver livre de Jesus. Eu e você também não nascemos lá muito amigos dele. Nascemos inimigos de Deus por natureza. Se duvida, que tal ter Jesus 24 horas ao seu lado, não como um amuleto de boa sorte, como a maioria das pessoas deseja, mas observando você a cada passo, lendo seus pensamentos, dirigindo sua vida e interferindo em suas vontades? Você não se sentiria livre.
O desejo de liberdade foi o que levou Adão e Eva a comerem o fruto que Deus ordenou que não comessem. No jardim do Éden os seres humanos proclamaram sua independência do Criador. Olhe ao redor. Você está olhando para um mundo de homens que quiseram se livrar de Deus. Os cemitérios, cadeias, hospitais e divãs de psicanálise estão aí para provar que não foi uma boa ideia.
O problema é que nunca estamos livres de sermos dirigidos por alguém. Se Deus não dirigir minha vida, ela será dirigida por meus instintos e pela vontade própria. Adão transmitiu esse gene que a Bíblia chama de "pecado" a todas as gerações, incluindo eu e você. Antes que ache bom poder viver do jeito que bem entender, eu pergunto: Você deixaria seu filho de 2 anos viver do jeito que bem entendesse?
Creio que concordamos que seu filho de 2 anos não tem condições de viver sem alguém para cuidar dele. E você, quando chegar à velhice, terá? Mesmo que não acabe totalmente senil, chegará uma hora em que não saberá decidir o que é melhor. Então, o que garante que hoje a sua vontade própria está em seu melhor momento? O que o faz pensar que ela é um guia seguro? A vontade própria do glutão é comer, do alcoólatra beber e e do suicida morrer. Talvez a sua não chegue a esses extremos, mas que garantia você tem de que ela seja perfeita?
A menos que você se renda a Jesus como seu Salvador e se deixe guiar pela vontade dele, você não é muito diferente daqueles religiosos judeus. Eles queriam se ver livres de Jesus, você se lembra?
O capítulo 26 de Mateus mostra diferentes pessoas preocupadas com diferentes coisas: os religiosos, com a morte de Jesus; os discípulos, com o valor monetário de um perfume; Judas, com o acordo para trair seu Mestre; os soltados, com a missão de prendê-lo, e Pedro, com sua própria reputação ao negá-lo. Enquanto isso uma mulher se aproxima e derrama um frasco inteiro de perfume caríssimo sobre a cabeça de Jesus. Que contraste!
Calcula-se que ela tenha gasto o equivalente ao salário mínimo de um ano em dinheiro de hoje para comprar aquele perfume. Os discípulos ficam indignados com tamanho desperdício. Por que não dar aos pobres?
Os pobres servem como justificativa para tudo. Políticos usam os pobres para justificar suas campanhas, nações usam os pobres para justificar suas políticas internas e externas, e até as religiões usam os pobres para justificar suas doutrinas. Muitas fazem das obras sociais um pretexto para divulgar as piores heresias relacionadas à Pessoa de Cristo.
Apenas aquela mulher parece entender que Jesus está prestes a morrer e que não haverá tempo para derramar perfumes sobre seu cadáver, como era costume fazer no sepultamento. Quando Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, forem ao sepulcro de Jesus para ungir seu corpo com perfumes, será tarde demais. Ele terá ressuscitado.
O perfume derramado era apenas a expressão prática de uma mulher que havia entregue toda a sua vida a Jesus. Muitos acham que crer no Salvador seria desperdiçar os melhores anos de uma vida cheia de prazeres e oportunidades. Será o seu caso? Você já ficou em dúvida ao ponderar o que poderia perder se cresse no evangelho? Se entregasse a Jesus o melhor de você?
Se já pensou assim, então irá concordar que o desperdício de Deus foi ainda maior. Deus deu o que tinha de mais precioso, o seu próprio Filho, para morrer no lugar de pecadores como eu e você. Isso mesmo, pessoas capazes de comparar Jesus, o Filho Eterno de Deus, com coisas que não duram mais do que uma vida para verem o quanto iriam perder ou ganhar. Pessoas que sempre quiseram fazer a própria vontade e manter Deus a uma distância segura, para ser usado apenas em caso de doença, falência ou falta de sorte no amor.
Se Deus fosse pensar assim, Jesus teria vindo morrer só por pessoas boas, isso se existisse alguma 100% assim. Mas Deus mostra o seu amor para conosco no fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós pecadores. E se ele pagou um preço tão alto para reconciliar consigo pessoas que mereciam a condenação, imagine o que ele reserva na eternidade para quem aceitar o seu favor! Aquela mulher lembrou-se de Jesus e ele garante que onde quer que o evangelho fosse pregado ela seria lembrada. Quem se lembra de Jesus nesta vida jamais será esquecido eternamente.
Judas era quem tomava conta da bolsa que continha o dinheiro dos apóstolos. Quando ele viu a mulher desperdiçar um ano de salário com Jesus, e ainda ser elogiada por isso, achou que segui-lo não seria um bom negócio. Por isso vai procurar os principais sacerdotes para negociar.
Judas era desses que perguntam: "O que ganho com isso?". Colocando Jesus à venda, ele teria a oportunidade de ganhar 30 moedas de prata, o que naquela época dava para comprar um escravo. Para ele até que seria um bom negócio trocar Jesus por um escravo que ficasse à sua disposição. Hoje Jesus continua sendo vendido como um servo para atender nossos desejos.
Ele é anunciado por pregadores como se fosse um gênio da lâmpada de Aladim, que pode ser invocado ao bel prazer de seu dono para curar toda a sorte de doenças do corpo, das finanças e do coração. Esses modernos "Aladins" prometem esfregar a lâmpada mágica sempre que seus fiéis depositarem as trinta moedas. Quer saber? Com amigos assim o evangelho não precisa de inimigos. Quantas pessoas você conhece que não querem nem ouvir falar de Jesus justamente por causa desses mercadores de almas?
Mas não é esse o Jesus mostrado nos evangelhos. Ele é aquele que veio ao mundo, não para distribuir carros importados, mas para derramar seu sangue na cruz e salvar pecadores. Sim, quando ele esteve aqui certamente curou enfermos e multiplicou pães, mostrando assim suas credenciais de Messias. Todavia, foi só na cruz que ele realmente proveu o remédio para a raiz de todos os males, o pecado, ao derramar seu sangue para nos purificar e nos tornar aptos para o céu.
Ao anunciar Jesus como um mero curandeiro, esses pregadores ainda colocam um fardo imenso sobre seus fiéis. Quando não obtêm a cura prometida, muitos mergulham no desespero por acharem que sua fé é pouca ou seus pecados são muitos. Se elas lessem o livro de Atos e as epístolas logo veriam que muitos cristãos, inclusive Paulo e Timóteo, sofriam de enfermidades, independente do tamanho de sua fé ou de seus pecados. Curá-los não estava nos planos de Deus e eles se resignaram a isso, sabendo que Jesus também consola os enfermos.
Paulo, ao falar de seu espinho na carne, provavelmente uma enfermidade nos olhos, declarou confiante: "Sinto prazer nas fraquezas [ou enfermidades], nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo, porque quando estou fraco, então é que sou forte". A porção que Judas buscava era o benefício material e imediato. Já o profeta Jeremias disse: "A minha porção é o Senhor, portanto nele porei minha esperança". E a sua porção, qual é? A mesma de Judas ou a de Jeremias?
Nos próximos 3 minutos Jesus irá celebrar a Páscoa com seus discípulos.
Era o primeiro dia da Festa dos pães sem fermento, que fazia parte das comemorações da Páscoa dos judeus. A Páscoa foi a celebração instituída por Deus antes da última das dez pragas que caíram sobre o Egito por faraó ter se recusado a libertar os israelitas da escravidão.
Naquela ocasião cada família sacrificou um cordeiro e passou o seu sangue no batente da porta. Enquanto os israelitas comiam o cordeiro assado dentro da casa, o anjo do Senhor passou sobre o Egito trazendo consigo o último dos dez juízos de Deus contra o Egito, a morte dos primogênitos. As casas cujas portas estavam assinaladas com sangue foram poupadas. O sangue indicava que ali um cordeiro já tinha morrido no lugar do primogênito. A palavra "páscoa" significa "passar por cima".
Li uma história da 2ª Guerra Mundial que falava de uma aldeia na Europa que foi invadida por um grupo de soldados dispostos a eliminar seus moradores. A missão de cada soldado era entrar nas casas, matar todos e, na saída, deixar na porta uma marca com o sangue das vítimas, para que os outros soldados não perdesse seu tempo entrando ali.
Um morador percebeu o estratagema, correu para sua casa, matou um animal e fez o sinal de sangue na porta. Ele e sua família foram poupados. Hoje, quando Deus olha para humanidade, vê duas classes de pessoas: os pecadores salvos, que foram assinalados pelo sangue do Cordeiro de Deus quando creram em Jesus, e aqueles que ainda estão sujeitas ao juízo reservado aos pecadores que não foram salvos.
Muitas coisas que você lê no Antigo Testamento são símbolos de Cristo, e a Páscoa é uma delas. O derradeiro Cordeiro de Deus já foi morto no lugar do pecador, e o seu sangue está agora disponível para assinalar todo aquele que decidir crer em Jesus. Os israelitas naquela noite fatídica no Egito só tinham uma forma de se proteger do juízo de Deus: o sangue de um cordeiro. Você hoje só tem um meio de escapar do juízo eterno: o sangue do Cordeiro.
Portanto, qualquer mensagem chamada de "evangelho" que não fale do sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus, como único meio de salvação, não é o evangelho que você encontra na Bíblia. Qualquer mensagem que fale de salvação baseada em boas obras exclui o sangue do Cordeiro. A carta aos Hebreus diz que "sem derramamento de sangue não há remissão [retirada] de pecados".
Naquela noite todas as famílias no Egito perderam seus primogênitos, exceto aquelas identificadas pelo sangue do cordeiro. Deus havia prometido que, quando visse o sangue, passaria por cima daquela casa. E em você, o que Deus vê? Seus pecados ou o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus?
Nos próximos 3 minutos Jesus irá marcar um encontro com seus discípulos.
O ponto alto da adoração cristã não é algum tipo de show gospel de luzes, pirotecnia e decibéis, mas uma celebração tão simples e discreta quanto foi o modo de vida de Jesus. No capítulo 26 de Mateus ele institui a ceia para recordar sua morte. A ceia é uma celebração reservada aos que estão em comunhão com Jesus.
A ceia do Senhor foi tão deturpada que hoje até organizações ocultistas, como a maçonaria e a gnose, celebram algum tipo de caricatura dela. Mesmo entre cristãos genuinos seu significado foi perdido. O texto é claro: Jesus dá graças, parte o pão, e o dá aos discípulos dizendo: "Tomem e comam, isto é o meu corpo". Depois dá graças pelo copo de vinho e o dá aos discípulos, para que todos bebam, dizendo: "Isto é o meu sangue".
Ele falava de símbolos, e não literalmente de seu corpo, que continuava ali, ao lado dos discípulos, e não sobre a mesa. Seu sangue ainda não tinha sido derramado e continuava em seu corpo, e não como é representado pelo pão e vinho, separados um do outro. Ele fez outras afirmações simbólicas do tipo "eu sou a porta... a videira... o caminho...", e ninguém de sã consciência iria achar que estivesse falando de algum tipo de transubstanciação que o transformasse numa porta, numa árvore ou numa estrada. Pedro em sua carta também disse que ele é a rocha.
A ceia nos evangelhos tem um caráter diferente da que foi revelada a Paulo em 1 Coríntios 11 para ser celebrada pelos cristãos. A primeira apontava para uma morte ainda por ocorrer. A ceia que hoje celebramos é a recordação de uma morte já consumada. Em ambas Jesus está vivo no momento da celebração: naquela, porque ainda não tinha morrido na cruz; nesta porque já ressuscitou. Portanto a ceia não tem o caráter de um velório com um corpo presente, como pensam alguns, nem é a repetição do sacrifício de Cristo, como pensam outros. Trata-se de um memorial, uma recordação ou um retrato do sacrifício de Jesus.
Em 1 Pedro, capítulo 3, diz que "Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas". Em Hebreus 9 diz que ele "não entrou em santuário feito por homens... para se oferecerrepetidas vezes... mas agora ele apareceu de uma vez por todas para eliminar o pecado... foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos".Estes versículos devem bastar para quem crê na Palavra de Deus. O pão e o vinho continuam pão e vinho, e não têm qualquer poder, tipo poção mágica. É errado fazer de coisas materiais objetos de culto, como fazem os pagãos. Atribuir tais fantasias à ceia é perder de vista o seu real significado que é recordar o sacrifício de Jesus que aconteceu na cruz há 2 mil anos, não ali na mesa.
Agora vem uma dica importante. Os discípulos perguntam: "Onde queres que a preparemos?" e recebem instruções detalhadas, pois Jesus iria encontrá-los naquele lugar e em nenhum outro. Se tivessem escolhido o lugar ao seu bel prazer, teriam se desencontrado dele. Antes de decidir onde lembrar o Senhor em sua morte, pergunte a ele. Naquela noite só havia um lugar.
Nos próximos 3 minutos o Getsêmani faz jus ao nome.
Após a ceia Jesus dirige-se com seus discípulos a um jardim, mas o nome do lugar não tem nada de aprazível. Getsêmani significa "prensa de azeite" e ali Jesus é esmagado pela agonia de pensar o que o espera na cruz. Enquanto isso, os discípulos dormem, alheios à gravidade da situação.
Não eram as chibatadas dos soldados, a coroa de espinhos ou os pregos, que enchiam de pavor o coração de Jesus. Muita gente sofreu torturas maiores e por mais tempo do que ele. Sua apreensão estava no que vinha depois da violência infligida por homens. Ele agonizava só de pensar no castigo que receberia de Deus, quando fosse feito pecado em nosso lugar.
Setecentos anos antes Isaías previu o real motivo da cruz: "Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados". Jesus, perfeito Deus e perfeito homem, que nunca pecou e nem poderia pecar por não ter a mesma natureza pecaminosa que herdamos de Adão, seria feito pecado na cruz.
Não dá para imaginar o quanto ele sofreu na cruz sob o castigo divino, pois se existisse uma fórmula para calcular isso ela incluiria a soma do castigo eterno de todos os que foram salvos por ele. Uma eternidade de juízo condensada em três horas. Não foi no Getsêmani que ele sofreu por nossos pecados, e nem nas primeiras horas na cruz. O momento em que Deus voltou a sua face e abandonou Jesus na cruz foi naquelas 3 horas de trevas que cobriram toda a terra.
Pensando nisso, por três vezes no Getsêmani Jesus faz uma mesma oração: "Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero mas como tu queres". Alguns podem achar que Jesus estivesse vacilando ou na dúvida se devia seguir adiante. Porém uma frase no evangelho de João elimina qualquer dúvida quanto à sua disposição de cumprir sua missão. Ele disse: "Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não, pois eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!". Se você queria saber por que Jesus veio ao mundo, aí está.
Eu creio que naquela tríplice pergunta, "Se possível, afasta de mim este cálice", há um recado para nós, principalmente na resposta do Pai. Sim, a resposta do Pai foi um silêncio que até hoje ecoa pelo Universo, deixando claro que não era possível afastar dele aquele cálice. Jesus teria de bebê-lo até o fim para resolver de uma vez para sempre a questão do pecado e para poder existir salvação para nós. Se fizermos hoje uma pergunta parecida, do tipo "Pai, se possível, salva-me de outra forma que não seja pela morte de Jesus na cruz", a resposta será o mesmo silêncio. Não, não é possível.
Judas precisou combinar um sinal para os soldados não prenderem a pessoa errada. O beijo, que era tão comum na época quanto um aperto de mão nos dias de hoje, seria o sinal. Judas avisa que tão logo beijasse Jesus os soldados deviam prendê-lo. Ele bem sabia que em outras ocasiões Jesus escapara milagrosamente das mãos dos que queriam fazer-lhe mal.
Ao contrário dos filmes de Hollywood, que sempre escolhem o ator mais bonito para o papel de Jesus, o verdadeiro Jesus era um homem de aparência tão comum quanto os outros discípulos, daí a necessidade de Judas apontá-lo para os guardas naquela noite escura. O profeta Isaías escreveu que nenhuma beleza havia nele para nos atrair. Se você encontrasse Jesus na rua naquela época, dificilmente se interessaria por ele. E hoje é impossível você ser atraído a ele se não existir uma obra do Espírito Santo de Deus em seu coração. O homem, em seu estado natural, caído e inimigo de Deus, jamais desejará qualquer contato com Jesus.
Quando Pedro vê Jesus preso, não consegue se conter. Puxa da espada e ataca um servo do Sumo Sacerdote, decepando-lhe a orelha. Nos últimos dois mil anos a cristandade tem feito exatamente isso, usado da espada sob o pretexto de defender os interesses de Jesus. Tudo o que conseguiu foi decepar milhões de orelhas e criar uma multidão de pessoas que já não têm ouvidos para a Palavra de Deus.
Os soldados podiam prender Jesus, mas não podiam prender sua misericórdia e compaixão, por isso ele cura o homem que teve a orelha decepada. Até mesmo sua prisão só ocorria porque os desígnios de Deus não podem ser frustrados. Acaso não podia ele convocar imediatamente milhares de anjos para defendê-lo? É claro que sim.
Se você estivesse ali, quem você seria? Judas, o traidor? Certamente não. Talvez um dos soldados, alegando estar apenas cumprindo ordens. O problema é que ninguém pode alegar inocência ao levantar um dedo contra Jesus. Depois do que eu falei da cristandade, que historicamente sempre apelou para as armas sob o pretexto de estar defendendo Jesus, você provavelmente não gostaria de ser Pedro ali. Afinal, poucas horas depois o mesmo Pedro, tão confiante em si mesmo, negaria conhecer Jesus. Querer ser qualquer um dos outros discípulos também não parece boa ideia, pois o texto diz que todos fugiram, abandonando Jesus.
Não, você não pode ser nenhum deles, mas se quiser realmente ser salvo, terá de reconhecer que é tão mesquinho quanto Judas, tão indiferente quanto os soldados, tão violento quanto Pedro e tão covarde quanto os outros discípulos. Daquele momento em diante Jesus está só, e é assim, sozinho, que deve cumprir a obra para a qual foi designado: morrer como o Cordeiro de Deus e derramar o seu sangue para purificar pecadores tão maus quanto eu e você.
O julgamento de Jesus é surreal. Os principais religiosos procuram por falsas testemunhas que possam acusá-lo de algo grave o suficiente para condená-lo à morte. As únicas que trazem uma acusação consistente nada mais fazem do que distorcer o que ele mesmo havia dito: "Destruam este templo e eu o levantarei em três dias".
Seus acusadores não percebiam que Jesus tinha se referido ao seu corpo, o templo de Deus, que morreria e ressuscitaria três dias depois. Não é algo incomum as pessoas distorcerem as palavras de Jesus para encaixá-las em seus próprios pensamentos, ou então por não entenderem seu sentido. Em 1 Coríntios capítulo 2 o apóstolo Paulo explica que é impossível entender a Palavra de Deus se não for pelo Espírito de Deus.
O profeta Isaías havia predito que o Messias se comportaria como ovelha muda diante de seus tosquiadores, e é assim que ele permanece até o sumo sacerdote colocá-lo sob juramento, como é feito nos tribunais de hoje: "Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos!"
Jesus responde: "Tu mesmo o disseste". E vai além: "Digo a todos vós que chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre s nuvens do céu". O sumo sacerdote, conhecedor das Escrituras que era, não podia deixar de se lembrar do que havia sido dito pelo profeta Daniel:
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem; e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído".
Indignado, o sumo sacerdote anuncia que as palavras de Jesus o condenavam por blasfêmia. Ele devia ser morto. Então os demais membros do conselho passam a cuspir no rosto de Jesus e a espancar aquele Homem de mãos atadas, que não era ninguém menos do que o Senhor do Universo, o criador da saliva daqueles que cuspiam e dos punhos que acertavam sua face.
A expressão "Filho de Deus" geralmente não é compreendida em nossos dias, quando a frase "eu também sou filho de Deus" pode ser ouvida da boca de qualquer um. Mas nenhum israelita no Antigo Testamento ousaria dizer tal coisa. Eles sabiam que eram criaturas de Deus, não filhos. Lendo o evangelho de João você aprende que os judeus consideravam a expressão "Filho de Deus" equivalente a alguém dizer ser igual a Deus.
Portanto temos aqui Jesus, sob juramento, afirmando ser igual a Deus e conectando sua pessoa ao Messias esperado por Israel. Aqueles judeus não podiam ficar indiferentes. Ou eles aceitavam estar diante de Deus na forma humana, ou cuspiam em seu rosto. E você, de que lado vai ficar. Nos próximos 3 minutos Pedro escolhe de que lado quer ficar.
Você está lembrado de como o apóstolo Pedro sempre se mostrou o mais valentão, o mais impetuoso e um líder nato? Um pouco antes Pedro tinha afirmado categoricamente que jamais abandonaria Jesus, mesmo que todos os outros o abandonassem. Jesus o avisou que não seria assim, e o cantar do galo o lembraria disso.
Dos doze discípulos, temos agora um que traiu Jesus, dez que estão preocupados com ele e Pedro, que parece estar mais preocupado consigo mesmo ou com sua reputação:. Aquele homem, tão impetuoso, a ponto de sacar da espada para atacar os que tentavam prender Jesus, agora caminha nas sombras, com medo de ser reconhecido. Mesmo assim alguém o reconhece.
Uma criada diz que ele estava com Jesus, mas Pedro nega e corre em direção ao portão para ficar mais perto da saída. Outra criada o reconhece. Mais uma vez ele nega sequer conhecer Jesus. Uma terceira pessoa o identifica como seguidor de Jesus pelo seu modo de falar, mas ele imediatamente muda o seu modo de falar e começa a praguejar e a jurar não conhecê-lo. O galo canta e Pedro se lembra do que Jesus havia dito. Ele sai dali e chora amargamente.
Quando você encontrar um super cristão, desconfie. Pessoas que fazem afirmações impetuosas com base em sua própria energia são as primeiras a abandonar o barco na hora do perigo. O cristão é antes de tudo um fraco, um incapaz, um dependente de Deus para tudo. Aquelas mensagens motivacionais que procuram exaltar o ego e a capacidade própria não passam de um engodo, especialmente nas coisas espirituais. Jesus afirmou que sem ele nada podemos.
Nossa dependência de Deus já começa pela salvação, que não vem de nós ou de nossos esforços, mas de Deus. Uma vez salvo, o cristão também precisará depender 100% de Cristo para não tropeçar. Isso pode parecer loucura para quem confia na evolução e no crescimento espiritual baseado em mérito. E é loucura mesmo, como é loucura tudo o que você lê na Bíblia.
Pense na loucura que é esperar ser salvo por crer em alguém que terminou seus dias pregado numa cruz! Pense na loucura de seguir alguém que afirmava ter os anjos sob seu comando e, mesmo assim, foi abandonado à sua própria sorte! Muito louco acreditar em alguém assim, não acha?
Porém quando você lê a primeira carta de Paulo aos coríntios descobre que a mensagem da cruz, que é loucura para os homens, é sabedoria para Deus. Pedro iria aprender a lição. No final de sua vida ele seria amarrado e conduzido à morte sem oferecer resistência. Sua vida estaria entregue nas mãos daquele que era e sempre será a verdadeira Rocha: Jesus.
Mas neste episódio nós o vemos negando conhecer Jesus e até mudando seu modo de falar para salvar a própria reputação. Infelizmente às vezes fazemos isso, só para chorarmos depois, como Pedro fez. Nos próximos 3 minutos Judas também se arrepende. Mas não como Pedro.
Jesus é condenado à morte pelos sacerdotes e líderes religiosos. Mas, por estarem sob domínio romano, eles não podem executar a sentença à maneira de Israel, por apedrejamento. Por isso entregam Jesus ao governador Pilatos. Se este o sentenciar à morte, esta será por crucificação, o método romano de execução.
Os profetas do Antigo Testamento previram isso. Mil anos antes Davi descreveu a crucificação de Jesus no Salmo 22: "Traspassaram minhas mãos e meus pés". No Salmo 34 ele previu ainda que nenhum de seus ossos seria quebrado, ao contrário do procedimento normal, que era quebrar as pernas do crucificado para acelerar a morte por asfixia.
Enquanto isso, Judas parece arrependido do que fez, mas por outras passagens vemos que ele estava interessado mesmo era no dinheiro. Sua ganância o tornava vulnerável à influência de Satanás, que agia nos bastidores. Alguns contestam a culpa de Judas, alegando que ninguém pode ser responsabilizado por atos cometidos sob uma influência externa, no caso, Satanás. Vá dizer isso aos juízes que condenam motoristas que causam acidentes sob o efeito do álcool. A influência externa entrou em cena porque a pessoa abriu mão de sua responsabilidade interna.
Essa influência pode também vir de Deus, precedida pela insubordinação do homem contra o seu Criador. Depois que Faraó, no antigo Egito, decidiu ignorar os avisos de Deus transmitidos por Moisés, Deus endureceu o coração de Faraó. Primeiro veio a insubordinação de Faraó, depois o endurecimento vindo de Deus. Em 2ª Tessalonicenses capítulo 2 você lê que, em um tempo ainda futuro, aqueles que não creram em Jesus serão levados, por Deus, a crer no anticristo.
O arrependimento de Judas é diferente do de Pedro. Embora Pedro também tenha sido influenciado por Satanás no capítulo 16 de Mateus, quando negou que Jesus iria morrer, seu arrependimento por negar conhecê-lo foi sincero e sua restauração é prova disso. Judas não. Ele não se arrepende de seu pecado, mas das consequências. Para entender isso, pense em um corrupto. Sua cara de decepção ao ser preso não é pelo mal cometido, mas por ter sido pego e pela desonra que irá sofrer, além de perder a fonte de renda. Judas prefere tirar a própria vida a enfrentar essas consequências. Ainda hoje você encontra acusados de corrupção agindo assim em países como o Japão.
Os religiosos judeus são criteriosos em não lançar no tesouro do Templo as 30 moedas devolvidas por Judas, por considerarem aquele dinheiro originário de um crime de sangue. Ao decidirem usar o dinheiro para comprar um campo para servir de cemitério de estrangeiros eles dão a eles mesmos um atestado de criminosos e hipócritas. Mateus escreve que aquele campo "se chama Campo de Sangue até hoje".
Nos próximos 3 minutos Jesus é entregue a Pilatos.
O primeiro julgamento de Jesus foi religioso. Ele foi condenado por se declarar o Cristo, o Filho de Deus, fazendo-se assim igual a Deus. Mas essa acusação não era suficiente para o tribunal secular romano, por isso os judeus adotam outra estratégia ao entregar Jesus a Pilatos. No evangelho de Lucas há três acusações que os judeus fazem diante dos romanos: que Jesus era um revolucionário, incitava a população a não pagar impostos a César e declarava ser o rei dos judeus.
A coisa toda é surreal. Por que? Oras, Israel era uma nação invadida e os romanos eram os inimigos. Vamos chamar Israel de França, Roma de Alemanha e César de Hitler para entendermos melhor o que está acontecendo aqui. Imagine durante a 2ª Guerra um cidadão francês sendo entregue pelos franceses aos alemães por ser um revolucionário que luta contra os invasores, incita a população a não pagar impostos a Hitler e ainda alega ser o presidente da França!
Oras, aquele francês era exatamente o que os franceses precisavam, e seria um absurdo entregá-lo ao inimigo. Pois é o que acontece aqui. O ódio dos judeus contra Jesus é tão grande que eles não têm qualquer escrúpulo em se unir ao inimigo para conseguir a morte do Filho de Deus.
"Você é o rei dos judeus?", pergunta Pilatos. Jesus confirma. Os judeus, então, descarregam sobre ele uma torrente de acusações, mas só encontram o silêncio de Jesus como resposta, o que surpreende Pilatos. Como parte das festividades da Páscoa, era costume dar anistia a um condenado, e Pilatos tem, além de Jesus, outro candidato à anistia: Barrabás, um ladrão e homicida. A escolha é democrática.
Se alguma vez você achou que a expressão "a voz do povo é a voz de Deus" tinha alguma coisa a ver com a Bíblia, aqui está a prova em contrário. Nesta eleição democrática o povo é unânime em escolher o bandido Barrabás. A voz do povo é a voz do povo, só isso, pois o povo é, por natureza, inimigo de Deus. Todos os seres humanos são assim. É aí que entra a maravilha da graça de Deus em salvar o pecador, não por seus méritos, mas porque Deus quer salvá-lo.
Você não chega à fé em Jesus por ser melhor ou ter tido uma grande sacada ao entender o evangelho. Pode até parecer que, no momento de sua conversão a Cristo, era você quem estava no comando, mas depois você acaba entendendo que Deus trabalhava nos bastidores para que esse encontro com o Salvador pudesse acontecer. Longe de livrar você da responsabilidade de crer em Jesus, isso glorifica a Deus, e não ao homem, pela salvação.
Ou você acha que, sendo inimigo de Deus por natureza, tão mau quanto eu, Pilatos ou qualquer um daqueles judeus, você daria o seu voto a Jesus? Não. Eu e você também teríamos escolhido Barrabás. E se você pensa o contrário, ainda não entendeu o que é ser um pecador necessitando desesperadamente da graça e da misericórdia de Deus para ser salvo. Nos próximos 3 minutos Jesus é crucificado.
Jesus é levado para ser crucificado, não sem antes passar pelo desprezo dos soldados. Eles tiram sua roupa e colocam sobre suas costas um manto vermelho. Uma coroa de espinhos é colocada sobre sua cabeça e uma vara em sua mão como se fosse um cetro. Então os soldados se ajoelham diante dele e dizem: "Salve, rei dos judeus!". Depois cospem nele e o espancam.
Jesus é levado ao Gólgota ou "Lugar da Caveira", para ser crucificado. No caminho obrigam Simão, um africano de Cirene, atual Líbia, a carregar sua cruz. Os soldados dão a Jesus vinho misturado com fel, uma espécie de anestésico, mas ele se recusa a beber. Mil anos antes o Salmo 22 previu que os soldados fariam um sorteio das vestes de Jesus, e é o que acontece aqui. Sobre a cruz, uma placa trilíngue ironiza: "Este é Jesus, Rei dos Judeus". Hebraico, grego e latim representavam os idiomas da religião, da ciência e do poder.
A multidão que se aglomera em torno da cruz insulta aquele que alimentou seus famintos e curou seus enfermos. Será que entre aquelas bocas que xingavam Jesus estava algum mudo que ele fez falar? Daqueles punhos levantados contra ele, será que tinha algum paralítico de nascença? E dentre os olhares que fuzilavam o Filho de Deus na cruz, quiçá alguns tinham acabado de inaugurar a dádiva da visão!
Uma coisa é certa: quem estava sendo desprezado ali, em um frágil corpo humano, era o Criador. O apóstolo João escreveria depois em seu evangelho: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito". Isso inclui a multidão, o espinheiro de onde saiu sua coroa, a árvore de onde veio a cruz e o minério transformado nos pregos que prendem suas mãos e seus pés.
Por volta do século 12 um monge francês, Bernardo de Claraval, descreveu a crucificação em uma obra poética que fala dos pés, joelhos, mãos, lado, peito, coração e face de Jesus. Uma adaptação do último poema diz assim:
Oh! Quão ensanguentada, ferida está em dor, Cruel coroa fere a fronte sem vigor. Oh! Quantos escarnecem de Tua condição E zombam dessas dores, ferindo o coração!
Sem luz estão Teus olhos, não brilham mais assim, Por que, Senhor, se apagam? Por nós sabemos, sim! Tão grandes sofrimentos, nós, em pecados vis, Causamos rudemente, que o Sol brilhar não quis.
Jesus, ó nosso Amado! Sofreste ali por nós, Sem cor desfaleceste, opresso em dor atroz. Palavras não expressam a nossa gratidão Por Tua sempiterna, fecunda redenção.
Curiosamente os ladrões crucificados ao lado de Jesus se unem ao coro da multidão, e também xingam Jesus. Então algo acontece com um deles. Nos próximos 3 minutos.
Aos pés da cruz você encontra de tudo: religiosos, soldados, políticos, juízes, ricos e pobres, todos contra o Filho de Deus. Até o mundo do crime está ali representado pelos dois ladrões crucificados com Jesus. 700 anos antes Isaías previra que o Messias seria "contado com os transgressores".
No início os dois criminosos zombam de Jesus, mas quando um deles grita: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!", o outro o repreende, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?" Quem é esse ladrão que de repente muda de lado?
Séculos depois alguém inventaria uma biografia para ele. Seu nome seria Dimas, ladrão e assassino perigoso, filho de um chefe de quadrilha. Porém - e agora vem a melhor parte - Dimas, que matou seus próprios irmãos, não matava velhos, mulheres e crianças, e teria ajudado a família de Jesus durante fuga para o Egito. Quem disse isso? A tradição.
Quando você lê os evangelhos não está lendo o que diz a tradição. Está lendo autores, inspirados por Deus, que relatam o que viram ou ouviram de testemunhas que ainda estavam vivas quando os textos foram escritos, copiados e lidos em todo lugar. Qualquer um poderia desmentir a história toda, caso não passasse de lenda. Se você acredita no jornal que está na banca, não há razão para duvidar dos evangelhos.
A tradição, porém, tem um caráter diferente, pois pode incluir lendas e fantasias. Religiões baseadas na tradição são cheias de misticismo, crendices e superstições, que mais servem para escravizar seus adeptos do que para libertá-los. O cristão não segue esse tipo de tradição, mas o relato dos fatos, como o próprio Pedro escreveu em sua segunda carta:
"De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade".
A tradição, que inventou uma maquiagem para aquele criminoso e o apelidou de "bom ladrão", tenta dar a ele o mérito por sua salvação. Se você chama de "bom" um criminoso, que num assalto mata apenas o pai de família, poupando a mãe, os filhos e a avó, então vá em frente, acredite na tradição.
Foi a Palavra de Jesus que transformou o coração daquele criminoso. Ele acabara de ouvir Jesus dizer: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Se aquele Jesus podia interceder pelos cruéis algozes, havia uma chance para ele também. O bandido suplica: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus responde: "Eu lhe garanto que hoje você estará comigo no paraíso". Minutos depois aquele homem estava no paraíso, não por ser um "bom ladrão", mas por ser um pecador convicto, que confiou na graça e na misericórdia de Deus.